sexta-feira, 20 de julho de 2012

O roubo dos cartões de crédito

Por Altamiro Borges

Na comparação com outros seis países da América Latina (México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela), o Brasil é o que cobra os juros mais altos no cartão de crédito. Esta é a conclusão da pesquisa realizada pela associação de defesa do consumidor ProTeste e confirma o roubo que já era sentido pelos usuários deste serviço. Apesar das recentes quedas na taxa básica de juros (Selic), os agiotas do mercado financeiro mantêm os altos lucros, utilizando vários mecanismos para burlar a ação do governo.
“Mesmo com a redução da Selic, os juros dos cartões seguem em um patamar extremamente elevado”, afirma Renata de Almeida Pedro, estatística da ProTeste. Os dados são revoltantes. O brasileiro que usa o financiamento por meio do cartão de crédito, por exemplo, paga taxa média de juro anual de 323,14%. O segundo colocado, o Peru, tem taxa de 55% ao ano, quase um sexto da brasileira, seguido pelo Chile, com taxa de 54,24%. A Colômbia é a última da lista, com 29,23%.

A entidade optou por fazer o estudo comparativo com outros países da região, já que é sabido que os juros cobrados na Europa e nos EUA são ainda bem menores. Diante dos resultados da pesquisa, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tentou justificar a roubalheira culpando os próprios usuários. Alegou que os juros dos cartões de crédito são altos devido à elevada inadimplência. 

Pura bravata. Há outros mecanismos para punir os devedores. O juro cobrado serve unicamente para aumentar os lucros da meia dúzia de agiotas que monopolizam o mercado financeiro. A roubalheira é, inclusive, uma das causas principais da inadimplência!

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