Por Altamiro Borges
Na comparação com outros seis países da América Latina (México,
Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela), o Brasil é o que cobra os juros mais
altos no cartão de crédito. Esta é a conclusão da pesquisa realizada pela
associação de defesa do consumidor ProTeste e confirma o roubo que já era
sentido pelos usuários deste serviço. Apesar das recentes quedas na taxa básica
de juros (Selic), os agiotas do mercado financeiro mantêm os altos lucros,
utilizando vários mecanismos para burlar a ação do governo.
“Mesmo com a redução da Selic, os juros dos cartões seguem
em um patamar extremamente elevado”, afirma Renata de Almeida Pedro, estatística
da ProTeste. Os dados são revoltantes. O brasileiro que usa o financiamento por
meio do cartão de crédito, por exemplo, paga taxa média de juro anual de
323,14%. O segundo colocado, o Peru, tem taxa de 55% ao ano, quase um sexto da
brasileira, seguido pelo Chile, com taxa de 54,24%. A Colômbia é a última da
lista, com 29,23%.
A entidade optou por fazer o estudo comparativo com outros
países da região, já que é sabido que os juros cobrados na Europa e nos EUA são
ainda bem menores. Diante dos resultados da pesquisa, a Federação Brasileira de
Bancos (Febraban) tentou justificar a roubalheira culpando os próprios usuários.
Alegou que os juros dos cartões de crédito são altos devido à elevada
inadimplência.
Pura bravata. Há outros mecanismos para punir os devedores.
O juro cobrado serve unicamente para aumentar os lucros da meia dúzia de
agiotas que monopolizam o mercado financeiro. A roubalheira é, inclusive, uma das causas principais da
inadimplência!
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