Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
O parto da indicação do vice de José Serra foi apenas mais um lance na peleja disputada pelo ex-governador tucano com Geraldo Alckmin, o atual governador - os dois com um olho nas eleições de 2014 e o outro nas sequelas da última disputa municipal paulistana, em 2008.
Estava tudo mais ou menos previsto desde que Serra decidiu se lançar candidato a prefeito de São Paulo pela quarta vez, depois de negar mil vezes esta possibilidade.
Para entender as dificuldades mais uma vez encontradas na formação da chapa liderada pelos tucanos é preciso recuar um pouco no tempo.
Em 2008, quando era governador, Serra rifou a candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito, e apoiou Gilberto Kassab, que era do DEM, seu parceiro preferido. Alckmin não foi nem para o segundo turno e pegou bronca da dupla Serra & Kassab, o vencedor de 2008.
Agora, a situação se inverteu. O discreto Akckmin, que não esquece e não perdoa as traições, sem nunca dar muita bandeira sobre o que está sentindo, não tinha como impedir a candidatura de Serra em 2012, até por falta de outro nome viável no PSDB, mas queria pelo menos definir o nome do vice.
No começo do ano, antes do "sim" de Serra, enquanto se dedicava à formação do seu novo partido, o PSD, para o qual levou vários tucanos desgarrados - entre eles, Alexandre Schneider, agora confirmado como candidato a vice-prefeito -, Gilberto Kassab chegou a propor uma aliança ao PT de Lula.
Alckmin ficou assistindo de longe e em silêncio a esta dança de Serra e Kassab, esperando a hora de dar o troco. A ala tucana que o apóia resolveu então defender uma chapa tucana puro-sangue, descartando qualquer indicação feita pelo partido do atual prefeito.
Afinal, quem pode garantir que, desta vez, Serra, caso eleito, vá cumprir até o final o mandato de prefeito e não queira dar um salto mais alto já em 2014? Em princípio, Alckmin gostaria de ser candidato à reeleição como governador, com o apoio de Serra, mas não se pode descartar seu nome desde já da lista dos presidenciáveis tucanos.
A lista, por enquanto, tem apenas o nome do senador mineiro Aécio Neves, declarado candidato "natural" do PSDB por Fernando Henrique Cardoso, pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, e por outros tucanos de bico grande. Aécio, no entanto, até agora não assumiu o papel, com uma atuação bastante discreta no Senado, sem arriscar vôos mais federais.
Pode parecer confuso este tabuleiro, mas o jogo é complicado mesmo. Prefeitura, governo estadual e Presidência da República: para Serra, Alckmin e Kassab, cada movimento pode influir no próximo, um está intimamente ligado ao outro.
Ao mesmo tempo em que apóia seu amigo Serra em São Paulo, Gilberto Kassab tenta viabilizar sua candidatura ao governo do Estado, em 2014. Para isso, anda fazendo alianças do PSD com o PT em importantes cidades paulistas.
Ao ser contemplado esta semana pelo Supremo Tribunal Federal com um bom tempo de TV e grana gorda do fundo partidário, o PSD do prefeito Gilberto Kassab ganhou força para impor o nome de Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de saúde, escalado no sábado como vice da chapa de José Serra.
Repete-se, assim, a dobradinha que Serra e Kassab formaram em 2004. Um ano e três meses depois, o prefeito Serra abandonaria o cargo para disputar o governo do Estado, deixando em seu lugar Gilberto Kassab, que se reelegeria com o apoio do então governador.
Os alckmistas, mais uma vez perdedores na queda de braço com a dupla, esperam não ver o mesmo filme de novo em 2014. O desfecho da história é imprevisível.
Estava tudo mais ou menos previsto desde que Serra decidiu se lançar candidato a prefeito de São Paulo pela quarta vez, depois de negar mil vezes esta possibilidade.
Para entender as dificuldades mais uma vez encontradas na formação da chapa liderada pelos tucanos é preciso recuar um pouco no tempo.
Em 2008, quando era governador, Serra rifou a candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito, e apoiou Gilberto Kassab, que era do DEM, seu parceiro preferido. Alckmin não foi nem para o segundo turno e pegou bronca da dupla Serra & Kassab, o vencedor de 2008.
Agora, a situação se inverteu. O discreto Akckmin, que não esquece e não perdoa as traições, sem nunca dar muita bandeira sobre o que está sentindo, não tinha como impedir a candidatura de Serra em 2012, até por falta de outro nome viável no PSDB, mas queria pelo menos definir o nome do vice.
No começo do ano, antes do "sim" de Serra, enquanto se dedicava à formação do seu novo partido, o PSD, para o qual levou vários tucanos desgarrados - entre eles, Alexandre Schneider, agora confirmado como candidato a vice-prefeito -, Gilberto Kassab chegou a propor uma aliança ao PT de Lula.
Alckmin ficou assistindo de longe e em silêncio a esta dança de Serra e Kassab, esperando a hora de dar o troco. A ala tucana que o apóia resolveu então defender uma chapa tucana puro-sangue, descartando qualquer indicação feita pelo partido do atual prefeito.
Afinal, quem pode garantir que, desta vez, Serra, caso eleito, vá cumprir até o final o mandato de prefeito e não queira dar um salto mais alto já em 2014? Em princípio, Alckmin gostaria de ser candidato à reeleição como governador, com o apoio de Serra, mas não se pode descartar seu nome desde já da lista dos presidenciáveis tucanos.
A lista, por enquanto, tem apenas o nome do senador mineiro Aécio Neves, declarado candidato "natural" do PSDB por Fernando Henrique Cardoso, pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, e por outros tucanos de bico grande. Aécio, no entanto, até agora não assumiu o papel, com uma atuação bastante discreta no Senado, sem arriscar vôos mais federais.
Pode parecer confuso este tabuleiro, mas o jogo é complicado mesmo. Prefeitura, governo estadual e Presidência da República: para Serra, Alckmin e Kassab, cada movimento pode influir no próximo, um está intimamente ligado ao outro.
Ao mesmo tempo em que apóia seu amigo Serra em São Paulo, Gilberto Kassab tenta viabilizar sua candidatura ao governo do Estado, em 2014. Para isso, anda fazendo alianças do PSD com o PT em importantes cidades paulistas.
Ao ser contemplado esta semana pelo Supremo Tribunal Federal com um bom tempo de TV e grana gorda do fundo partidário, o PSD do prefeito Gilberto Kassab ganhou força para impor o nome de Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de saúde, escalado no sábado como vice da chapa de José Serra.
Repete-se, assim, a dobradinha que Serra e Kassab formaram em 2004. Um ano e três meses depois, o prefeito Serra abandonaria o cargo para disputar o governo do Estado, deixando em seu lugar Gilberto Kassab, que se reelegeria com o apoio do então governador.
Os alckmistas, mais uma vez perdedores na queda de braço com a dupla, esperam não ver o mesmo filme de novo em 2014. O desfecho da história é imprevisível.
Discordo quanto ao desfecho, é totalmente previsível.
ResponderExcluir1 - Serra deixará a prefeitura para concorrer à presidência pelo PSD contra Aécio/PSDB.
2 - A prefeitura ficará com o PSD
3 - Kassab/PSD concorrerá com Alckmin/PSDB pelo Governo do Estado
Resultado certo: o PSDB sai menor do que entrou e ainda terá que concorrer com o PSD pelas mesmas verbas de campanha.
Teremos mais certeza ainda que o PSDB é premeado de idiotas que gastam apoio e verba com quem dará um pé na bunda deles.
Com uma oposição inteligente como esta, o PT vai ficar um bom tempo no poder.
"Com uma oposição inteligente como esta, o PT vai ficar um bom tempo no poder."
ResponderExcluirQue os anjos tenham passado por aqui e dito amém... Ficar longe dessa corja até que se extinga totalmente.