Pesquisa do Instituto Gallup revelou que o nível de
confiança dos estadunidenses com as notícias transmitidas pela televisão caiu
em junho último ao seu nível mais baixo na história. Apenas 21% dos
telespectadores responderam que acreditam nos telejornais. O Gallup realiza
estas sondagens desde 1993, quando a credibilidade dos noticiários televisivos
era de 43%. Até o início dos anos 2000,
o índice se manteve acima dos 30%. Na sequência, ele passou a cair todos os
anos.
Vários fatores explicam a decadência dos telejornais dos
EUA. O mais citado é o da difusão das novas tecnologias de informação. A
internet tem causado estragos não apenas na mídia impressa, com o fechamento de
inúmeros jornais, mas também nas emissoras de televisão. Os jovens,
principalmente, têm migrado das telinhas da tevê para os computadores. Outras
pesquisas já tinham indicado a queda da audiência das emissoras e, até mesmo, a
perda no mercado publicitário – o que apavora os donos da mídia.
Crise de credibilidade
Além do fator tecnológico, as gritantes manipulações na
cobertura dos telejornais também afetam a credibilidade. É interessante
observar que, segundo o Gallup, o nível de desconfiança se acentua a partir do
início deste milênio. Em setembro de 2001, com os atentados ao Word Trade
Center, as poderosas redes de televisão dos EUA se tornaram veículos da guerra
imperialista – onde a verdade é a primeira vítima. Elas passaram a difundir as
mentiras do império para justificar as invasões do Afeganistão e Iraque.
As emissoras de televisão do Brasil, principalmente a TV
Globo, não estão imunes a estes fatores. A internet se dissemina pelo país e a
credibilidade dos seus noticiários também sofre questionamento. A bolinha de
papel que virou, segundo o JN da TV Globo, um petardo na careca do tucano José
Serra ajuda a explicar a desconfiança crescente. Com isso, o modelo de negócios das poucas
famílias que monopolizam as concessões públicas na televisão também sofre
abalos.
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