Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:
Na segunda-feira 17, a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S. Paulo, manchetou: “Eu não vou fugir do Brasil”, diz Dirceu.
Ontem, 18, reportagem de Cátia Seabra, também na Folha, afirmou: Abatido, Genoino, se prepara para enfrentar prisão.
Nesta quarta 19, matéria de Daniela Lima, de novo na Folha, assegurou: Haddad diz que é degradante ser ligado a Dirceu, Delúbio e Maluf.
Que a Folha de S. Paulo é visceralmente pró-PSDB e antipetista, até as águas de esgoto do rio Tietê sabem. Só que nos últimos dias forçou mais a mão.
Por que será?
A entrevista que fiz no final desta tarde com o vereador Antonio Donato (PT-SP), coordenador-geral da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, ajuda a explicar.
Como o senhor interpreta as matérias que saíram na Folha nos últimos dias?
Na verdade, a grande mídia se alinha com a única bala que ela tem para tentar salvar o Serra nessa eleição: é dar uma super-dimensão à questão do chamado mensalão. Mas eles perderam duas vezes a eleição falando de mensalão [Lula,em 2006, Dilma, em 2010] e vão perder a terceira.
Em relação à matéria que cita o Haddad, o que achou?
A Folha distorceu totalmente a informação. Primeiro que não é o Haddad que fala. É uma peça na Justiça que fala. E o que a peça na Justiça diz é que a maneira como a questão foi abordada é que é degradante.
Na verdade, degradante é ter um jornal que se presta a distorcer, mentir…
Seria desespero da grande mídia com a candidatura Serra?
A ligação Serra-mídia é antiga e umbilical. O desespero da campanha do Serra contamina a mídia. O Serra, por sua vez, é realimentado pelo desespero da mídia que tenta salvá-lo. Mas o Serra não estará no segundo turno.
A grande mídia está tentando mostrar uma realidade sobre o PT e a candidatura Haddad que a população não enxerga dessa maneira.
Eles [a grande mídia] tentam manter um núcleo duro de antipetismo, que é forte na cidade de SP. Nós sabemos disso. Mas esse núcleo duro está se desagregando graças ao governo Kassab, ao Serra, ao cansaço, ao enjôo — ou seja lá o nome que se dê – a um político que a cidade quer virar a página.
São Paulo decidiu virar a página em relação ao Serra e isso os deixa [grande mídia] muito atordoados.
E as pesquisas?
No trackking de hoje, 19 de setembro, nós estamos 2 pontos na frente do Serra. Mais precisamente nós estamos com 18 e o Serra com 16.
E o Russomanno?
35.
Será que os grandes institutos vão acusar a passagem do Haddad sobre o Serra já na próxima pesquisa?
Se acusarem a ultrapassagem, a campanha do Serra termina. Você pode ter um voto útil contra o PT que pode ir para o Russomanno. E, aí, desfazer ainda mais a campanha do Serra nesse núcleo duro aqui em São Paulo.
Acredito que vão empurrar ao máximo com a barriga a divulgação dessa ultrapassagem, a menos que a gente consiga abrir uma vantagem muito grande. Enquanto estiver na margem de erro, eles não vão noticiar. Nós não podemos ter essa ilusão. O DataFolha, como o próprio nome diz, é da Folha. É o patrão.
Isso não desanima a militância petista?
Eles [os grandes institutos] sabem que a pesquisa tem impacto na militância, também por isso “seguram” os resultados. Mas a nossa militância está muito animada.
Quem está indo para rua fazer campanha, está se animando. É a realidade que nos anima.
Na segunda-feira 17, a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S. Paulo, manchetou: “Eu não vou fugir do Brasil”, diz Dirceu.
Ontem, 18, reportagem de Cátia Seabra, também na Folha, afirmou: Abatido, Genoino, se prepara para enfrentar prisão.
Nesta quarta 19, matéria de Daniela Lima, de novo na Folha, assegurou: Haddad diz que é degradante ser ligado a Dirceu, Delúbio e Maluf.
Que a Folha de S. Paulo é visceralmente pró-PSDB e antipetista, até as águas de esgoto do rio Tietê sabem. Só que nos últimos dias forçou mais a mão.
Por que será?
A entrevista que fiz no final desta tarde com o vereador Antonio Donato (PT-SP), coordenador-geral da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, ajuda a explicar.
Como o senhor interpreta as matérias que saíram na Folha nos últimos dias?
Na verdade, a grande mídia se alinha com a única bala que ela tem para tentar salvar o Serra nessa eleição: é dar uma super-dimensão à questão do chamado mensalão. Mas eles perderam duas vezes a eleição falando de mensalão [Lula,em 2006, Dilma, em 2010] e vão perder a terceira.
Em relação à matéria que cita o Haddad, o que achou?
A Folha distorceu totalmente a informação. Primeiro que não é o Haddad que fala. É uma peça na Justiça que fala. E o que a peça na Justiça diz é que a maneira como a questão foi abordada é que é degradante.
Na verdade, degradante é ter um jornal que se presta a distorcer, mentir…
Seria desespero da grande mídia com a candidatura Serra?
A ligação Serra-mídia é antiga e umbilical. O desespero da campanha do Serra contamina a mídia. O Serra, por sua vez, é realimentado pelo desespero da mídia que tenta salvá-lo. Mas o Serra não estará no segundo turno.
A grande mídia está tentando mostrar uma realidade sobre o PT e a candidatura Haddad que a população não enxerga dessa maneira.
Eles [a grande mídia] tentam manter um núcleo duro de antipetismo, que é forte na cidade de SP. Nós sabemos disso. Mas esse núcleo duro está se desagregando graças ao governo Kassab, ao Serra, ao cansaço, ao enjôo — ou seja lá o nome que se dê – a um político que a cidade quer virar a página.
São Paulo decidiu virar a página em relação ao Serra e isso os deixa [grande mídia] muito atordoados.
E as pesquisas?
No trackking de hoje, 19 de setembro, nós estamos 2 pontos na frente do Serra. Mais precisamente nós estamos com 18 e o Serra com 16.
E o Russomanno?
35.
Será que os grandes institutos vão acusar a passagem do Haddad sobre o Serra já na próxima pesquisa?
Se acusarem a ultrapassagem, a campanha do Serra termina. Você pode ter um voto útil contra o PT que pode ir para o Russomanno. E, aí, desfazer ainda mais a campanha do Serra nesse núcleo duro aqui em São Paulo.
Acredito que vão empurrar ao máximo com a barriga a divulgação dessa ultrapassagem, a menos que a gente consiga abrir uma vantagem muito grande. Enquanto estiver na margem de erro, eles não vão noticiar. Nós não podemos ter essa ilusão. O DataFolha, como o próprio nome diz, é da Folha. É o patrão.
Isso não desanima a militância petista?
Eles [os grandes institutos] sabem que a pesquisa tem impacto na militância, também por isso “seguram” os resultados. Mas a nossa militância está muito animada.
Quem está indo para rua fazer campanha, está se animando. É a realidade que nos anima.
Independentemente da pesquisa, a gente está muito confiante.
Os números da pesquisa são o velho chavão: o retrato do momento. Mas há outros indicadores mais profundos que nos dão garantia de que a gente vai crescer na reta final.
Que indicadores?
Por exemplo, tem todo um eleitorado de periferia que ainda está muito mal informado sobre eleição.
E na periferia, o Serra tem hoje 10% , 12%. Uma parte grande desses votos que vai se definir nas próximas semanas, vai se definir por nós. Ou até pelo Russomanno, mas não pelo Serra.
O Serra sumiu hoje na cidade.
Você tem duas eleições na cidade de São Paulo hoje. Uma envolve a gente e o Serra. Mas a eleição real, no povo, na periferia que corresponde a 63% do eleitorado, é entre nós e o Russomanno. É outra eleição. É isso que nos mostram as pesquisas.
O Serra estaria emparedado?
O Serra está emparedado. A menos que aconteça uma catástrofe, que o voto conservador que hoje está com o Russomanno passe para ele…
O Russomanno é um fenômeno que tem três vertentes. Tem o voto dele próprio. Ele já foi candidato a governador, foi deputado, tem a história profissional. Então, o Russomanno tem 10% que são dele mesmo. Tem outros 10%, 12%, que votavam no Serra e não querem mais saber do Serra. E tem uns 8% a 10%, que são voto de gente que se diz petista.
Petista que diz que vai votar no Russomanno?!
Uma parte, influenciada pelas pesquisas, acha que para derrotar o Serra é melhor votar no Russomanno.
Mas é petista mesmo?!
É. Conversando com o povo de bairro, você vê isso. Na hora da pesquisa, 27% do eleitorado paulista se declara petista, quando perguntado qual o partido da sua preferência.
Pedindo voto na rua, eu já encontrei isso. A pessoa diz vai votar no Russomanno porque ele vai ganhar do Serra. Aí, geralmente, converso:
– Como você sabe que o Russomanno vai ganhar do Serra?
– Quer apostar? – ela me devolve.
– Mas pra eleição ainda tem tempo. E, no primeiro turno, a gente tem que votar no melhor, você não acha?
– O melhor é o candidato do PT.
– Então por que você não vota nele?
– Porque eu odeio o Serra, o do PT ainda está fraco nas pesquisas e eu vou votar no Russomanno para derrotar o Serra.
A pessoa é petista. Não é o petista de carteirinha, que já assistiu uma reunião. É um petismo difuso, que é muito forte, que gira em torno dos 30%.
Então tem um setor que quer derrotar o Serra e por isso, agora, está dizendo que vai votar no Russomanno. Mas na hora em que a gente passar o Serra, o debate não será mais sobre quem vai derrotar o Serra, mas sobre qual o melhor projeto para a cidade, qual é o nome em quem eu confio. Aí, será outra discussão.
Em que momento acha que isso vai acontecer?
Antonio Donato – Na reta final, faltando uns 10 dias para a eleição. A eleição está morna. O eleitor não está se ligando nela ainda.
PS do Viomundo: Em pesquisa Datafolha anunciada horas depois desta entrevista, Russomano tem 35%, Serra 21% (+1), Haddad 15% (-2).
Os números da pesquisa são o velho chavão: o retrato do momento. Mas há outros indicadores mais profundos que nos dão garantia de que a gente vai crescer na reta final.
Que indicadores?
Por exemplo, tem todo um eleitorado de periferia que ainda está muito mal informado sobre eleição.
E na periferia, o Serra tem hoje 10% , 12%. Uma parte grande desses votos que vai se definir nas próximas semanas, vai se definir por nós. Ou até pelo Russomanno, mas não pelo Serra.
O Serra sumiu hoje na cidade.
Você tem duas eleições na cidade de São Paulo hoje. Uma envolve a gente e o Serra. Mas a eleição real, no povo, na periferia que corresponde a 63% do eleitorado, é entre nós e o Russomanno. É outra eleição. É isso que nos mostram as pesquisas.
O Serra estaria emparedado?
O Serra está emparedado. A menos que aconteça uma catástrofe, que o voto conservador que hoje está com o Russomanno passe para ele…
O Russomanno é um fenômeno que tem três vertentes. Tem o voto dele próprio. Ele já foi candidato a governador, foi deputado, tem a história profissional. Então, o Russomanno tem 10% que são dele mesmo. Tem outros 10%, 12%, que votavam no Serra e não querem mais saber do Serra. E tem uns 8% a 10%, que são voto de gente que se diz petista.
Petista que diz que vai votar no Russomanno?!
Uma parte, influenciada pelas pesquisas, acha que para derrotar o Serra é melhor votar no Russomanno.
Mas é petista mesmo?!
É. Conversando com o povo de bairro, você vê isso. Na hora da pesquisa, 27% do eleitorado paulista se declara petista, quando perguntado qual o partido da sua preferência.
Pedindo voto na rua, eu já encontrei isso. A pessoa diz vai votar no Russomanno porque ele vai ganhar do Serra. Aí, geralmente, converso:
– Como você sabe que o Russomanno vai ganhar do Serra?
– Quer apostar? – ela me devolve.
– Mas pra eleição ainda tem tempo. E, no primeiro turno, a gente tem que votar no melhor, você não acha?
– O melhor é o candidato do PT.
– Então por que você não vota nele?
– Porque eu odeio o Serra, o do PT ainda está fraco nas pesquisas e eu vou votar no Russomanno para derrotar o Serra.
A pessoa é petista. Não é o petista de carteirinha, que já assistiu uma reunião. É um petismo difuso, que é muito forte, que gira em torno dos 30%.
Então tem um setor que quer derrotar o Serra e por isso, agora, está dizendo que vai votar no Russomanno. Mas na hora em que a gente passar o Serra, o debate não será mais sobre quem vai derrotar o Serra, mas sobre qual o melhor projeto para a cidade, qual é o nome em quem eu confio. Aí, será outra discussão.
Em que momento acha que isso vai acontecer?
Antonio Donato – Na reta final, faltando uns 10 dias para a eleição. A eleição está morna. O eleitor não está se ligando nela ainda.
PS do Viomundo: Em pesquisa Datafolha anunciada horas depois desta entrevista, Russomano tem 35%, Serra 21% (+1), Haddad 15% (-2).
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