Foto: José Cruz/ABr |
O Globo: “Dilma dá Cultura a Marta para ajudar PT em SP”.
Folha: “Marta ganha ministério após dar apoio a Haddad”. Estadão: “Dilma dá
ministério a Marta e abre caminho para PR apoiar Haddad”. Estas foram as
manchetes garrafais de hoje dos três principais jornalões do país. A mídia insiste
na cobertura partidarizada. Da mesma forma como agiu com o ministro Joaquim
Barbosa, que já foi tachado de “marionete” e agora é exibido como “herói” no
julgamento do chamado mensalão, a velha imprensa não perdoa Marta Suplicy.
A escandalização da política
Agora, com seu ingresso na campanha de Haddad e,
principalmente, com a sua nomeação para o Ministério da Cultura, os jornalões
voltam à carga contra Marta. Ela seria uma oportunista, que trocou o seu apoio
ao candidato por um carginho no governo. É sempre a mesma técnica de
desqualificar e escandalizar a política. Os jornais até registraram que o tucano
Geraldo Alckmin e o ex-demo Gilberto Kassab fizeram mudanças em seus
governos em função da disputa eleitoral. Mas não houve estardalhaço, não houve
manchete!
Os jornalões também sabiam que havia uma crise no Ministério
da Cultura e que a troca no comando já estava prevista. A ministra Ana de
Hollanda há muito era criticada por sua inabilidade e os retrocessos nas
políticas públicas. Ela conseguiu desagradar áreas da cultura e,
principalmente, inúmeras lideranças petistas de prestígio. A sua saída já era
dada como certa. Para complicar ainda mais a sua situação, a ex-ministra andou
criticando, com razão, a falta de verbas para o seu ministério, o que
precipitou o anúncio da troca.
A mídia partidarizada, porém, deixou de lado todas estas
nuances. Ana de Hollanda, que antes era atacada, agora virou vítima. Marta
Suplicy, que até foi paparicada, agora virou vilã! Um chargista, nada inocente,
até relembrou a sua frase do “relaxa e goza”. O anúncio da troca de comando no
Ministério da Cultura pode até ter ocorrido num momento inapropriado, servindo
de pretexto para a imprensa destilar mais veneno na batalha eleitoral. Mas não
há como disfarçar o comportamento oportunista e tendencioso da velha mídia.
5 comentários:
Vambora Dona Marta!
Vamos pra tarefa!
Miro, veja este texto. A McDonalds vai adaptar os alimentos no Brasil segundo o padrão da matriz norte-americana. Agora só falta adaptar também o padrão de trabalho para seus funcionários no Brasil, que é uma vergonha:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6150083-EI294,00-McDonalds+indicara+calorias+de+seus+produtos+em+cardapios+da+rede+nos+EUA.html
Ainda bem que Arte nada tem a ver com Cultura.
Mudança no MinC
Terminou um tanto melancolicamente a passagem de Ana de Hollanda pelo Ministério da Cultura. Sua gestão viveu à sombra do excelente trabalho dos predecessores Gilberto Gil e Juca Ferreira, incapaz de substituí-lo por um novo modelo administrativo. Sob ataques intermitentes de certas alas da militância cultural, nem sempre justos e desinteressados, a ex-ministra falhou em organizar uma base de apoio junto aos setores representativos que poderiam defendê-la na crise derradeira.
Questionar as simplificações que embasaram algumas dessas críticas não significa ignorar os equívocos do ministério. Polêmicas menores (Creative Commons) e distorções inaceitáveis (blog de Maria Bethania) serviram para conturbar debates profundos sobre as questões pendentes na área. O tema dos direitos autorais, por exemplo, foi reduzido a briguinha ideológica rasteira.
As carências no setor são tamanhas, porém, que suplantam a elaboração de qualquer política cultural ampla, embasada e coerente. Edifícios e acervos arruinados, filmes brasileiros ignorados pelo circuito exibidor, literatura desprestigiada, monopolização corporativa dos incentivos fiscais, cada imenso nó estrutural pede ações específicas que dispensam os exercícios teóricos desejáveis em circunstâncias mais positivas. A festejada habilidade política de Marta Suplicy talvez ajude a criar condições para que essas medidas pontuais sobrevivam às intrigas de gabinete.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br
A Marta eh boa, gosto dela!
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