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O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, inventou sua versão para explicar a própria truculência contra repórter da Rede Brasil Atual durante cobertura de agenda de campanha hoje (27) na Mooca, região central de São Paulo. Como se não houvesse áudio e vídeo a desmenti-lo, o tucano emitiu um comunicado culpando o PT e a CUT por ter chamado de “sem-vergonha” um profissional jornalístico.
Em nota intitulada “PT envia repórter para tumultuar coletiva de Serra”, o candidato atribui o fato a uma “nova, e lamentável, estratégia eleitoral” petista. Quando perguntado sobre uma proposta para o ensino técnico, o candidato recorreu a uma antiga estratégia de questionar o veículo de comunicação ao qual pertence o repórter. A depender daquilo que ouve, o tucano segue ou não em sua explanação. Em 2010, quando foi derrotado na disputa pela Presidência da República, ele pediu desculpas por ter interpelado um profissional da Rede Globo.
Hoje, ao saber que se tratava de um profissional da RBA, fez um gesto de desdém e ameaçou encerrar a entrevista. Após responder a mais uma pergunta, foi questionado por um profissional do programa televisivo CQC, da Band, sobre não ter um plano de governo às vésperas das eleições. O candidato negou que não tenha um projeto de administração, afirmando que exibe suas ideias na televisão e no rádio, e deu a conversa por encerrada. O repórter da RBA perguntou, então, se Serra só responde “perguntas favoráveis à sua campanha”, o que irritou o tucano: “Eu não respondo pergunta de sem-vergonha. É só isso.”
“Serra tem o hábito de responder apenas ao que lhe agrada, mas parece ter dificuldade de lidar com a liberdade de imprensa. É uma postura autoritária. Se é despreparado para ouvir críticas, revela nessas situações seu desapreço pela democracia e pela liberdade de imprensa”, afirmou o diretor da RBA, Paulo Salvador.
Horas depois, ao notar a repercussão negativa do caso, o tucano emitiu nota na qual acusa o profissional de adotar “tom agressivo”. A quem queira tirar os próprias conclusões, nosso áudio abaixo há de ajudar. “Antes de entrar no carro, o candidato ainda foi xingado pelo jornalista da CUT”, diz o comunicado do PSDB. Novamente, convida-se a conhecer o áudio ou, a quem deseje formar opinião a partir de uma terceira fonte de informação, o vídeo divulgado pelo portal R7. Como se constatará com facilidade, o repórter não ofendeu ninguém. Pelo contrário, foi ofendido.
“O uso de supostos repórteres para provocar adversários ou, por outro lado, tentar promover o candidato Fernando Haddad não é inédito nesta eleição. Na última quarta-feira (26), após caminhada de Haddad por Santana, na zona Norte, um rapaz a serviço do PT se misturou aos jornalistas presentes e passou a simular perguntas claramente favoráveis ao candidato. O episódio risível foi registrado pela imprensa”, segue a nota do tucano, que está desde já convidado a visitar esta redação e conferir os registros profissionais de todos no Ministério do Trabalho e Emprego.
Duvidar de profissionalismo, aliás, é no mínimo estranho para alguém que se recusa, desde o início do processo eleitoral, a divulgar a agenda de campanha a veículos de imprensa que não lhe soem agradáveis. O chefe de comunicação do tucano, Fábio Portela, refutou todos os pedidos apresentados. De lá para cá, ele não permite que os compromissos diários do candidato sejam divulgados, como fez hoje, o que vem impedindo a cobertura jornalística nos mesmos moldes daquilo que se faz com as atividades de Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT).
Na nota, o tucano classifica a RBA como um “órgão de propaganda sindical e partidária”.
“A Editora Gráfica Atitude, responsável pela Rede Brasil Atual, é uma empresa privada que presta serviços de comunicação e pratica jornalismo”, afirma Paulo Salvador. A editora, assinala o diretor, foi criada com o intuito de proporcionar acesso a informação aos trabalhadores representados por cerca de 50 entidades sindicais que apoiam o projeto. "O projeto inclui veículos rádio, jornal impresso, a Revista do Brasil, além do portal. Nosso projeto editorial não está associado a partidos, mas à defesa da democracia e da cidadania. E nosso conteúdo é movido a jornalismo."
ResponderExcluirO Mnesalão é criação da direita paulista, assim como o sequestro de Diniz e a Lubeca, tucanos criam os crimes e os jogam no colo do PT.