Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Recolhido ao meu lar, depois de mais um dia de dura labuta, apanho a correspondência sobre a mesa: nessa época, além de faturas do banco e contas de telefone e água, chegam muitos envelopes com propaganda eleitoral. Distraído, passo de um envelope a outro, até que me deparo com uma carta curiosa: o candidato a vereador, tucano, tem cara de homem, mas nome de mulher – Andrea.
Ah, esse eu conheço, penso com meus botões. Foto de homem, nome de mulher. Até aí, nada de mais. O que chama mais atenção é o texto da cartinha que está sobre minha mesa. Andrea (na Italia, é nome que pode batizar seres do sexo masculino) pede votos para vereador, apelando para suas raízes… italianas! Ele não disse: “vote em mim, sou nascido e criado na Penha”; ou “eleja um filho dileto da Vila das Belezas”. Não! Vote em mim, porque sou descendente de italianos!
Hehe. Esses tucanos. Depois não sabem porque o povo de fora de São Paulo às vezes pensa que tucanos paulistas são separatistas… Não quero dizer com isso que Andrea seja separatista. Nem tampouco que não goste do Brasil. Não é isso. Mas a carta tem um cheiro de afetação aristocrática.
Vejam o que diz o tal Andrea Matarazzo (orgulhosíssimo, aliás, do sobrenome quatrocentão): “construímos raízes no Brasil, mas nunca abandonamos nossos laços com a Itália”.
Uai, diriam os mineiros, mas é candidato em São Paulo ou Roma?
O mais engraçado é o jeito que Andrea encerra a cartinha: “Grazie, a presto”. Isso mesmo. Em italiano…
Nada tenho contra os imigrantes italianos, é claro. Meu bisavô era italiano. Minha mãe adora a Itália. Tudo bem. Mas pedir votos para brasileiros, usando como grande atributo o orgulho de ser “italiano”!!!
Suponho que o tal Andrea vai ser bem votado. Já vi o nome dele espalhado pela cidade, especialmente em bairros “nobres”. Ok. Mas não deixa de ser simbólico…
FHC, presidente da República, gostava de discursar em francês. Andrea, candidato a vereador, pede votos em italiano. Esses tucanos…
Grazie, a presto? Não, obrigado. Pra mim, meia mussarela, meia calabresa. Passar bem.
Recolhido ao meu lar, depois de mais um dia de dura labuta, apanho a correspondência sobre a mesa: nessa época, além de faturas do banco e contas de telefone e água, chegam muitos envelopes com propaganda eleitoral. Distraído, passo de um envelope a outro, até que me deparo com uma carta curiosa: o candidato a vereador, tucano, tem cara de homem, mas nome de mulher – Andrea.
Ah, esse eu conheço, penso com meus botões. Foto de homem, nome de mulher. Até aí, nada de mais. O que chama mais atenção é o texto da cartinha que está sobre minha mesa. Andrea (na Italia, é nome que pode batizar seres do sexo masculino) pede votos para vereador, apelando para suas raízes… italianas! Ele não disse: “vote em mim, sou nascido e criado na Penha”; ou “eleja um filho dileto da Vila das Belezas”. Não! Vote em mim, porque sou descendente de italianos!
Hehe. Esses tucanos. Depois não sabem porque o povo de fora de São Paulo às vezes pensa que tucanos paulistas são separatistas… Não quero dizer com isso que Andrea seja separatista. Nem tampouco que não goste do Brasil. Não é isso. Mas a carta tem um cheiro de afetação aristocrática.
Vejam o que diz o tal Andrea Matarazzo (orgulhosíssimo, aliás, do sobrenome quatrocentão): “construímos raízes no Brasil, mas nunca abandonamos nossos laços com a Itália”.
Uai, diriam os mineiros, mas é candidato em São Paulo ou Roma?
O mais engraçado é o jeito que Andrea encerra a cartinha: “Grazie, a presto”. Isso mesmo. Em italiano…
Nada tenho contra os imigrantes italianos, é claro. Meu bisavô era italiano. Minha mãe adora a Itália. Tudo bem. Mas pedir votos para brasileiros, usando como grande atributo o orgulho de ser “italiano”!!!
Suponho que o tal Andrea vai ser bem votado. Já vi o nome dele espalhado pela cidade, especialmente em bairros “nobres”. Ok. Mas não deixa de ser simbólico…
FHC, presidente da República, gostava de discursar em francês. Andrea, candidato a vereador, pede votos em italiano. Esses tucanos…
Grazie, a presto? Não, obrigado. Pra mim, meia mussarela, meia calabresa. Passar bem.
o Candidatoem questão "captou" o espirito de uma parcela do Paulistanato que embora não digam isso abertamente,mas dizem na linguagem corporal ou neural.
ResponderExcluirDepois que o PT ganhou as eleições algumas pessoas fazem questão de frisar que são descendetes diretos de italianos ,portugueses ,japoneses,qqer estrangeiro serve,pra se diferenciar dessa gente do PT ou de nordestinos em geral,no estacionamento do shopping A.F. andava tranquilo beirando os carros estacionados quando um desses SUVs gigantes com saco de lixo no parabrisas ,quase me atropelou,isso só não aconteceu porque pulei em cima de um carro já parado,que foi atingido pela motorista do SUV,calmamente ela baixou o vidro do lado direito e soltou o comentário "tinha de ser baiano mesmo" e foi embora como se nada tivesse acontecido,é esse o espirito paulistano que o candidato captou.
Isto é a cara do psdb(minúsculo mesmo). Arrogantes, separatistas, privatistas e detestam o povo. Para eles o povo é um mal necessário, porque votam.
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