Por Vanessa Silva, no sítio Vermelho:
Um ato emocionante que conseguiu unificar o setor progressista brasileiro em torno de uma causa: o apoio à reeleição de Hugo Chávez Frias, presidente venezuelano. Assim muitos participantes definiram o evento da campanha Brasil Está com Chávez realizado nesta quarta-feira (5) na Casa de Portugal, em São Paulo. Entusiasmado, o escritor Fernando Morais exultou: “que [o processo venezuelano] nos contamine. Oxalá a revolução bolivariana (…) chegue ao Brasil”.
Na atividade, que contou com mais de 200 pessoas, entre representantes de movimentos sociais, da intelectualidade e de partidos políticos, o Brasil manifestou sua solidariedade ao povo e ao governo venezuelano, que conduz a chamada revolução bolivariana no país.
A ideia da criação desta campanha surgiu durante o Fórum de São Paulo, realizado em Caracas entre 4 e 6 de julho deste ano. O grupo aprovou uma resolução final em apoio e solidariedade ao presidente Chávez, dentro do espírito da declaração do ex-presidente Lula, que, em vídeo gravado para o evento, declarou: “Chávez, a sua vitória é a nossa vitória”. Este é elo norteador das atividades da solidariedade com a Venezuela, como manifestou o representante do Fórum, Valter Pomar.
Não se trata de defender algo que está longe, que é estranho a nós, ressaltou Pomar. “A América Latina é muito importante para o futuro e o destino da esquerda mundial. O destino da América Latina passa pela integração entre nossos povos”. Segundo ele, no entanto, esse processo progressista no continente está ameaçado pela rearticulação da direita e do imperialismo. “A Venezuela tem dado mostras de que é necessária uma integração com conteúdo social diferente. Não basta uma integração formal entre países, é preciso [um processo] que signifique democracia real, poder popular, uma vida melhor para nossos povos, que tenha um horizonte de transformação social e que seja um horizonte claramente socialista”, ressaltou.
Para Pomar, a direita manipula os fatos por meio da imprensa hegemônica. Por isso, os jornais brasileiros começam a dizer que, apesar do claro favoritismo de Chávez, Capriles teria chance de ganhar, tal como visto no editorial do jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (4). Fazem isso porque “sabendo que vão perder, estão tentando montar um clima para desconhecer o resultado da eleição e fazer na Venezuela o que fizeram em outros países recentemente”, disse.
Trata-se de uma eleição continental, reforçou o coordenador do MST e da Via Campesina, João Pedro Stédile. “O que está em jogo na Venezuela não é só uma eleição, mas a disputa de dois projetos, com influência em todo o continente. De um lado está Capriles, representante da direita, do capitalismo, do outro, Chávez com um projeto alternativo popular dos povos da América Latina. (…) É uma luta de classes continental, que em cada um dos nossos países toma o caráter de luta ideológica. Derrubando a direita em nossos países, estaremos contribuindo para a vitória do povo venezuelano e latino-americano nesta batalha da Venezuela”.
O perigo que corremos, sintetizou Stédile é que “se Chávez perder essa disputa, os capitalistas retomarão a ofensiva e quiçá teremos em um novo período neoconservador em toda a América Latina, como foi nos anos 1960 e 1970 com as ditaduras militares”.
Batalha travada na mídia
O escritor e intelectual Fernando Morais fez questão de comparecer ao evento. "Sou chavista. Comprometido com o processo bolivariano”. Ele avaliou a campanha que a imprensa faz contra o processo bolivariano e o presidente Hugo Chávez. Durante o lançamento de seu livro mais recente, "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", fez diversos debates em todo o país. O assunto recorrente era seu apoio à Venezuela. Então sempre lançava um desafio: se não tiver uma matéria insultuosa contra o Chávez na capa de um dos três principais jornais da Venezuela, eu sorteio meu notebook, dizia. “O notebook está até hoje na minha mochila” brincou, concluindo que não há nada “mais eloquente do que a verdade”.
Morais lembrou ainda de outro livro de sua autoria “Chatô — o Rei do Brasil”. Em determinado momento de sua vida, Francisco de Assis Chateaubriand, o Chatô, brigou com o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antonio dos Santos Cabral, e ligou para o diretor dos seus jornais em Minas dizendo “eu descobri que Dom Cabral estuprou a irmã quando era jovem. Quero uma matéria sobre isso na capa em uma semana”. Como em uma semana não obteve o desejado, ligou de volta: “porque ainda não saiu nada?”. E o jornalista respondeu: “doutor Assis, é que descobrimos que D. Cabral não tem irmãs, é filho único”. E ele respondeu “isso não é um problema nosso, mas de D. Cabral”. E é “exatamente isso que nossa imprensa faz com a Venezuela”, ilustrou.
Para lutar contra esse monopólio, temos uma “coisa que está comendo por baixo igual cupim, que é a internet, é onde nós vamos disputar com eles. E é na internet que vamos ganhar. Temos que enfrentá-los onde podemos vencer”. Morais ressaltou que a revolução naquele país é transformadora e democrática. “Não há um preso político na Venezuela, um preso de consciência sequer. Que isso nos contamine. Oxalá que a revolução bolivariana (…) chegue aqui no Brasil”.
Integração solidária
A presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, enalteceu a unidade latina e sustentou que a garantia do projeto bolivariano da Venezuela é fundamental para assegurar a paz, a soberania e a autodeterminação dos povos: “Chávez demonstrou que era possível resgatar os recursos do povo que estavam sendo assaltados durante décadas, como o petróleo, o gás e as terras, e entregá-los ao povo, e ele fez isso, garantindo os interesses da Venezuela. O nosso destino é o destino da Venezuela, do Equador, da Bolívia. Nosso destino é um só”.
Entre os pontos abordados pelo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, está a diferença entre os projetos de integração para o continente. “A Venezuela propõe uma integração solidária. Não é a integração daquele Mercosul que os governos de Carlos Menen [Argentina] e Fernando Collor criaram: um Mercosul livre cambista que tinha como objetivo ser integrado posteriormente à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Mas um novo Mercosul que acaba de receber a Venezuela e vai receber o Equador, a Bolívia e todos os países da Alba e da América do Sul para fazer essa integração verdadeiramente solidária, econômica, social, política e cultural”.
De maneira poética, o presidente da União Nacional dos Estudantes, Daniel Iliescu, emocionou-se: “nossa geração pode viver um momento pelo qual outras gerações lutaram muito nos tempos da resistência. [Lutaram] para que fosse possível produzir os avanços que nosso tempo vê, um projeto que de fato afirma em cada um de nossos países a necessidade da integração política, social, econômica, cultural, simbólica e energética da América Latina. A integração latino-americana precisa crescer na consciência do nosso povo, da população brasileira, da juventude da América Latina como uma necessidade para nossos países serem mais justos, democráticos e avançados socialmente”.
E concluiu: “tenho orgulho de fazer parte de uma geração que reivindica seu passado, nossa trajetória de luta, reivindica a memória daqueles que tombaram, mas se agarra às possibilidades que o presente oferece para construir um futuro mais justo para a nossa gente. E esse futuro passa pela eleição de Chávez e é por isso que a juventude está com Chávez”.
Venezuela está com o Brasil
Encerrando o evento político, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilian Arvelaiz, observou que a solidariedade é antes de tudo um gesto de amor: “senti um pouco do espírito do Che Guevara que dizia que a solidariedade está na ternura dos povos. E senti muito amor e muita ternura hoje neste evento”. Segundo o diplomata, quando Chávez tomou conhecimento da campanha, há um mês, quando esteve no Brasil para oficializar a entrada do país no bloco, “ficou muito emocionado e disse: ‘sabemos que temos uma grande responsabilidade frente a todos [os brasileiros]’”. Nós sabemos “que podemos contar com vocês e saibam que podem contar também com todos os venezuelanos na luta de vocês”.
O ato cultural foi mais uma mostra de que existe uma sincronia entre Brasil e Venezuela também culturalmente. Sem ensaio, o sambista Tobias da Vai Vai e a banda venezuelana Tambores Bomboyá tocaram juntos em um som que misturou pandeiros brasileiros e ritmos caribenhos.
Um grande ato
Integraram a mesa do evento os representantes do Fórum de São Paulo, Valter Pomar; do MST e Via Campesina, João Pedro Stédile; do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu; da Marcha Mundial de Mulheres, Nalu Faria; da UNE, Daniel Iliescu; do PSOL, Plinio de Arruda Sampaio; do PT, Adriano Diogo; da CTB, Nivaldo Santana; do Movimento Consulta Popular, Ricardo Gebrim; do Cebrapaz, Socorro Gomes; do Movimento de Moradia do Centro, GG; da União da Juventude Socialista, André Tokarski; o escritor e intelectual, Fernando Morais, o jornalista Max Altman, o cônsul de Cuba em São Paulo, Lázaro Méndez Cabrera, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilian Arvelaiz, o deputado pelo PT de São Paulo, Simão Pedro e o vereador de São Paulo pelo PCdoB, Jamil Murad.
Um ato emocionante que conseguiu unificar o setor progressista brasileiro em torno de uma causa: o apoio à reeleição de Hugo Chávez Frias, presidente venezuelano. Assim muitos participantes definiram o evento da campanha Brasil Está com Chávez realizado nesta quarta-feira (5) na Casa de Portugal, em São Paulo. Entusiasmado, o escritor Fernando Morais exultou: “que [o processo venezuelano] nos contamine. Oxalá a revolução bolivariana (…) chegue ao Brasil”.
Na atividade, que contou com mais de 200 pessoas, entre representantes de movimentos sociais, da intelectualidade e de partidos políticos, o Brasil manifestou sua solidariedade ao povo e ao governo venezuelano, que conduz a chamada revolução bolivariana no país.
A ideia da criação desta campanha surgiu durante o Fórum de São Paulo, realizado em Caracas entre 4 e 6 de julho deste ano. O grupo aprovou uma resolução final em apoio e solidariedade ao presidente Chávez, dentro do espírito da declaração do ex-presidente Lula, que, em vídeo gravado para o evento, declarou: “Chávez, a sua vitória é a nossa vitória”. Este é elo norteador das atividades da solidariedade com a Venezuela, como manifestou o representante do Fórum, Valter Pomar.
Não se trata de defender algo que está longe, que é estranho a nós, ressaltou Pomar. “A América Latina é muito importante para o futuro e o destino da esquerda mundial. O destino da América Latina passa pela integração entre nossos povos”. Segundo ele, no entanto, esse processo progressista no continente está ameaçado pela rearticulação da direita e do imperialismo. “A Venezuela tem dado mostras de que é necessária uma integração com conteúdo social diferente. Não basta uma integração formal entre países, é preciso [um processo] que signifique democracia real, poder popular, uma vida melhor para nossos povos, que tenha um horizonte de transformação social e que seja um horizonte claramente socialista”, ressaltou.
Para Pomar, a direita manipula os fatos por meio da imprensa hegemônica. Por isso, os jornais brasileiros começam a dizer que, apesar do claro favoritismo de Chávez, Capriles teria chance de ganhar, tal como visto no editorial do jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (4). Fazem isso porque “sabendo que vão perder, estão tentando montar um clima para desconhecer o resultado da eleição e fazer na Venezuela o que fizeram em outros países recentemente”, disse.
Trata-se de uma eleição continental, reforçou o coordenador do MST e da Via Campesina, João Pedro Stédile. “O que está em jogo na Venezuela não é só uma eleição, mas a disputa de dois projetos, com influência em todo o continente. De um lado está Capriles, representante da direita, do capitalismo, do outro, Chávez com um projeto alternativo popular dos povos da América Latina. (…) É uma luta de classes continental, que em cada um dos nossos países toma o caráter de luta ideológica. Derrubando a direita em nossos países, estaremos contribuindo para a vitória do povo venezuelano e latino-americano nesta batalha da Venezuela”.
O perigo que corremos, sintetizou Stédile é que “se Chávez perder essa disputa, os capitalistas retomarão a ofensiva e quiçá teremos em um novo período neoconservador em toda a América Latina, como foi nos anos 1960 e 1970 com as ditaduras militares”.
Batalha travada na mídia
O escritor e intelectual Fernando Morais fez questão de comparecer ao evento. "Sou chavista. Comprometido com o processo bolivariano”. Ele avaliou a campanha que a imprensa faz contra o processo bolivariano e o presidente Hugo Chávez. Durante o lançamento de seu livro mais recente, "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", fez diversos debates em todo o país. O assunto recorrente era seu apoio à Venezuela. Então sempre lançava um desafio: se não tiver uma matéria insultuosa contra o Chávez na capa de um dos três principais jornais da Venezuela, eu sorteio meu notebook, dizia. “O notebook está até hoje na minha mochila” brincou, concluindo que não há nada “mais eloquente do que a verdade”.
Morais lembrou ainda de outro livro de sua autoria “Chatô — o Rei do Brasil”. Em determinado momento de sua vida, Francisco de Assis Chateaubriand, o Chatô, brigou com o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antonio dos Santos Cabral, e ligou para o diretor dos seus jornais em Minas dizendo “eu descobri que Dom Cabral estuprou a irmã quando era jovem. Quero uma matéria sobre isso na capa em uma semana”. Como em uma semana não obteve o desejado, ligou de volta: “porque ainda não saiu nada?”. E o jornalista respondeu: “doutor Assis, é que descobrimos que D. Cabral não tem irmãs, é filho único”. E ele respondeu “isso não é um problema nosso, mas de D. Cabral”. E é “exatamente isso que nossa imprensa faz com a Venezuela”, ilustrou.
Para lutar contra esse monopólio, temos uma “coisa que está comendo por baixo igual cupim, que é a internet, é onde nós vamos disputar com eles. E é na internet que vamos ganhar. Temos que enfrentá-los onde podemos vencer”. Morais ressaltou que a revolução naquele país é transformadora e democrática. “Não há um preso político na Venezuela, um preso de consciência sequer. Que isso nos contamine. Oxalá que a revolução bolivariana (…) chegue aqui no Brasil”.
Integração solidária
A presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, enalteceu a unidade latina e sustentou que a garantia do projeto bolivariano da Venezuela é fundamental para assegurar a paz, a soberania e a autodeterminação dos povos: “Chávez demonstrou que era possível resgatar os recursos do povo que estavam sendo assaltados durante décadas, como o petróleo, o gás e as terras, e entregá-los ao povo, e ele fez isso, garantindo os interesses da Venezuela. O nosso destino é o destino da Venezuela, do Equador, da Bolívia. Nosso destino é um só”.
Entre os pontos abordados pelo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, está a diferença entre os projetos de integração para o continente. “A Venezuela propõe uma integração solidária. Não é a integração daquele Mercosul que os governos de Carlos Menen [Argentina] e Fernando Collor criaram: um Mercosul livre cambista que tinha como objetivo ser integrado posteriormente à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Mas um novo Mercosul que acaba de receber a Venezuela e vai receber o Equador, a Bolívia e todos os países da Alba e da América do Sul para fazer essa integração verdadeiramente solidária, econômica, social, política e cultural”.
De maneira poética, o presidente da União Nacional dos Estudantes, Daniel Iliescu, emocionou-se: “nossa geração pode viver um momento pelo qual outras gerações lutaram muito nos tempos da resistência. [Lutaram] para que fosse possível produzir os avanços que nosso tempo vê, um projeto que de fato afirma em cada um de nossos países a necessidade da integração política, social, econômica, cultural, simbólica e energética da América Latina. A integração latino-americana precisa crescer na consciência do nosso povo, da população brasileira, da juventude da América Latina como uma necessidade para nossos países serem mais justos, democráticos e avançados socialmente”.
E concluiu: “tenho orgulho de fazer parte de uma geração que reivindica seu passado, nossa trajetória de luta, reivindica a memória daqueles que tombaram, mas se agarra às possibilidades que o presente oferece para construir um futuro mais justo para a nossa gente. E esse futuro passa pela eleição de Chávez e é por isso que a juventude está com Chávez”.
Venezuela está com o Brasil
Encerrando o evento político, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilian Arvelaiz, observou que a solidariedade é antes de tudo um gesto de amor: “senti um pouco do espírito do Che Guevara que dizia que a solidariedade está na ternura dos povos. E senti muito amor e muita ternura hoje neste evento”. Segundo o diplomata, quando Chávez tomou conhecimento da campanha, há um mês, quando esteve no Brasil para oficializar a entrada do país no bloco, “ficou muito emocionado e disse: ‘sabemos que temos uma grande responsabilidade frente a todos [os brasileiros]’”. Nós sabemos “que podemos contar com vocês e saibam que podem contar também com todos os venezuelanos na luta de vocês”.
O ato cultural foi mais uma mostra de que existe uma sincronia entre Brasil e Venezuela também culturalmente. Sem ensaio, o sambista Tobias da Vai Vai e a banda venezuelana Tambores Bomboyá tocaram juntos em um som que misturou pandeiros brasileiros e ritmos caribenhos.
Um grande ato
Integraram a mesa do evento os representantes do Fórum de São Paulo, Valter Pomar; do MST e Via Campesina, João Pedro Stédile; do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu; da Marcha Mundial de Mulheres, Nalu Faria; da UNE, Daniel Iliescu; do PSOL, Plinio de Arruda Sampaio; do PT, Adriano Diogo; da CTB, Nivaldo Santana; do Movimento Consulta Popular, Ricardo Gebrim; do Cebrapaz, Socorro Gomes; do Movimento de Moradia do Centro, GG; da União da Juventude Socialista, André Tokarski; o escritor e intelectual, Fernando Morais, o jornalista Max Altman, o cônsul de Cuba em São Paulo, Lázaro Méndez Cabrera, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilian Arvelaiz, o deputado pelo PT de São Paulo, Simão Pedro e o vereador de São Paulo pelo PCdoB, Jamil Murad.
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