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Em seu último comício de campanha, realizado ontem na Vila Matilde, na zona leste da capital paulista, José Serra comparou o ex-presidente Lula ao "poderoso chefão". Ele se referiu duas vezes ao filme que aborda a trajetória da máfia italiana nos EUA para atacar Fernando Haddad. "Aqui não tem ninguém apadrinhado. O último filme que vi com esse título é dos anos 70, 'O Poderoso Chefão', que mandava, fazia isso e aquilo", esbravejou o tucano. Ele também garantiu, na maior caradura, que "não tenho padrinhos políticos".
O desesperado José Serra, que corre o risco de nem ir ao segundo turno das eleições paulistanas, devia ser mais cauteloso com suas comparações. Afinal, como comprova o livro "A privataria tucana", do premiado jornalista Amaury Ribeiro, ele é quem mais se parece com o "poderoso chefão". Sua família, segundo vários documentos disponibilizados na obra, lembra bastante as "famiglias" da máfia. Filha, genro, primo e outros amigos são acusados de desvio de recursos das privatizações no reinado de FHC e de lavagem da grana em paraísos fiscais.
O próprio Amaury também cita a máfia italiana ao se referir à privataria promovida por familiares de Serra. "Uma breve história da lavagem de dinheiro não pode dispensar um nome: Al Capone. Na vigência da Lei Seca (1920-1933), o rei dos gângsteres faturava US$ 100 milhões ao ano com bebidas alcoólica e prostituição. Tanto dinheiro precisa de uma fachada legal para justificar tamanha fortuna diante do Fisco. Capone, então, teria montado uma rede de lavanderias, de onde derivaria o termo 'lavar dinheiro'".
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