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Fazia tempo que eu não presenciava na capital paulista uma
manifestação tão generosa, criativa e carregada de energia. Um ato com tantas
tribos, expressão maior da unidade na diversidade. Um protesto com tantos
jovens, o que relativiza o dogma sobre o ceticismo político da juventude. A
manifestação “Existe Amor em São Paulo”, que lotou a Praça Roosevelt, no centro
da cidade, merece ser valorizada e estudada. Segundo os seus organizadores, ela
reuniu cerca de 30 mil pessoas durante toda a tarde deste domingo (21).
No meio da multidão, uma enorme bandeira com a foto
do revolucionário Che Guevara. Muitos jovens estamparam no peito o adesivo da
campanha de Fernando Haddad. Cartazes protestaram contra as abusivas “proibições”
impostas pelo prefeito conservador. Nos vários palanques montados na praça
recém-inaugurada, variedades de apresentações musicais e alguns discursos
exigindo uma cidade mais humana e solidária, livre de preconceitos e
intolerância, com mais integração cultural e social entre os seus
habitantes.
Um dos textos difundidos pelas redes sociais evidenciou o
caráter político da manifestação. “Há anos SP vem se tornando mais
agressiva, repressiva, individualista, proibida, militarizada. Enquanto as favelas
pegam fogo e a polícia ganha status de milícia, o poder político tenta
acabar com o público em prol do privado. Acabar com a festa em
prol do silêncio. Acabar com o pobre em prol do rico.
Acabar com a justiça em prol da ordem”. Contra toda essa regressão,
milhares de jovens lotaram a Praça Roosevelt.
A mídia hegemônica não entendeu – ou fingiu não entender – o
caráter político do ato contra as forças de direita de São Paulo.
O portal G1, das Organizações Globo, registrou a presença de mais de 8 mil
pessoas num evento cuja “intenção é mostrar para Fernando Haddad e José Serra
que a capital paulista precisa de mais atenção para a cultura”. É como se o ato
fosse neutro, sem qualquer opção política dos participantes. Na mesma linha, o sítio
UOL, do Grupo Folha, tentou descaracterizar as razões do protesto.
Uma das mensagens usadas para convocar todas aquelas tribos
foi explícita: “Faça amor, não faça Serra”. A mídia demotucana fingiu desconhecer este
slogan tão criativo e irreverente.
A desinformação da mídia era esperada. Se não tivesse passado por aqui saberia. Parabéns aos paulistanos, parabéns aos sujos que revertem a desinformação!
ResponderExcluirFaltaram as fotos deste evento.
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