sábado, 6 de outubro de 2012

Hobsbawm e os idiotas da Veja

Por Altamiro Borges

A revista Veja publicou nesta semana um artigo sobre a morte do historiador Eric Hobsbawm, ocorrida na segunda-feira. O texto é repugnante e evidencia todo o ranço direitista deste pasquim, que mais parece uma sucursal rastaquera da agência terrorista dos EUA, a CIA. Intitulado “a imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm”, o artigo afirma logo na abertura que o “maior historiador esquerdista de língua inglesa foi um idiota moral”. Na sequência, apenas adjetivações para desqualificar o renomado intelectual.

A revista da famiglia Civita, que bajula o império ianque e as suas guerras genocidas, não tolera o fato de Hobsbawm ter defendido a União Soviética em plena “guerra fria” e no auge da cruzada anticomunista. Para ela, “o talento de historiador ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável”. Com esta visão, própria dos ideólogos da direita, a Veja bombardeia importantes obras do escritor, como A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era do Império.

Segundo a revista colonizada, “o entusiasmo com a revolução bolchevique não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel”. Para ela, Hobsbawm não foi um historiador, mas um comunista! E ser comunista é crime. Daí o apoio dos “idiotas” da Veja a tiranos direitistas e golpistas do mundo inteiro! 

13 comentários:

  1. Nada leio da Veja (incluindo seus blogs) há muitos anos, quer dizer, nada leio dela diretamente. Acho, é achismo mesmo, que não se deveria ecoar o que ela publica, mesmo que seja para criticá-la. Por outro lado, acredito que seus profissionais têm de ser atacados (argumento contra o homem mesmo) como eles fazem com os que tomam por adversários. O sujeito foi condenado? A mulher dele está sendo processada? Por aí.

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  2. Revistinha simplismente RIDICULA! Ela sim é cega para vários assuntos no Brasil,defende sempre os seus interesses.!!! Deixei de ler VEJA já tem um bocado de anos!

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  3. Pensando bem: comentar a respeito desse pretenso semanário é levantar sua bola. Não vale a pena. O melhor de tudo é desconhecer.

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  4. Miro: Na veja não tem idiota, não. Pelo contrário, lá esta cheio de espertinhos ganhando muito dinheiro como penas de aluguel. Idiotas são aqueles que ainda acreditam na veja.

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  5. Que veja? Aquela salva por um grupo nazista ligado ao apartheid?Esse grupo nazista deve ser destruido assim como foram o apartheid e o imperio nazista.É inadimissivel que esses criminossos continuem aí soltos e fazendo das suas impunemente.

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  6. Benjamin Eurico Malucelli6 de outubro de 2012 às 17:32

    Fui leitor de Veja desde o número 1 (1968). Era uma revista fantástica, limpa, ética, dirigida por não menos que Mino Carta. Fui assinante de Veja até meados/final dos anos 90. A partir daí, a revista transformou-se no lixo que hoje conhecemos. Hoje, repudio veementemente esse lixo. Não leio e nem toco nessa revista para não ficar com as mãos sujas. Mas, infelizmente, alguém tem que fazer o "trabalho sujo" que é o de nos informar sobre as cretinices e nojeiras que ela publica. Lamento, Miro, mas...

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  7. [O PRODUTO DA IMPUNIDADE X PARCIALIDADE NO CONJUNTO DA SOCIEDADE, ENFIM, EMBRUTECIDA! ENTENDA O PARTIDO POLÍTICO, DISPARADO, CAMPEÃO DOS FICHAS SUJAS!]

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    ATAQUE

    O PSDB aproveitou o último dia da campanha para lançar um ataque contra o PT. Logo cedo, um panfleto vinculando o PT de Haddad ao escândalo do Mensalão, em julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), circulou em algumas regiões da cidade.
    Logo pela manhã, Haddad acusou o PSDB de lançar ataques em panfletos apócrifos (sem assinatura). O coordenador-geral da campanha tucana, Edson Aparecido, negou que o documento fosse apócrifo.
    "Não foi apócrifo. Quem assina o documento é o Diretório Estadual do PSDB", disse. Foram produzidos 1 milhão de panfletos sugerindo aos eleitores que *não votem em partidos "vinculados à corrupção" e recomendando que o eleitor "vote contra o mensalão".

    CACHOEIRA - perdão, ato falho -, FONTE: "grande" mídia nativa!

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    *já pensou se os eleitores paulistanos seguirem o conselho do Diretório Estadual do PSDB?! [RISOS] Lembrando o egrégio pensador humanista Eduardo Galeano: “As elites desprezam as próprias ignorâncias!” Coitado do candidato(!) (S)erra!...

    RESCALDO: independentemente dos resultados do próximo domingo, a DIREITONA conseguiu “melar” as eleições municipais! Lastimável e deplorável o conluio PIG-STF! É a nossa subdemocracia de ‘Nois’ Bananas!...

    Que país é esse, sô?! República de ‘Nois’ Bananas, responde, “na lata”, o matuto ‘bananiense’!

    Bahia, Feira de Santana
    Messias Franca de Macedo – empanturrado de pipoca e limonada, elevando a audiência da TV (In)Justiça!…


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  8. Para a midia na nossa Repubrica o importante é muita bunda e pouca vergonha; Dilma olha la! ta na hora de criar a bolsa vergonha na cara da midia enquanto da.

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  9. A Associação Nacional de História respondeu ao artigo da Veja.

    "RESPOSTA À REVISTA VEJA - Eric Hobsbawm: um dos maiores intelectuais do século XX

    Na última segunda-feira, dia 1 de outubro, faleceu o historiador inglês Eric Hobsbawm. Intelectual marxista, foi responsável por vasta obra a respeito da formação do capitalismo, do nascimento da classe operária, das culturas do mundo contemporâneo, bem como das perspectivas para o pensamento de esquerda no século XXI. Hobsbawm, com uma obra dotada de rigor, criatividade e profundo conhecimento empírico dos temas que tratava, formou gerações de intelectuais. Ao lado de E. P. Thompson e Christopher Hill liderou a geração de historiadores marxistas ingleses que superaram o doutrinarismo e a ortodoxia dominantes quando do apogeu do stalinismo. Deu voz aos homens e mulheres que sequer sabiam escrever. Que sequer imaginavam que, em suas greves, motins ou mesmo festas que organizavam, estavam a fazer História. Entendeu assim, o cotidiano e as estratégias de vida daqueles milhares que viveram as agruras do desenvolvimento capitalista. Mas Hobsbawm não foi apenas um “acadêmico”, no sentido de reduzir sua ação aos limites da sala de aula ou da pesquisa documental. Fiel à tradição do “intelectual” como divulgador de opiniões, desde Émile Zola, Hobsbawm defendeu teses, assinou manifestos e escolheu um lado. Empenhou-se desta forma por um mundo que considerava mais justo, mais democrático e mais humano. Claro está que, autor de obra tão diversa, nem sempre se concordará com suas afirmações, suas teses ou perspectivas de futuro. Esse é o desiderato de todo homem formulador de ideias. Como disse Hegel, a importância de um homem deve ser medida pela importância por ele adquirida no tempo em que viveu. E não há duvidas que, eivado de contradições, Hobsbawm é um dos homens mais importantes do século XX.
    Eis que, no entanto, a Revista Veja reduz o historiador à condição de “idiota moral” (cf. o texto “A imperdoável cegueira ideológica da Hobsbawm”, publicado em [...]). Trata-se de um julgamento barato e despropositado a respeito de um dos maiores intelectuais do século XX. Veja desconsidera a contradição que é inerente aos homens. E se esquece do compromisso de Hobsbawm com a democracia, inclusive quando da queda dos regimes soviéticos, de sua preocupação com a paz e com o pluralismo. A Associação Nacional de História (ANPUH-Brasil) repudia veementemente o tratamento desrespeitoso, irresponsável e, sim, ideológico, deste cada vez mais desacreditado veículo de informação. O tratamento desrespeitoso é dado logo no início do texto “historiador esquerdista”, dito de forma pejorativa e completamente destituído de conteúdo. E é assim em toda a “análise” acerca do falecido historiador. Nós, historiadores, sabemos que os homens são lembrados com suas contradições, seus erros e seus acertos. Seguramente Hobsbawm será, inclusive, criticado por muitos de nós. E defendido por outros tantos. E ainda existirão aqueles que o verão como exemplo de um tempo dotado de ambiguidades, de certezas e dúvidas que se entrelaçam. Como historiador e como cidadão do mundo. Talvez Veja, tão empobrecida em sua análise, imagine o mundo separado em coerências absolutas: o bem e o mal. E se assim for, poderá ser ela, Veja, lembrada como de fato é: medíocre, pequena e mal intencionada.

    São Paulo, 05 de outubro de 2012

    Diretoria da Associação Nacional de História
    ANPUH-Brasil
    Gestão 2011-2013

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  10. Jaime Iglesias Serral6 de outubro de 2012 às 23:08

    Concordo com o Ramalho. Muitos blogueiros de esquerda aidna perdem tempo comentando as teorias repugantes desse pasquim de bandidos. O que devemos fazer, e também concordo, é dar destaque a todas as falcatruas desse povinho, como, por exemplo, o fato de a mulher do Noblat estar sendo processada no STF, divulgar mais e mais o livro Privataria Tucana, enfim, vamos mostrar a 'porcalhada' dessa gente e não dar eco a teorias tão rasas, típicas dos idiotas burgueses-pós-liberalismo.

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  11. Hobsbawm deve estar a morrer de rir.

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  12. É interessante analisar a resposta da ANPUH-Brasil, que é bastante cuidadosa no sentido de apontar os méritos de Hobsbawm (coisa que Veja também faz) e bastante leviana no momento em contradizer a revista naquilo que é o cerne da questão: o relativismo moral.

    Observem este parágrafo: "Ao lado de E. P. Thompson e Christopher Hill liderou a geração de historiadores marxistas ingleses que superaram o doutrinarismo e a ortodoxia dominantes quando do apogeu do stalinismo".

    Tirando de lado o embromês, isto quer dizer o seguinte: enquanto os "conservadores" criticavam a matança em nome da ideologia Marxista que ocorria durante o Stalinismo, a trinca justificava a ação "por um mundo que considerava mais justo, mais democrático e mais humano." A palavra "democrático" nesta frase é um evidente contrabando, pois é, em essência, uma contradição absoluta com os fatos descritos.

    Não tenho procuração para defender a VEJA, e muitas vezes discordo de posições da revista. No caso em questão, acho que o artigo foi rude, desnecessariamente deselegante. Mas, embora discorde do tom, concordo com o teor. VEJA critica Hobsbawm porque, mesmo quando não havia mais dúvida possível sobre o desastre que foi a experiência comunista (não só na União Soviética), ele relutou em tecer críticas a este projeto genocida e só veio a fazê-lo, de forma parcial, no final da vida.

    É interessante observar ainda que, nesta semana de polêmicas, a nota da ANPUH diz "O tratamento desrespeitoso é dado logo no início do texto “historiador esquerdista”, dito de forma pejorativa e completamente destituído de conteúdo". Curiosamente, neste mesmo período, em Cuba, os jornalistas Yoani Sánchez, Reinaldo Escobar e Agustín Díaz foram presos para que não noticiassem um julgamento. Sobre isto, os "historiadores de esquerda" não deram nenhum pio, muito menos uma noitinha genérica e preguiçosa.

    Se o aposto de Veja foi desrespeitoso com os "de esquerda", o silêncio eloquente destas pessoas sobre as prisões políticas e a ditadura Cubana são desrespeitosos diariamente para com todos aqueles que levam o conceito de democracia a sério.

    Para quem é realmente um democrata, quem silencia diante dos crimes cometidos por aliados ideológicos e simpatizantes é sim um idiota moral, ou um inocente que não entendeu direito sobre o que estava falando. A segunda hipótese não era o caso do Hobsbawm.

    Sartre (aquele, “de esquerda”) certa feita definiu que ético é o que permito ao outro fazer comigo. Eu admito que me matem? Não, logo, não é ético que eu mate. É um conceito simples, que não admite relativismo moral. A crítica original da revista tratava disto: a dificuldade que um homem de excepcional cultura e inteligência teve em renunciar a seus sonhos, mesmo quando já haviam se transformado em pesadelos. Já a carta da ANPUH, em essência, como apontei, defende não apenas Hobsbawm, mas o próprio pesadelo.

    Não há generalidades em minhas afirmações: o negócio não é matar a cobra e mostrar o pau, mas matar a cobra e mostrar a cobra junto com o pau. Façam isto com a VEJA e serão heróis nacionais, mas, por enquanto, são apenas caixa de ressonância de uma mentira repetida milhões de vezes, como Goebbels ensinou.

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  13. gostei de como a Associação Nacional de História terminou seu texto: VEJA medíocre pequena e mal intencionada.
    Tb não leio nada dessa porcaria faz tempo!

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