Por Altamiro Borges
Mentor e padrinho de Gilberto Kassab, prefeito que aparece com
42% de rejeição nas pesquisas, Serra preferiu atacar a administração de Marta
Suplicy. Na maior caradura, afirmou que a atual senadora deixou a prefeitura
quebrada e endividada. Do auditório da Band, Marta reagiu indignada: “Mentira”.
Aliado incondicional do ex-governador José Roberto Arruda e do ex-senador Demóstenes
Torres, dois corruptos flagrados com batom na cueca, ele citou várias vezes o
ex-ministro José Dirceu.
A TV Bandeirantes promoveu ontem à noite o primeiro debate
entre os dois finalistas da eleição para a prefeitura paulistana. O que se viu
é que José Serra, apesar da queda nas pesquisas, não vai abandonar sua
linha agressiva de campanha nesta reta final. Ele não detalhou as suas propostas –
como ele mesmo já disse, pouco importa o programa de governo – e partiu para o
ataque contra Fernando Haddad. Serra citou o “mensalão petista”, criticou a ex-prefeita Marta Suplicy e tentou desqualificar o candidato adversário.
Ministro do ex-presidente FHC, que destruiu o país – com recordes
de desemprego, privatizações criminosas, servilismo ao FMI e várias outras
desgraceiras –, o tucano teve o desplante de falar em “experiência
administrativa” para estigmatizar Fernando Haddad. Voltou a criticar as fraudes
no Enem, deixando de mencionar que a gráfica responsável pelo crime é do Grupo
Folha, que sempre o apoiou nas disputas eleitorais e que terá que pagar uma
multa de R$ 73,4 milhões pelo vazamento das provas.
Felizmente, Fernando Haddad não se intimidou diante da agressividade
do eterno candidato do PSDB – que ainda mete medo em alguns jornalistas da
mídia “chapa-branca”. Logo no início do debate, o petista ainda fez “um convite para uma campanha de alto nível” e propôs que Serra deixasse a “truculência de lado”. Como o pedido foi em vão, Haddad reagiu à altura e
mostrou-se preparado. Com ironias e inúmeros dados, ele desmontou a péssima
gestão de Kassab e desmascarou a falsa propaganda do tucano.
“... ex-presidente FHC, que destruiu o país...“
ResponderExcluirAs gestões de FHC, como ministro da fazenda e presidente da república, levaram a dívida pública líquida de cerca de 26% do PIB, em 1993, para cerca de 60% do PIB, em 2002. FHC et caterva endividaram o país em 34% do PIB - e isto conservadoramente, pois, provavelmente, a dívida contraída foi maior.
Para se ter ideia da dimensão do rombo em reais, é necessário, referi-lo a um PIB brasileiro recente; assim, atualiza-se o PIB e a unidade monetária. Tomando-se o PIB de 2011, vê-se que os 34% do PIB equivalem, então, a estonteantes UM TRILHÃO E QUATROCENTOS E OITO BILHÕES DE REAIS.
UM TRILHÃO E QUATROCENTOS E OITO BILHÕES DE REAIS é muito dinheiro, mormente quando se sabe que o patrimônio nacional não aumentou no período (ao contrário, diminuiu com a privataria), não houve ganhos extraordinários do funcionalismo civil e militar, as aposentadorias perderam poder de compra, os serviços públicos foram aviltados. Do ponto de vista do Estado, portanto, o dinheiro sumiu, ou seja, o endividamento não se deu em favor do interesse público.
Para onde foi essa fábula de dinheiro? Para banqueiro, rentista, paraíso fiscal, político do governo? Para onde foi o dinheiro? Por que o dinheiro foi para onde foi? Havia alternativa menos onerosa na condução da política econômica do país? A política econômica praticada atendeu o interesse público?
Enquanto FHC e o PSDB não responderem convincentemente estas perguntas, tem-se todo o direito de dizer que, no governo FHC, houve o maior assalto da história brasileira ao patrimônio público (mormente depois de que, segundo o Supremo, indício passou a ser prova). Jamais se roubou tanto a “viúva”, quanto durante o governo fernandista.
Excelente comentário, Ramalho. O povo precisa ter conhecimento desse assalto a mão armada a nação. PSDB nunca mais!!!!
ResponderExcluirHaddad deu um show de competência! Tiro certeiro de Lula! Sampa eh nossa
ResponderExcluirFundamental esse balanço do debate. Serra só tem baixaria, não tem propostas. Também queria elogiar o comentário do Ramalho. É preciso que a esquerda consiga chegar a mais pessoas para levar os dados estarrecedores que o Ramalho expôs.
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