Por Altamiro Borges
Em seu editorial de ontem, o Estadão jogou a toalha. Após atacar
o “caudilho” e elogiar o “hiperativo” direitista, o jornalão afirma que “a
aposta mais segura ainda é na vitória de Chávez. O mais confiável dos
levantamentos deu-lhe 10 pontos de vantagem na semana passada. Dos seis
institutos empenhados em colher as intenções de votos dos 19 milhões de eleitores
dessa nação polarizada até a medula, apenas um registrou empate técnico entre
os contendores, com vantagem mínima para Capriles”.
O discurso dos golpistas derrotados
2.131.332 razões para reeleger Chávez
A mídia brasileira bem que tentou vender a ideia de que a
eleição na Venezuela estava indefinida. Com base em pesquisas manipuladas, ela
saudou o crescimento da candidatura do ricaço Henrique Capriles, apresentado
como “jovem”, “dinâmico” e outras bajulações, e garantiu que o presidente Hugo
Chávez, sempre tratado como “ditador” e “populista”, estava em queda. Agora, na
reta final do pleito – que ocorre neste domingo (7) –, ela é forçada a
reconhecer que estava mentindo e já dá como certa a vitória do líder bolivariano.
Apesar da confissão da derrota, o Estadão já adota o
discurso dos golpistas venezuelanos de questionar o resultado das urnas. “Como
ficará o país, no terceiro mandato de um governante autocrático sob o risco de
uma recidiva do câncer que o acometeu? (...) O cenário é de instabilidade
política, sejam quais forem os números proclamados pela autoridade eleitoral”. O
jornalão conservador, que apoiou o fracassado golpe de abril de 2002, afirma na
maior caradura que o líder bolivariano pode levar o país “a uma guerra civil”.
A Folha, em editorial no domingo, também já havia lamentado
a derrota do seu candidato. “Capriles cresce nas pesquisas, mas Chávez
intensifica a campanha em seu estilo autoritário e é o favorito”. Para a
famiglia Frias, a vitória do bolivariano deriva do “abandono de qualquer
resquício de responsabilidade fiscal para irrigar com verbas públicas os
projetos sociais. As ‘misiones’, como são conhecidas tais iniciativas,
transformaram-se, pelas mãos do marqueteiro petista João Santana, no maior
trunfo da campanha presidencial”.
Os argumentos da mídia “privada” contra Chávez são patéticos.
Revelam todo seu elitismo e reacionarismo. Para ela, os programas sociais,
que reduziram drasticamente a miséria na Venezuela,
representam “gastança pública” e “populismo” – o mesmo argumento da oposição
demotucana no Brasil. A mídia rentista preferia o período em que os recursos da
petroleira PDVSA enriqueciam a elite burguesa que reside em Miami. Daí a sua
aposta no ricaço Henrique Capriles, que também é dono de veículos de comunicação.
Até Clóvis Rossi, ácido crítico dos governos de esquerda
a América Latina, reconhece que “há exatamente 2.131.332 razões para acreditar
que Hugo Chávez tende a ser re-reeleito presidente. É o número de pessoas que
deixaram a pobreza nos 13 anos de reinado deste militar de 58 anos, caudilho
por excelência. Quando Chávez ganhou sua primeira eleição, em 1998, a Venezuela
tinha 11.212.273 pessoas em situação de pobreza, das quais 4.523.392 eram
extremamente pobres. Em 2011, os números caíram para 9.080.941 e 2.450.621”.
A
famiglia Frias, que emprega o jornalista Clóvis Rossi, parece que não enxerga
estas mudanças sociais!
A mídia que desinforma, mente, planta factóides com a intenção de auferir ganhos para interesses políticos e empresariais está "apenas" aplicando golpes para desestabilização de governos ou para fazer vingar seus interesses. Como deveriam prestar serviço, na condição de concessão pública, e fazem o contrário, há que aplicar o que reza a Constituição brasileira. Resta saber quem o fará...
ResponderExcluir
ResponderExcluirSe tivéssemos MEIO Chaves no Brasil não teríamos que aturar a bandalheira do PIG. Vida longa a Chaves!