Muita adrenalina na eleição de SP

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Por Altamiro Borges

A pesquisa Ibope divulgada ontem confirma que a eleição para a prefeitura da capital paulista será disputada palmo a palmo – ou “focinho a focinho”, como já antecipou o blogueiro Ricardo Kotscho. Estes últimos quatro dias serão decisivos. A batalha será travada nas ruas, no corpo-a-corpo, e também nas redes sociais. Qualquer bobeada ou corpo mole poderá ser fatal. Apesar de desconfiar dos grandes institutos de pesquisa – a grana circula neste terreno –, não há dúvida que muita adrenalina vai rolar nesta reta final.

O Ibope reforçou a hipótese de que a eleição está embaralhada, indefinida. Até Celso Russomanno, o midiático candidato do PRB, que já se considerava tranquilo no segundo turno, está histérico. Ele ainda lidera a sondagem, com 27% das intenções de voto, mas perdeu sete pontos percentuais – uma queda acentuada. Desesperado, o “azarão” dá socos na mesa e parte para o ataque contra o Fernando Haddad. Ele sabe que tem melhores condições de vitória se o seu rival no segundo turno for o rejeitado José Serra.

A disputa pelo segundo lugar

Já o tucano e o petista seguem empatados. Segundo o Ibope, Serra subiu dois pontos – de 17% para 19%; e Haddad manteve os 18% da sondagem anterior. Os números são estranhos – e o instituto sempre pode alegar que estão na margem de erro. Afinal, o tucano vinha em queda nas pesquisas. Já o petista crescia, de forma lenta, porém segura. Qual o fato novo que alterou esta tendência? O uso da máquina pública do governo estadual e da prefeitura? O linchamento midiático operado no julgamento do “mensalão do PT”?

A pesquisa Ibope também trouxe uma novidade: o crescimento da candidatura de Gabriel Chalita (PMDB), que subiu três pontos e está com 10% das intenções de voto. Ela ainda confirmou a alta taxa de rejeição do eterno candidato do PSDB – 38% dos eleitores afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. No caso de ir ao segundo turno, Serra perderia em qualquer cenário. A simulação do Ibope aponta que Russomanno teria 46% contra 28% do tucano; e que Haddad também derrotaria Serra – 39% a 30%.