Por Altamiro Borges
A retirada da pauta irritou as lideranças dos trabalhadores,
que organizaram caravanas a Brasília. “Marco Maia nos disse que colocaria o
projeto em votação”, protestou o presidente da Confederação Brasileira de
Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), Warley Gonçalves. Na prática,
segundo os ativistas, o governo não quer mexer no fator
previdenciário. Garibaldi Alves, ministro da Previdência, inclusive já disse em
entrevistas que o governo agora não aceita sequer um substituto à herança
neoliberal de FHC.
Por pressão direta do Palácio do Planalto, o presidente da
Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), decidiu retirar da pauta de
votação o projeto que extingue o fator previdenciário – uma herança maldita do
ex-presidente FHC que até hoje penaliza aposentados e pensionistas. Ele
anunciou que tentará mediar uma nova negociação entre o governo e os
representantes das centrais e das entidades de aposentados para dar
fim ao impasse. Só então, o explosivo tema voltaria a debate e votação no parlamento.
O fator previdenciário foi criado em 1999 em plena ofensiva
ideológica do neoliberalismo. Os tucanos justificaram a medida contrária aos trabalhadores
alegando que o Estado estava falido e que precisa cortar gastos. Ao mesmo
tempo, o PSDB privatizava as estatais e doava bilhões aos banqueiros. O fator
tem uma fórmula que leva em conta o tempo de contribuição, a idade e a
expectativa de vida no momento da aposentadoria. Esta quebra de contrato,
ironia neoliberal, reduziu drasticamente o benefício de quem se aposenta.
Desde FHC, o movimento sindical liderou várias ações contra
este golpe. Com a vitória de Lula em 2002, a expectativa era de que o fator
previdenciário, tão criticado na campanha eleitoral, fosse enterrado. Mas o
novo governo acabou se submetendo à pressão da oligarquia financeira e manteve a
distorção. Houve até tentativas para se encontrar uma solução intermediária – a
chamada fórmula 85/95, com novos cálculos da aposentadoria. Mas não houve
acordo e a fórmula antiga segue prejudicando milhões de trabalhadores.
A lógica perversa do capitalismo é que há um "rombo na previdência", pois cada vez a espectativa de vida do trabalhador é maior, e não há contribuições suficientes para ganhos melhores dos aposentados. Mas os trabalhadores produzem a riqueza do mundo. Parte dessa riqueza produzida, que integra o patrimônio dos capitalistas, tem que ser usada para o pagamento dos aposentados.
ResponderExcluirDilma assume perseguição aos aposentados e pensionistas
ResponderExcluirAntonio Ranauro Soares
A máscara da mentira cai e mostra a verdade para todos. Vejam como D. Dilma é dúbia: o que ela critica dos outros países é a mesma política que aplica em cima do povo brasileiro.
Segue abaixo a noticia para fazer cair a sua máscara.
Dilma veta aumento real
para aposentados em 2013
Planejamento fala em “gastos excessivos” com servidores
Péssima notícia: os aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que recebem acima de um salário mínimo (hoje, R$ 622) deverão ter reajuste apenas pela inflação, prevista em 4,5%, no ano que vem.
A presidente Dilma Rousseff vetou da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a prévia do Orçamento para 2013, a proposta que previa a valorização dos benefícios da Previdência -que seria discutida entre o governo e os sindicatos de aposentados e pensionistas.
O presidente da Cobap (Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil), Warley Martins, já considera improvável que o reajuste maior seja concedido pelo governo. “Eu acho que está difícil. Na Câmara e no Senado, a gente pode até conseguir incluir no Orçamento, mas a presidente vai acabar vetando de novo”, disse, acrescentando que a última esperança dos aposentados é a inclusão de uma emenda na proposta da LOA (Lei Orçamentária Anual).
Diante da greve generalizada de várias categorias, o governo vê a despesa com a folha de pagamentos dar saltos impressionantes a cada ano. Nos últimos oito anos, o governo aumentou em 133% a despesa com a folha de pagamento dos servidores federais.
Dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento apontam que as despesas subiram de R$ 64,7 bilhões, em 2003, para R$ 151 bilhões no final do ano passado. No acumulado do ano, os gastos com pagamento de pessoal somam R$ 182,2 bilhões. As despesas incluem salários de servidores militares e civis que estão na ativa, aposentados e pensionistas. Na contramão dos pleitos dos sindicalistas, que reivindicam reestruturação de carreira, o professor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Roberto Macedo, sugere cautela e acende o alerta para o grau de “endividamento” do governo federal.”
(fonte: Agora.uol.com)
É uma bosta de governo demagogo e covarde. O FHC já se sabia do seu neoliberalismo, mas um governo que se propunha ser diferente e corrigir essas injustiças sociais, que teve o voto de confiaça de um povo justamente para reversão desse quadro, é trairagem.
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