Nelson Antoine/ Estadão Conteúdo |
Na noite desta terça-feira (13/11), estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo paralisaram seus estudos e ocuparam a reitoria da universidade, localizada no campus de Perdizes, na zona oeste da capital paulista.
O protesto é contra a nomeação da professora de letras Anna Maria Marques Cintra para o cargo de reitora da instituição. Terceira e última colocada nas eleições diretas, Anna Maria foi designada para a função pelo grão-chanceler da instituição, o cardeal arcebispo de São Paulo Odilo Scherer. O vice-reitor será o médico José Eduardo Martinez.
A eleição direta, realizada em agosto, foi vencida pelo atual reitor da universidade, Dirceu de Mello. Durante os debates eleitorais no mesmo período, os três candidatos ao cargo assinaram um termo de compromisso abdicando assumir a reitoria caso não fossem o mais votado.
De acordo com os organizadores, dois mil alunos, principalmente dos cursos de administração, direito, economia, jornalismo e serviço social participaram do ato e ocupação da reitoria. Durante o protesto, os estudantes redigiram uma carta repudiando a atitude antidemocrática da Fundação São Paulo (FUNDASP), mantenedora da universidade e ligada à igreja católica.
Para acompanhar as manifestações e prestar apoio aos acadêmicos, a mesa diretora da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), Alexandre Silva, Katu Silva e Pedro Paulo estiveram presentes na assembleia realizada pelos estudantes. Leia aqui a nota oficial da entidade em apoio aos estudantes puquianos.
O presidente da UEE-SP, Alexandre Silva acredita que democracia deve ficar sempre em primeiro plano. “A comunidade acadêmica viveu um período de aplicação do aprofundamento da democracia direta. Não podemos deixar a repetição do mesmo erro que aconteceu na escolha do reitor da Universidade de São Paulo. É preciso que prevaleçam os valores da democracia que neste caso, atende à posse para o atual reitor da instituição”.
Segundo o coordenador da comissão de ocupação da PUC, Roberto de Oliveira, assembleia desta manhã (14/11) que reuniu mais de mil estudantes, referendou o processo de greve geral estudantil com o apoio de professores e funcionários da instituição.
“A ocupação da reitoria foi um ato simbólico, um fator político. Entregaremos ainda hoje o local”, garantiu Oliveira. Um inventário atestando as condições encontradas no ato da ocupação está sendo providenciado pelos estudantes, que utilizaram também câmeras de vídeo para comprovar a não degradação do patrimônio.
Uma assembleia pública na noite da próxima quarta-feira (21), decidirá os próximos passos contra a decisão da universidade. Representantes da Fundação São Paulo, o cardeal arcebispo de São Paulo Odilo Scherer, estudantes, professores e representantes da comunidade serão convidados à discutirem a situação.
Em nota publicada no site da APROPUC, os professores da instituição afirmaram que a soberania popular está em risco e garantiram que não se curvarão ante a política de fato consumado. “Assim como resistimos, no passado, aos golpes assestados pela ditadura militar, resistiremos agora à tentativa de liquidar a democracia universitária orquestrada pela Fundação São Paulo”.
Durante entrevista à PUC VIVA (jornal da PUC), a nova reitora afirmou que os alunos não seguidores do catolicismo e comunistas não deveriam estudar na universidade. “A universidade pode ser católica, mas a educação é laica. Não podemos deixar retroagir a nossa liberdade de escolha e expressão”, considera ainda o presidente da UEE-SP
Leia aqui a carta aprovada ontem pela assembleia estudantil.
Essa turma tem a síndrome do Cerra: a plavra (escrita e assinada) não vale NADA, NADA, NAAAAADA!
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