quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CPI do Cachoeira e covardia política

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Por 18 votos a 16, o relatório final da CPI do Cachoeira, elaborado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), foi rejeitado nesta terça-feira (18). O documento pedia o indiciamento do mafioso Carlinhos Cachoeira, do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do ex-sócio da construtora Delta, Fernando Cavendish, entre outros. Os votos do PSDB e de parte do PMDB foram decisivos para o fim melancólico da CPI. No final da sessão, foi aprovado apenas um requerimento que pede ao Ministério Público Federal que continue as investigações.

O resultado desta Comissão Parlamentar de Inquérito, que durou mais de oito meses, evidencia que a correlação de forças ainda é muito desfavorável no Congresso Nacional e que a mídia privada exerce forte influência sobre os deputados e senadores. Na prática, jornalões, revistonas e emissoras de tevê atuaram para sabotar as investigações do CPI, afirmando que ela servia aos interesses do “lulopetismo”. Além disso, o melancólico desfecho confirma os danos causados pela covardia política e pelo pragmatismo exacerbado.

Com a desculpa de que era preciso evitar o confronto, o relator Odair Cunha foi pressionado a retirar do seu relatório o pedido de indiciamento do jornalista Policarpo Jr., editor da revista Veja, e de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Isolado, o deputado mineiro rendeu-se à pressão, alegando que cortava o “secundário” para garantir a aprovação do relatório final. O vexaminoso recuo, porém, não garantiu nem sequer este desfecho “negociado” nos bastidores do cretinismo parlamentar.

Mesmo após todos os conchavos, o PSDB encaminhou contra o relatório para poupar o tucano Marconi Perillo. Já um setor do PMDB votou contra o documento que pedia o indiciamento do ex-dono da Delta para salvar o governador Sérgio Cabral (RJ). Em síntese, o recuo não garantiu a aprovação do relatório final, desmoralizou as forças que se empenharam nas investigações e nem sequer serviu para politizar a sociedade, desmascarando os amigos íntimos da máfia de Carlinhos Cachoeira – que segue em liberdade!

8 comentários:

  1. Paz, bem e feliz Natal!
    .
    Exato!
    .
    Tanto de agacharam
    que apareceu a bunda.
    Agora não venham dizer
    que foram ludibriados.
    .
    Tivessem tido culhões
    para,
    no relatório, denunciar Policarpo, Veja etc.
    poderiam ir pra cima dos Deputados (Miro Teixeira etc.)
    que protegessem a “imaculada” imprensa,
    agora fiquem a lamber as feridas.

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  2. O PT SE TORNOU O PARTIDO MAIS FROUXO DA HISTORIA.
    ACHO QUE ELES QUEREM QUE DESISTAMOS DE LUTAR POR LULA E PELO SEU LEGADO.
    ESTÃO ENVERGONHADOS COM O SUCESSO (DE LULA/DILMA) E EMPAREDADOS PELO pig (QUE ESTÁ GANHANDO DE LAVADA)

    Paulo Quadros

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  3. É isso o que se pode esperar da "base aliada". Quando se precisa deles para indiciar políticos, contraventores e empresários, com base em provas fartamente documentadas, eis que imperam os intere$$es.
    Que dirá da defesa de condeanados do "mensalão do PT", julgados com base em "provas tênues" e do "domínio do fato".
    Daí se pode depreender o comportamento dessa malta, quando e se vier a ser julgado o mensalão dos tucanos e as investigações da privataria tucana.
    Pobre país.

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  4. Não é covardia. É voto na Câmara e no Senado. É correlação de Fôrças, Estupido. É voto, é representativide, é a DEmocracia, Estupido.

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  5. Gostaria que fosse divulgada a lista dos deputados que votaram contra e a favor do relatório final da CPI do Cachoeira.

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  6. Nenhum partido decidiu isso. Os sigilos foram encaminhado para o Ministério Público e as investigações poderão continuar, mesmo que Sérgio Cabral não tenha nenhuma ligação com o caso.

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  7. Catarata

    Quando levantei suspeitas acerca da recém-criada CPI do Cachoeira, algumas críticas me acusaram de fazer o jogo da imprensa corporativa, tentando gorar antecipadamente os trabalhos. Ao longo dos seis conturbados meses que eles tomaram, de fato houve momentos alvissareiros, recebidos com desmedida euforia por setores da blogosfera. Agora que é possível fazer um balanço dos resultados, porém, lamento a confirmação das minhas expectativas.

    O fracasso parecia inevitável desde que a Delta ganhou destaque na CPI. A idéia de que o relatório pudesse partir das vastas conexões políticas da empresa para envolver ao mesmo tempo a revista de maior circulação no país e o Procurador-Geral da República, sem que as audiências lhes dedicassem um mínimo rigor investigativo, ultrapassava qualquer juízo sensato. A tentativa inicial do relator Odair Cunha de citá-los só pode ser entendida, portanto, como esforço para salvaguardar sua reputação junto à militância mais crédula.

    O episódio evidencia a inabilidade estratégica do PT na condução da base parlamentar federal. Buscando criar um legítimo e necessário contraponto à tendenciosa cobertura midiática do julgamento no STF, o partido investiu esforços na pior alternativa possível. Atraiu inimigos fortes e numerosos demais, misturou polêmicas de abrangência descabida, forneceu pretextos para a desmoralização seletiva do noticiário e criou uma esperança irreal na platéia progressista. Com o devido respeito, parece até de propósito.

    É curioso perceber que o equívoco praticamente sepultou as chances de uma CPI sobre as privatizações dos governos FHC. Esta constrangeria o Ministério Público a debruçar-se sobre um tema explosivo, que no futuro colocaria à prova o espírito saneador do STF. Mesmo que a decepção fosse previsível (ninguém imagina que Roberto Gurgel pediria a prisão de Verônica Serra ou que Joaquim Barbosa condenaria um ministro de FHC baseado no “domínio do fato”), os tiroteios resultantes ajudariam a divulgar as estranhas coincidências registradas no livro “A Privataria Tucana”.

    A questão de combater os abusos do poder midiático passa por caminho diverso. A tão sonhada “murdochização” da imprensa antidemocrática exige que a esquerda parlamentar assuma essa bandeira com a necessária coragem, propondo CPI específica, mobilizando grupos de trabalho, utilizando seus laços com o Judiciário e pressionando governos a suspenderem a publicidade estatal em certos veículos. Se não há condições políticas para tanto, cabe à intelectualidade progressista redimensionar suas esperanças, adotando propostas menos irrealizáveis e frustrantes.

    http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/

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  8. PT Amarelão; PT Amarelão; PT Amarelão!

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