domingo, 16 de dezembro de 2012

Datafolha e a força de Dilma-Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

"Se a eleição fosse hoje, Dilma ou Lula venceriam", anuncia a manchete da "Folha" deste domingo para surpresa dos muitos analistas da grande imprensa que nos últimos meses chegaram a prever o fim da hegemonia do PT e das suas principais lideranças, que em janeiro completam dez anos no comando do país.

Após sofrer o mais violento bombardeio midiático desde a sua fundação, em 1980, o PT chega ao final de 2012, em meio do seu terceiro mandato consecutivo no Palácio do Planalto, como franco favorito para a sucessão presidencial, sem adversários à vista, segundo o Datafolha.

Os dois petistas estão praticamente empatados: Dilma teria 57% dos votos e Lula, 56%, ambos com mais votos do que todos os adversários juntos.

Na pesquisa espontânea, Lula, Dilma e o PT chegariam a 39%, enquanto os candidatos de oposição somariam apenas 7%.

A grande surpresa da pesquisa é a força demonstrada por Marina Silva (ex-PT e ex-PV), que ficaria em segundo lugar nos quatro cenários pesquisados.

O curioso é que Marina, que teve 19,3% dos votos na eleição de 2010, está há dois anos sem partido, desaparecida do noticiário político, e chega a 18% das intenções de voto na pesquisa estimulada, bem acima do principal candidato da oposição, o tucano Aécio Neves, que oscila entre 9% e 14%.

Por mais que a mídia se empenhe em jogar criador contra criatura, a verdade é que a atual presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecem formar uma entidade só, a "Dilmalula" - e é exatamente daí que emana a força da dupla, cada um fazendo a sua parte no intricado jogo do poder.

Dilma, que até aqui vem sendo preservada pela imprensa, mais preocupada em destruir a imagem de Lula e do seu governo, saiu esta semana em defesa do ex-presidente quando se tornaram mais violentos os ataques - e foi bastante criticada por isso.

Mas é exatamente na lealdade entre os dois, tanto pessoal como no projeto político, que se baseia esta parceria aprovada por 62% da população brasileira, de acordo com a pesquisa CNI-Ibope divulgada esta semana.

Desde a posse em janeiro do ano passado, Dilma e Lula combinaram de se encontrar a cada 15 dias para conversar pessoalmente sobre os rumos do governo, afastando assim as intrigas que costumam frequentar os salões palacianos.

O resultado está aí: com julgamento do mensalão, Operação Porto Seguro e novas denúncias contra o PT e Lula quase todos os dias, as pesquisas mostram que a grande maioria da população continua satisfeita com o governo e quer que ele continue.

No auge do bombardeio dos últimos dias, e certamente ainda sem saber os resultados das pesquisas, Gilberto Carvalho, ministro da secretaria-geral da Presidência da República, amigo tanto de Dilma como de Lula, desabafou:

"Os ataques sem limites que estão fazendo ao nosso querido presidente Lula têm um único objetivo: destruir nosso projeto, destruir o PT, destruir o nosso governo".

Pelo jeito, até agora não conseguiram. Ao contrário, apenas revelaram o tamanho do abismo que existe hoje entre o mundo real dos brasileiros, que vivem melhor do que antes, e o noticiário dos principais meios de imprensa, que coloca o país permanentemente à beira do abismo, envolvido em crises sem fim.

Isso talvez explique também porque aumentou, no mesmo Datafolha, o índice dos que não confiam na imprensa, que passou de 18% em agosto para 28% em dezembro.

Por tudo isso, penso que é hora do PT sair da defensiva e contar ao país e aos seus militantes o que está em jogo neste momento, dizendo de onde partem e com que interesses os ataques denunciados por Gilberto Carvalho.

6 comentários:

  1. Meu amigo....eles precisam limpar o partido desses corruptos e voltar a prestigiar os movimentos sociais e os trabalhadores que os colocaram no poder. Cuidado...estamos longe de 2014 e "la donna è mobile". Danton também confiou que a patuléia o tiraria da prisão. Pelo que tenho ouvido a Marina Silva está realmente forte na classe média. Será que o pig não está alterando as coisas exatamente para que o PT fique tranquilo??????

    ResponderExcluir
  2. Eu queria muito saber o que a Folha pretende divulgando essa pesquisa.

    Qual a lógica de trazer a público os índices de aprovação da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula.

    ResponderExcluir
  3. Concordo em gênero,número e gráu:
    Rui Frazão,como presidente do par-
    tido tem o dever inalienável,impres
    cindível e urgente de vir a público
    botar os devidos pontos em todos os
    is.

    ResponderExcluir
  4. E olha que sou VASCAINO desde Humberto, Lourico…etc…CAPA EDIÇÃO EXTRA DA “VEJA” TIMÃO CAMPEÃO MUNDIAL…QUE HORROR!
    http://www.facebook.com/joao.dedeusnetto

    ResponderExcluir
  5. Configurou-se o quadro político para 2014: Dilma Presidente e Lula Governador de São Paulo.
    Para 2018, troquem-se os nomes.

    ResponderExcluir
  6. A maldição de Rosemary

    Inquérito recém-nascido, personagens caricaturados, violações de privacidade, fariseus babando regras morais: já vimos esse filme tantas vezes que podemos antever seus desdobramentos. O noticiário gastará o tema até o limite da idiotia, alimentado por informantes obscuros e “apurações” de bastidores. A Veja excretará falsas entrevistas e difamações, que a imprensa dita “séria” reproduzirá como se tivessem mínima credibilidade. Propagadores involuntários desses veículos, alguns blogueiros progressistas contribuirão para legitimar fofocas e imbecilidades.

    As mentiras receberão desculpas e correções discretas, num futuro longínquo, mas os prejuízos causados a inocentes restarão impunes e irremediáveis. Alguém talvez encontre um conveniente uso do foro privilegiado para que o STF desempenhe de novo seu teatro saneador de mão única.

    No final, pouco importará se a administração demotucana de São Paulo perpetua milhares de cargos políticos e esquemas de apadrinhamento semelhantes aos orquestrados por Rosemary Noronha, ou ainda mais obscuros e lesivos do que eles. Pouco importará, aliás, discutir uma rotina da vida política brasileira característica até dos menores municípios. A questão é transformá-la em marca exclusiva do PT, como o chamado “mensalão” e outras novidades que há uma década ninguém ousava enxergar, por exemplo, nos lídimos e transparentes governos FHC.

    Depois das bebedeiras e da ameaça de violência sexual, Lula agora recebe a pecha de adúltero safado. Esse tipo de baixaria não o atinge por acaso. É a reprodução de uma imagem vulgar que o preconceito elitista associa à própria gentalha que forma a sua base eleitoral. E é vulgaridade conveniente a salas de espera e balcões de botequim, onde qualquer sinal de astúcia pode insinuar perigosas ambigüidades estadistas à figura do tosco líder operário.

    Mas convém desconfiar da versão de que o núcleo do governo foi pego de surpresa com a iniciativa “secreta” da Polícia Federal. O desabamento do esquema de Rosemary Noronha teve beneficiários no próprio PT, para não citar uma administração preocupada com sua imagem pública e lideranças empenhadas em estabelecer rupturas com as redes de influência herdadas da era Lula. Ademais, Dilma e o ministro José Eduardo Cardoso não se encaixam com facilidade na fantasia de mandatários que perdem o controle dos subordinados. Acontece que a indicação de sagacidade proibida a Lula, no caso da sua sucessora, periga denotar lisura e respeito pelas instituições.

    http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Comente: