Por José Dirceu, em seu blog:
Não tem jeito: a PM dos tucanos precisa de uma ampla e geral reforma, de novas orientações, de manuais de instrução e orientação modernos, civilizados e democráticos, e de novos oficiais superiores. Toda a política de segurança pública no Estado precisa ser revista. Imediatamente, já, insisto.
Agora, graças a uma bela reportagem do Jornal da Record (Rede Record), São Paulo e o Brasil ficam sabendo que o comandante do Batalhão da PM em Campinas, capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci, determinou em Ordem de Serviço que as abordagens no bairro Taquaral a pedestres e a veículos em atitude suspeita devem ser feitas "especialmente em (contra) indivíduos de cor parda e negra com idade aparentemente de 18 a 25 anos, os quais sempre estão em grupo de 3 a 5 indivíduos na prática de roubo a residência daquela localidade".
Quer dizer, oficializou no papel, deixou por escrito o que sempre se soube existir e que a população negra sempre sentiu. Pela reportagem da Record, esta Ordem de Serviço, de conteúdo abertamente racista, foi assinada no dia 21 de dezembro e deveria ser cumprida daquela data até a última 2ª feira (21.01) por todos os PMs encarregados das rondas de serviço naquela área.
Comando se diz surpreso com o teor racista do documento
As quatro equipes encarregadas do patrulhamento ostensivo e preventivo na região receberam a mesma orientação: as abordagens deveriam ser especialmente dirigidas e feitas contra negros em idade de 18 a 25 anos. O comando da PM confessou-se surpreendido com o teor racista da determinação e destacou o capitão Sérgio Marques para explicar o caso.
O oficial disse ao Jornal da Record que "o texto foi redigido de maneira equivocada. A contextualização de repente não ficou bem clara". Acrescentou, ainda, o porta-voz designado pela PM que a ordem para seguir aquelas orientações foi para uma área limitada, "a um perímetro determinado, com um número de pessoas determinado. Não importa a cor da pele, o que a PM proporciona é segurança às pessoas que, indistintamente, vivem no Estado de S. Paulo."
Também falando à reportagem da Record, o advogado Dojival Vieira considerou que a Ordem de Serviço reflete a postura ideológica racista ainda extremamente arraigada na ideologia da corporação, que considera negro um suspeito padrão. "O capitão (comandante do Batalhão em Campinas) da PM do Estado de S. Paulo assume essa postura discriminatória que se manifesta na ação direta, concreta, nas bordagens, especialmente quando os alvos são jovens e negros", afirmou.
Jovens negros: número de mortos é 2,5 maior que o de brancos
Dojival Vieira lembrou que o Mapa da Violência 2012 mostra que, no Brasil, morrem 2 vezes e meia mais jovens negros do que brancos e que se repetem diariamente as situações em que o negro é o suspeito padrão, alvo preferencial das abordagens. "O que ainda não se conhecia é que havia ordens expressas do Comando da PM com essa orientação", destacou o advogado.
Com a palavra o governador Geraldo Alckmin. Ainda que não se espere muito de manifestação dele. Quando a fizer - se fizer - dirá que determinou "rigorosa investigação" e que os responsáveis "serão punidos". Depois ele esquece o assunto, não fala mais publicamente a respeito.
E nós ficamos com mais essa prova do descalabro que reina na área da segurança pública no Estado de São Paulo depois de 20 anos dos tucanos no poder...
Não tem jeito: a PM dos tucanos precisa de uma ampla e geral reforma, de novas orientações, de manuais de instrução e orientação modernos, civilizados e democráticos, e de novos oficiais superiores. Toda a política de segurança pública no Estado precisa ser revista. Imediatamente, já, insisto.
Agora, graças a uma bela reportagem do Jornal da Record (Rede Record), São Paulo e o Brasil ficam sabendo que o comandante do Batalhão da PM em Campinas, capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci, determinou em Ordem de Serviço que as abordagens no bairro Taquaral a pedestres e a veículos em atitude suspeita devem ser feitas "especialmente em (contra) indivíduos de cor parda e negra com idade aparentemente de 18 a 25 anos, os quais sempre estão em grupo de 3 a 5 indivíduos na prática de roubo a residência daquela localidade".
Quer dizer, oficializou no papel, deixou por escrito o que sempre se soube existir e que a população negra sempre sentiu. Pela reportagem da Record, esta Ordem de Serviço, de conteúdo abertamente racista, foi assinada no dia 21 de dezembro e deveria ser cumprida daquela data até a última 2ª feira (21.01) por todos os PMs encarregados das rondas de serviço naquela área.
Comando se diz surpreso com o teor racista do documento
As quatro equipes encarregadas do patrulhamento ostensivo e preventivo na região receberam a mesma orientação: as abordagens deveriam ser especialmente dirigidas e feitas contra negros em idade de 18 a 25 anos. O comando da PM confessou-se surpreendido com o teor racista da determinação e destacou o capitão Sérgio Marques para explicar o caso.
O oficial disse ao Jornal da Record que "o texto foi redigido de maneira equivocada. A contextualização de repente não ficou bem clara". Acrescentou, ainda, o porta-voz designado pela PM que a ordem para seguir aquelas orientações foi para uma área limitada, "a um perímetro determinado, com um número de pessoas determinado. Não importa a cor da pele, o que a PM proporciona é segurança às pessoas que, indistintamente, vivem no Estado de S. Paulo."
Também falando à reportagem da Record, o advogado Dojival Vieira considerou que a Ordem de Serviço reflete a postura ideológica racista ainda extremamente arraigada na ideologia da corporação, que considera negro um suspeito padrão. "O capitão (comandante do Batalhão em Campinas) da PM do Estado de S. Paulo assume essa postura discriminatória que se manifesta na ação direta, concreta, nas bordagens, especialmente quando os alvos são jovens e negros", afirmou.
Jovens negros: número de mortos é 2,5 maior que o de brancos
Dojival Vieira lembrou que o Mapa da Violência 2012 mostra que, no Brasil, morrem 2 vezes e meia mais jovens negros do que brancos e que se repetem diariamente as situações em que o negro é o suspeito padrão, alvo preferencial das abordagens. "O que ainda não se conhecia é que havia ordens expressas do Comando da PM com essa orientação", destacou o advogado.
Com a palavra o governador Geraldo Alckmin. Ainda que não se espere muito de manifestação dele. Quando a fizer - se fizer - dirá que determinou "rigorosa investigação" e que os responsáveis "serão punidos". Depois ele esquece o assunto, não fala mais publicamente a respeito.
E nós ficamos com mais essa prova do descalabro que reina na área da segurança pública no Estado de São Paulo depois de 20 anos dos tucanos no poder...
O governador e o perfil do assassino de personalidade transtornada.
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