quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dilma, luz e oposição sem discurso

Por Cadu Amaral, em seu blog:

Com a sanção da redução da tarifa de energia, Dilma marcou mais um gol junto ao povo brasileiro. Especialmente, porque a oposição partiu em defesa dos acionistas das empresas transmissoras, colocando-se na linha de frente contra a decisão presidencial.

A redução média será de 20,2% nas contas de energia. Sendo 16,2% para as residências e até 28% para as indústrias.

Logo após anunciar a redução para o começo deste ano, quedas de energia ocorreram em locais abastecidos por empresas ligadas a estados governados pelo PSDB.

Aécio Neves, com colunas nos jornalões – típica campanha eleitoral, antes da eleição – faz críticas à política econômica do governo Dilma. Também insiste em continuar sua defesa aos acionistas das companhias de energia e a cantilena do racionamento.

Já se sabe um setor que doará recursos para a campanha oposicionista em 2014.

Não existem provas mais claras da falta de agenda da oposição no Brasil. O que do ponto de vista da política, para a discussão dos rumos do país, é ruim.

Uma oposição que não fortalece o debate do obscurantismo, do moralismo doentio e formula políticas para o bem comum e não para os bens privados dos grandes oligopólios, fortalece e amadurece nossa democracia.

É nítida a opção de classe feita pela oposição no Brasil. A postura diante da redução da tarifa é emblemática.

Se sobre a regulamentação dos artigos constitucionais que versam sobre a Comunicação Social no país se usa o falso argumento da censura, sobre a redução, o falso argumento é debate com a sociedade.

Que sociedade? A sociedade das empresas que dividem as ações que como todo capitalista que se preze, quer apenas o lucro, nada mais importando?

A falta de agenda, somadas às disputas internas na oposição, estão gerando fanfarronices sem tamanho em seu discurso. Não dá para imaginar o PSDB debatendo economia em um país que eles deixaram à beira de se tornar um estacionamento.

Por isso que a “grande imprensa” e setores poderosos do Poder Judiciário fazem o papel da oposição no país. A mídia brasileira – a “grande” – não formula, apenas boata. E o Judiciário passa a caneta, atrapalhando ou mesmo impedindo a franca disputa política, gerando pauta para a boataria.

A seletividade desses dois braços oposicionista do embate político no Brasil é cristalina. Só não ver quem não quer. Não precisa ser petista ou apoiar o governo federal, basta ter um pouco de honestidade intelectual para admitir isso.

Esse círculo vicioso parece não colar no povo brasileiro e cada vez mais a oposição morde o próprio rabo. Ainda mais agora, depois que o primeiro poste de Lula, acendeu a luz.

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