O jornalista Eduardo Bresciani, do Estadão, informa hoje que o PSDB está preocupado com o julgamento do chamado "mensalão tucano" - que a mídia seletiva insiste em chamar de "mensalão mineiro". O ministro Joaquim Barbosa, ainda antes de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, prometeu que o caso seria julgado em 2013. Ele envolve diretamente o atual deputado federal Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente nacional do PSDB, que é acusado de peculato e lavagem de dinheiro.
O escândalo do "mensalão tucano" eclodiu quatro anos antes da revelação do esquema de caixa-dois usado por lideranças do PT - e que resultou no midiático julgamento do STF nas vésperas das eleições municipais de outubro passado. Na época, o próprio Eduardo Azeredo confessou que os "recursos não contabilizados" foram utilizados na sua fracassada campanha pela reeleição ao governo estadual. Ele também revelou que parte da grana, desviada das estatais mineiras, irrigou a campanha pela reeleição do ex-presidente FHC.
O STF nunca demonstrou qualquer pressa para julgar o caso, que já passou pelas mãos de vários ministros e que na fase recente teve como relator o paparicado Joaquim Barbosa. Já a mídia demotucana evitou fazer estardalhaço com o "mensalão tucano" - disfarçado de "mineiro". Agora, antes que prescrevam os prazos para o seu julgamento, o Supremo garante que ele será finalmente analisado. Pelo cronograma, a fase atual será a de instrução, com a tomada de depoimentos e a coleta de provas. E isto que desespera os tucanos!
Segundo a matéria do Estadão, "as condenações em série de petistas no processo do mensalão ampliaram o constrangimento dentro do PSDB e da oposição com a situação de Eduardo Azeredo... Parlamentares oposicionistas admitem nos bastidores que a permanência de Azeredo tem impedido que o PSDB faça um discurso ainda mais forte sobre as condenações petistas. Aliados de oposição, políticos do DEM ressaltam que a postura dos tucanos no caso foi diferente da tomada por eles quando surgiu o mensalão do DEM, no governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal, em 2009".
O maior temor da direita é que o prometido julgamento abale ainda mais a imagem dos tucanos e do seu cambaleante presidenciável, o senador Aécio Neves. "Ex-governador de Minas, Azeredo é um incômodo ainda maior para o PSDB por ser conterrâneo de Aécio Neves, postulante do partido à Presidência da República. Em 1998, Aécio foi eleito deputado federal apoiando a campanha de Azeredo, alvo da denúncia. O agora senador tem defendido o julgamento". Será que o ex-presidente do PSDB será descartado como bagaço? Ou ele é um "homem-bomba" que pode detonar de vez o falso moralismo dos tucanos?
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