Editorial do sítio Vermelho:
A tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria (RS) na madrugada deste domingo (27), não pode ser atribuída apenas a uma sucessão de erros, como vem sendo divulgado através da imprensa.
Aquela tragédia colheu a vida de 231 pessoas, sobretudo jovens, e feriu mais de 100 pessoas que estavam no auge do florescimento de suas vidas, eram estudantes que comemoravam o descortino das promessas do futuro e que, naquele local, só queriam se divertir.
Foram colhidos por uma sucessão de crimes - delitos cotidianos que se cometem contra a segurança e o bem estar de todos e que, ali, se transformaram em tragédia.
A indignação do escritor Luís Fernando Verissimo traduziu em palavras um sentimento que é geral. “A revolta”, escreveu, “é dirigida a todas as causas evitáveis do horror. À imprudência, às falhas na fiscalização, à ganância.”
Imprudência, falhas e ganância que se traduzem na constituição de uma sala de eventos públicos com capacidade para duas mil pessoas é tão precária quanto a boate Kiss se revelou - sem saídas de segurança, sem proteção contra incêndio e desastres, sem alvará de funcionamento, repleta de materiais inflamáveis, e aos cuidados de seguranças, orientados para vigiar o público presente, mas não para cuidar de seu bem estar e de sua segurança. Retratos da ganância: ali, eles foram fatores de agravamento da tragédia ao tentar impedir que saíssem sem pagar, mesmo com o incêndio se alastrando.
O sentimento é de revolta, luto, inconformismo e solidariedade aos que, com a dor da perda de um pedaço do futuro, precisam agora restaurar os rombos abertos na rede da vida pela incúria, pelo descaso, pela busca do lucro a todo custo.
A cultura do lucro se impõe e derroga a necessária cultura do cuidado com os demais seres humanos, que se acentua quando se trata de grandes concentrações de pessoas.
A tragédia provoca uma revolta que precisa ter consequência, como pedem desde o escritor Verissimo até os dirigentes comunistas e participantes do Encontro Nacional de Prefeitos e Vice-prefeitos do PCdoB que, no domingo último, aprovou em Brasília uma nota de pesar que dizia: é preciso investigar “com todo empenho” as causas da tragédia e punir, exemplarmente, os responsáveis, “para que novas tragédias deste tipo não voltem a ocorrer”.
Os crimes de imprudência e ganância que tiraram a vida de 231 pessoas em Santa Maria não podem ser considerados erros ou falhas e sua punição é necessária para o fortalecimento da cultura do cuidado com o outro.
A tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria (RS) na madrugada deste domingo (27), não pode ser atribuída apenas a uma sucessão de erros, como vem sendo divulgado através da imprensa.
Aquela tragédia colheu a vida de 231 pessoas, sobretudo jovens, e feriu mais de 100 pessoas que estavam no auge do florescimento de suas vidas, eram estudantes que comemoravam o descortino das promessas do futuro e que, naquele local, só queriam se divertir.
Foram colhidos por uma sucessão de crimes - delitos cotidianos que se cometem contra a segurança e o bem estar de todos e que, ali, se transformaram em tragédia.
A indignação do escritor Luís Fernando Verissimo traduziu em palavras um sentimento que é geral. “A revolta”, escreveu, “é dirigida a todas as causas evitáveis do horror. À imprudência, às falhas na fiscalização, à ganância.”
Imprudência, falhas e ganância que se traduzem na constituição de uma sala de eventos públicos com capacidade para duas mil pessoas é tão precária quanto a boate Kiss se revelou - sem saídas de segurança, sem proteção contra incêndio e desastres, sem alvará de funcionamento, repleta de materiais inflamáveis, e aos cuidados de seguranças, orientados para vigiar o público presente, mas não para cuidar de seu bem estar e de sua segurança. Retratos da ganância: ali, eles foram fatores de agravamento da tragédia ao tentar impedir que saíssem sem pagar, mesmo com o incêndio se alastrando.
O sentimento é de revolta, luto, inconformismo e solidariedade aos que, com a dor da perda de um pedaço do futuro, precisam agora restaurar os rombos abertos na rede da vida pela incúria, pelo descaso, pela busca do lucro a todo custo.
A cultura do lucro se impõe e derroga a necessária cultura do cuidado com os demais seres humanos, que se acentua quando se trata de grandes concentrações de pessoas.
A tragédia provoca uma revolta que precisa ter consequência, como pedem desde o escritor Verissimo até os dirigentes comunistas e participantes do Encontro Nacional de Prefeitos e Vice-prefeitos do PCdoB que, no domingo último, aprovou em Brasília uma nota de pesar que dizia: é preciso investigar “com todo empenho” as causas da tragédia e punir, exemplarmente, os responsáveis, “para que novas tragédias deste tipo não voltem a ocorrer”.
Os crimes de imprudência e ganância que tiraram a vida de 231 pessoas em Santa Maria não podem ser considerados erros ou falhas e sua punição é necessária para o fortalecimento da cultura do cuidado com o outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: