Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
No próximo dia 22 de janeiro fará um ano que os governos tucanos de São José dos Campos e do Estado de São Paulo, aliados a um setor do Judiciário paulista e a grupos econômicos de propriedade de notórios corruptos, perpetraram um crime de lesa-humanidade: o Massacre do Pinheirinho, o qual, tanto tempo depois, continua impune.
Naquela manhã de domingo, após semanas tensas de ameaças de invasão pela polícia militar, a tragédia se materializou. Milhares de policiais, munidos de armamento pesado, blindados, helicópteros, enfim, de um aparato de guerra, invadiram residências e, sob bombas, tiros e agressões físicas expulsaram famílias inteiras sem permitirem que sequer pegassem seus objetos pessoais.
O saldo daquela desgraça ordenada por governantes do PSDB eleitos para trabalharem pela população, além das milhares de famílias que perderam tudo, foi ao menos uma morte e dezenas de feridos.
Apesar de denúncias da população do Pinheirinho de que teriam ocorrido várias mortes por ação da polícia militar, apenas uma dessas mortes foi comprovada. O aposentado Ivo Teles dos Santos, de 70 anos, revoltou-se com a invasão e começou a protestar, sendo, em seguida, espancado por policiais militares.
O vídeo abaixo mostra o idoso protestando, o que desencadeou a fúria de policiais que, em seguida, o espancaram, segundo relatos de dezenas de testemunhas feitos inclusive a este blogueiro, que foi a São José dos Campos integrando força-tarefa organizada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) para tomar depoimentos das vítimas.
Após o espancamento, Teles desapareceu. Semanas depois, foi localizado por sua família no hospital municipal Dr. José Carvalho de Florence, em São José dos Campos. O idoso deu entrada no hospital no dia 22 de janeiro, horas depois do massacre.
Teles ficou internado, em coma, até 22 de março, quando sua filha, Ivanilda Jesus dos Santos, chegou da Bahia para retirá-lo. Até a morte, diz Ivanilda, o aposentado permaneceu em estado vegetativo, sem se movimentar nem responder a qualquer estímulo, por conta dos ferimentos causados pela polícia.
Em 9 de abril, Teles faleceu de falência múltipla de órgãos.
Na semana seguinte ao massacre, este blogueiro foi a São José dos Campos pela primeira vez, integrando força-tarefa do Condepe que tomaria os depoimentos de uma população que, além das casas, perdeu móveis, roupas, dinheiro, veículos, tudo roubado ou destruído pelos invasores.
A força-tarefa foi integrada, essencialmente, por jornalistas e advogados, destacados para ouvir e registrar, em ata, as denúncias da população atingida, a fim de encaminhar tudo ao Ministério Público.
Voltei pela segunda vez na semana posterior, mas menos para tomar depoimentos do que para investigar as denúncias de assassinatos. Conversei com várias pessoas que testemunharam assassinatos, mas que, temendo represálias da polícia, não aceitaram depor, de forma que o único assassinato confirmado foi o do aposentado Ivo Teles dos Santos.
Hoje, próximo ao primeiro aniversário do massacre, a sociedade brasileira pode ao menos comemorar o fato de que, se a Justiça não reparou o crime cujo principal responsável foi o então prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), o povo joseense fez tal reparação.
Nas eleições municipais do ano passado, o eleitorado daquela cidade puniu aquele crime de lesa-humanidade, cometido principalmente pelo PSDB, elegendo o candidato do PT Carlinhos Almeida no primeiro turno com 50,99% dos votos válidos, contra Alexandre Blanco (PSDB), que teve 43,15%.
Apesar de a maioria dos cidadãos de São José dos Campos ter se revoltado com os crimes cometidos pela polícia militar durante a desocupação do Pinheirinho, crimes como o estupro de moças de uma das casas invadidas, de ao menos um assassinato comprovado e de roubo de bens dos moradores da área “desocupada”, até hoje ninguém foi punido.
Próximo de completar um ano daquela barbárie, o Blog da Cidadania vem exortar autoridades e cidadãos a não se conformarem com aqueles crimes hediondos, pois esbofeteiam o próprio Estado Democrático de Direito, sendo insuficiente, para fazer justiça, a defenestração política do PSDB de São José dos Campos.
Naquela manhã de domingo, após semanas tensas de ameaças de invasão pela polícia militar, a tragédia se materializou. Milhares de policiais, munidos de armamento pesado, blindados, helicópteros, enfim, de um aparato de guerra, invadiram residências e, sob bombas, tiros e agressões físicas expulsaram famílias inteiras sem permitirem que sequer pegassem seus objetos pessoais.
O saldo daquela desgraça ordenada por governantes do PSDB eleitos para trabalharem pela população, além das milhares de famílias que perderam tudo, foi ao menos uma morte e dezenas de feridos.
Apesar de denúncias da população do Pinheirinho de que teriam ocorrido várias mortes por ação da polícia militar, apenas uma dessas mortes foi comprovada. O aposentado Ivo Teles dos Santos, de 70 anos, revoltou-se com a invasão e começou a protestar, sendo, em seguida, espancado por policiais militares.
O vídeo abaixo mostra o idoso protestando, o que desencadeou a fúria de policiais que, em seguida, o espancaram, segundo relatos de dezenas de testemunhas feitos inclusive a este blogueiro, que foi a São José dos Campos integrando força-tarefa organizada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) para tomar depoimentos das vítimas.
Após o espancamento, Teles desapareceu. Semanas depois, foi localizado por sua família no hospital municipal Dr. José Carvalho de Florence, em São José dos Campos. O idoso deu entrada no hospital no dia 22 de janeiro, horas depois do massacre.
Teles ficou internado, em coma, até 22 de março, quando sua filha, Ivanilda Jesus dos Santos, chegou da Bahia para retirá-lo. Até a morte, diz Ivanilda, o aposentado permaneceu em estado vegetativo, sem se movimentar nem responder a qualquer estímulo, por conta dos ferimentos causados pela polícia.
Em 9 de abril, Teles faleceu de falência múltipla de órgãos.
Na semana seguinte ao massacre, este blogueiro foi a São José dos Campos pela primeira vez, integrando força-tarefa do Condepe que tomaria os depoimentos de uma população que, além das casas, perdeu móveis, roupas, dinheiro, veículos, tudo roubado ou destruído pelos invasores.
A força-tarefa foi integrada, essencialmente, por jornalistas e advogados, destacados para ouvir e registrar, em ata, as denúncias da população atingida, a fim de encaminhar tudo ao Ministério Público.
Voltei pela segunda vez na semana posterior, mas menos para tomar depoimentos do que para investigar as denúncias de assassinatos. Conversei com várias pessoas que testemunharam assassinatos, mas que, temendo represálias da polícia, não aceitaram depor, de forma que o único assassinato confirmado foi o do aposentado Ivo Teles dos Santos.
Hoje, próximo ao primeiro aniversário do massacre, a sociedade brasileira pode ao menos comemorar o fato de que, se a Justiça não reparou o crime cujo principal responsável foi o então prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), o povo joseense fez tal reparação.
Nas eleições municipais do ano passado, o eleitorado daquela cidade puniu aquele crime de lesa-humanidade, cometido principalmente pelo PSDB, elegendo o candidato do PT Carlinhos Almeida no primeiro turno com 50,99% dos votos válidos, contra Alexandre Blanco (PSDB), que teve 43,15%.
Apesar de a maioria dos cidadãos de São José dos Campos ter se revoltado com os crimes cometidos pela polícia militar durante a desocupação do Pinheirinho, crimes como o estupro de moças de uma das casas invadidas, de ao menos um assassinato comprovado e de roubo de bens dos moradores da área “desocupada”, até hoje ninguém foi punido.
Próximo de completar um ano daquela barbárie, o Blog da Cidadania vem exortar autoridades e cidadãos a não se conformarem com aqueles crimes hediondos, pois esbofeteiam o próprio Estado Democrático de Direito, sendo insuficiente, para fazer justiça, a defenestração política do PSDB de São José dos Campos.
1 comentários:
Defenderam a propriedade privada, um direito individual.
Postar um comentário