Por João Brant, no jornal Brasil de Fato:
Merval Pereira, colunista do jornal O Globo e da Globo News, acaba de lançar um livro sobre o mensalão. Quem escreve o prefácio? Carlos Ayres Britto, ex-presidente do STF. O fato de Ayres Britto ter aceitado escrever já é simbólico, mas pior é o que ele escreve sobre Merval: “cidadão full time e conscientemente postado no píncaro da devoção à causa pública, entregou-se à corajosa missão de escrever os artigos, na presciência de que a Ação Penal 470 sinalizava uma virada cultural de página no nosso país”.
Quem acompanhou a preparação para o julgamento da Ação Penal 470 sabe que a pressão dos grupos de mídia foi essencial para que se estabelecesse a agenda do STF. Dois objetivos diretos estavam em vista: garantir que Cézar Peluzo e Carlos Ayres Britto participassem do julgamento e, principalmente, garantir que este acontecesse antes ou durante o processo eleitoral.
Ayres Britto respondeu às pressões dos grandes meios. Fez questão de dizer, algumas vezes, que “o STF está atento à opinião pública”. O problema é que o que Ayres Britto chama de opinião pública é, na verdade, a opinião da Globo. Se ele fosse ouvir o conjunto de opiniões da sociedade, teria levado em conta várias outras perspectivas, entre elas aquela que defendia que os julgamentos sobre financiamento de campanha fossem feitos na ordem em que chegaram o tribunal e aquela que defendia que não se misturasse o julgamento com o período eleitoral.
A visão restrita de Ayres Britto, contudo, não se dá em função de desconhecimento. Há, sim, um encantamento e uma simbiose ideológica com os meios de comunicação. Ele já tinha demonstrado esse encantamento em seu relatório sobre a lei de imprensa, no julgamento sobre a ação TV digital e na avaliação dele sobre a classificação indicativa, em que apresenta visões que fariam corar os republicanos nos Estados Unidos (falo seriamente).
Agora, aposentado do STF, Ayres Britto, reconhecido pela visão progressista e humanista, termina sua carreira – por identidade ou vaidade, não importa – se dispondo a prefaciar o livro de um dos quadros mais ativos da direita brasileira. Que coisa.
Merval Pereira, colunista do jornal O Globo e da Globo News, acaba de lançar um livro sobre o mensalão. Quem escreve o prefácio? Carlos Ayres Britto, ex-presidente do STF. O fato de Ayres Britto ter aceitado escrever já é simbólico, mas pior é o que ele escreve sobre Merval: “cidadão full time e conscientemente postado no píncaro da devoção à causa pública, entregou-se à corajosa missão de escrever os artigos, na presciência de que a Ação Penal 470 sinalizava uma virada cultural de página no nosso país”.
Quem acompanhou a preparação para o julgamento da Ação Penal 470 sabe que a pressão dos grupos de mídia foi essencial para que se estabelecesse a agenda do STF. Dois objetivos diretos estavam em vista: garantir que Cézar Peluzo e Carlos Ayres Britto participassem do julgamento e, principalmente, garantir que este acontecesse antes ou durante o processo eleitoral.
Ayres Britto respondeu às pressões dos grandes meios. Fez questão de dizer, algumas vezes, que “o STF está atento à opinião pública”. O problema é que o que Ayres Britto chama de opinião pública é, na verdade, a opinião da Globo. Se ele fosse ouvir o conjunto de opiniões da sociedade, teria levado em conta várias outras perspectivas, entre elas aquela que defendia que os julgamentos sobre financiamento de campanha fossem feitos na ordem em que chegaram o tribunal e aquela que defendia que não se misturasse o julgamento com o período eleitoral.
A visão restrita de Ayres Britto, contudo, não se dá em função de desconhecimento. Há, sim, um encantamento e uma simbiose ideológica com os meios de comunicação. Ele já tinha demonstrado esse encantamento em seu relatório sobre a lei de imprensa, no julgamento sobre a ação TV digital e na avaliação dele sobre a classificação indicativa, em que apresenta visões que fariam corar os republicanos nos Estados Unidos (falo seriamente).
Agora, aposentado do STF, Ayres Britto, reconhecido pela visão progressista e humanista, termina sua carreira – por identidade ou vaidade, não importa – se dispondo a prefaciar o livro de um dos quadros mais ativos da direita brasileira. Que coisa.
O Ayres Britto é um gozador! Somente um gozador escreveria coisas desse tipo sobre o Merval!
ResponderExcluirQuero ver esse pessoal que está nos píncaros se comportando no julgamento dos mensalões tucanos (1998 e 2002), como, quando e se forem julgados. Temos que marcar esse pessoal sob pressão.
ResponderExcluirPT
ResponderExcluir"cria cuervos para que te saquem los ojos"