Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A Era Digital provocou isso.
O Times-Picayune, aos 175 anos, não suportou a concorrência da internet. Só circula agora três vezes por semana na versão impressa. Parece ser uma das possibilidades de sobreviver – ou retardar a morte – para os jornais diários: reduzir o número de edições de papel.
O Picayune – o nome deriva de uma antiga moeda espanhola, que era quanto custava o exemplar do jornal quando foi lançado, na época em que a região pertencia à Espanha – fez história ao cobrir epicamente o furacão Katrina, em 2005. Numa manchete antológica naqueles dias, o Picayune instou: “Nos ajudem, por favor!” (É uma frase estranhamente atual quando você pensa no próprio Picayune.)
Pensei no jornal recentemente, ao ver no teatro Ambassador, em Londres, um espetáculo do grupo Stomp. Os integrantes do Stomp extraem sons interessantes de vassouras, cabos de borracha, sacos plásticos – e de jornais.
Num dos melhores números, o pessoal do Stomp começa a ler e, aos poucos, os jornais vão se transformando de objetos de leitura em instrumentos de percussão. Fenfacional, como diz Caco de Paula, o homem que salva a todos nós do apocalipse ambiental no comando do projeto Planeta Sustentável, da Abril.
Será este o destino final dos jornais, servir para números do Stomp? É bom o grupo acumular jornais para futuras apresentações, reflito. Os jornais impressos são hoje, para fazer um paralelo, as carruagens quando os carros já começavam a ganhar as ruas.
Tenho uma certa nostalgia. A família Nogueira é de papel: papai trabalhou 33 anos na Folha e eu 25 na Abril.
Mas fico feliz ao ver meu filho Pedro, também jornalista, militar no lugar certo para sua geração: o jornalismo digital. (Militar não: empreender. Pedro montou um site masculino, El Hombre, que imagino que vá sustentar a família Nogueira no futuro. Sou acionista e colaborador.)
Se eu tivesse que dizer uma única palavra para os jovens jornalistas, seria: “Internet.”
Nova Orleans, com 350 000 habitantes, é a maior cidade dos Estados Unidos sem um jornal diário.
A Era Digital provocou isso.
O Times-Picayune, aos 175 anos, não suportou a concorrência da internet. Só circula agora três vezes por semana na versão impressa. Parece ser uma das possibilidades de sobreviver – ou retardar a morte – para os jornais diários: reduzir o número de edições de papel.
O Picayune – o nome deriva de uma antiga moeda espanhola, que era quanto custava o exemplar do jornal quando foi lançado, na época em que a região pertencia à Espanha – fez história ao cobrir epicamente o furacão Katrina, em 2005. Numa manchete antológica naqueles dias, o Picayune instou: “Nos ajudem, por favor!” (É uma frase estranhamente atual quando você pensa no próprio Picayune.)
Pensei no jornal recentemente, ao ver no teatro Ambassador, em Londres, um espetáculo do grupo Stomp. Os integrantes do Stomp extraem sons interessantes de vassouras, cabos de borracha, sacos plásticos – e de jornais.
Num dos melhores números, o pessoal do Stomp começa a ler e, aos poucos, os jornais vão se transformando de objetos de leitura em instrumentos de percussão. Fenfacional, como diz Caco de Paula, o homem que salva a todos nós do apocalipse ambiental no comando do projeto Planeta Sustentável, da Abril.
Será este o destino final dos jornais, servir para números do Stomp? É bom o grupo acumular jornais para futuras apresentações, reflito. Os jornais impressos são hoje, para fazer um paralelo, as carruagens quando os carros já começavam a ganhar as ruas.
Tenho uma certa nostalgia. A família Nogueira é de papel: papai trabalhou 33 anos na Folha e eu 25 na Abril.
Mas fico feliz ao ver meu filho Pedro, também jornalista, militar no lugar certo para sua geração: o jornalismo digital. (Militar não: empreender. Pedro montou um site masculino, El Hombre, que imagino que vá sustentar a família Nogueira no futuro. Sou acionista e colaborador.)
Se eu tivesse que dizer uma única palavra para os jovens jornalistas, seria: “Internet.”
Pois que acabem. Vai seu grande favor à democracia digital e à pluralidade de ideias. Além do que, onde já se viu esses sacripantas, principalmente no Brasil, ficarem por tanto tempo ditando, em seus editoriais que ninguém lia nem lê, os rumos da sociopolíticaeconomia do país?
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