Que o presidente Lula é a pauta predileta da “grande imprensa” não é novidade. Que a motivação é o ódio de classe de nossas elites e da classe média tradicional também não é. Há alguns dias o ex-presidente Lula participou de um evento em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e comentou que estava lendo um livro sobre o ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln.
Disse que a imprensa estadunidense da época batia no 16° presidente do mesmo modo que a mídia brasileira bate nele.
Ao contrário do que afirma o regozijo da mídia e da nossa “tão sofrida classe média”, Lula comparou as imprensas e não ele a Lincoln. Se bem que ao implementar programas que melhoraram a qualidade de vida dos mais pobres no país, de certo modo, libertaram-se essas pessoas. Dignidade é também uma forma de liberdade.
Do mesmo modo que a imprensa dos EUA à época se posicionava contrária à libertação dos escravos e de outras medidas tomadas por seu presidente, a imprensa brasileira sempre apoiou tudo o que serve aos interesses elitistas. Seja a ditadura (civil) militar de 64, sejam medidas econômicas que privilegiam especuladores e não a produção.
Até contra a redução da tarifa de luz a nossa “grande mídia” se posicionou contra.
Para piorar, Lula sugeriu que os trabalhadores criassem seus veículos de comunicação. Alguns barões da mídia devem estar tendo pesadelos mais tenebrosos agora.
Como sempre que se fala em mídia, a “grande imprensa” fala em controle ou censura. Características que são dela. Controle e censura de informação que faz no Brasil são eles.
Junte a isso a falta de nomes para a disputa em 2014 contra Dilma Rousseff, a falta de agenda – a não ser o esboço de moralismo seletivo, e agora, o relançamento da “Caravana da Cidadania” de Lula.
A comparação com Abraham Lincoln não é justa. E não por que o estadunidense foi melhor que Lula. Porque eles são de tempos e lugares diferentes. E sim por que Lincoln não faria nos EUA o que Lula fez no Brasil. Tirar milhões da pobreza em tempos de neoliberalismo e as elites internacionais com o nível de organização que possuem hoje, Lincoln logo seria taxado de “comunista” e fatalmente deposto por atacar a “liberdade e a democracia”.
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