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Morreram no final da tarde desta terça-feira os dois Hugo Chávez que entraram para a história da América Latina: o herói do povo venezuelano e o inimigo número um da direita do continente, o líder bolivariano que peitou o império americano para tornar seu país "livre e independente", na perfeita definição do seu sucessor, Nicolás Maduro.
Em 14 anos no poder, quatro vezes eleito presidente, Chávez mudou a cara do país, governou para os mais pobres e resgatou sua dignidade, colocou a Venezuela no mapa do mundo e dividiu a riqueza do petróleo, que antes dele fazia a festa de meia dúzia de famílias em Miami.
As reações à morte de Chávez repetiram as manifestações que ele provocou em vida: multidões foram para as ruas de Caracas cantar o hino nacional e gritar a palavra de ordem "Chavez fica, não vai embora", enquanto adversários buzinavam seus carros em regozijo nos redutos mais ricos da capital venezuelana.
No Brasil, alguns bolsões mais radicais da mídia não conseguiram esconder o extase de alegria provocado pela morte do líder bolivariano, e já começaram a dar conselhos ao principal líder da oposição, Henrique Capriles, como costumam fazer aqui, sobre como derrotar o candidato de Chávez, Nicolás Maduro, favorito absoluto para ganhar as eleições a serem marcadas no prazo de trinta dias.
O sentimento do povo venezuelano pode ser resumido nesta declaração dada por Jamila Rivas, de 48 anos, em frente ao Hospital Militar onde Chávez morreu, à repórter Patrícia Velez, da Reuters:
"Agora é o momento do povo. Agora tem que continuar a sua luta. Tem que demonstrar que o que ele fez não foi em vão".
Estive algumas vezes com Hugo Chávez nos dois primeiros anos do governo Lula, em que ele costumava fazer visitas-surpresa ao presidente brasileiro. Às vezes, não dava nem tempo de organizar o cerimonial para receber o ilustre visitante, que mais parecia um velho amigo de Lula dos tempos de sindicato.
Com histórias de vida bem diferentes, os dois se encontraram num determinado momento da história da América Latina com os mesmos objetivos: dar início a um processo de distribuição de renda e inclusão social que permitisse resgatar da pobreza e da miséria a maior parte das populações de Brasil e Venezuela, e promover a integração da América Latina. E conseguiram.
No caso de Chávez, a principal herança foi praticamente triplicar o PIB per capita (de US$ 3,8 mil para US$ 11,1 mil) e reduzir a um terço a pobreza extrema do país (de 20,3% para 7% da população).
Chamado pelos adversários de autoritário e populista, embora tenha conquistado seus mandatos sempre nas urnas, guardo dele a lembrança de um tipo meio fanfarrão, por vezes engraçado, que não mede muito as consequências do que fala e faz, apaixonado pelo papel, que criou para si próprio, de pai dos pobres e inimigo dos imperialistas.
Para obter mais informações sobre a Venezuela de Chávez, sua história e seu futuro, indico os blogs dos meus colegas Heródoto Barbeiro e Nirlando Beirão, aqui mesmo noR7, e a nossa conversa com o repórter Luiz Carlos Azenha, no Jornal da Record Newsde terça-feira.
Em 14 anos no poder, quatro vezes eleito presidente, Chávez mudou a cara do país, governou para os mais pobres e resgatou sua dignidade, colocou a Venezuela no mapa do mundo e dividiu a riqueza do petróleo, que antes dele fazia a festa de meia dúzia de famílias em Miami.
As reações à morte de Chávez repetiram as manifestações que ele provocou em vida: multidões foram para as ruas de Caracas cantar o hino nacional e gritar a palavra de ordem "Chavez fica, não vai embora", enquanto adversários buzinavam seus carros em regozijo nos redutos mais ricos da capital venezuelana.
No Brasil, alguns bolsões mais radicais da mídia não conseguiram esconder o extase de alegria provocado pela morte do líder bolivariano, e já começaram a dar conselhos ao principal líder da oposição, Henrique Capriles, como costumam fazer aqui, sobre como derrotar o candidato de Chávez, Nicolás Maduro, favorito absoluto para ganhar as eleições a serem marcadas no prazo de trinta dias.
O sentimento do povo venezuelano pode ser resumido nesta declaração dada por Jamila Rivas, de 48 anos, em frente ao Hospital Militar onde Chávez morreu, à repórter Patrícia Velez, da Reuters:
"Agora é o momento do povo. Agora tem que continuar a sua luta. Tem que demonstrar que o que ele fez não foi em vão".
Estive algumas vezes com Hugo Chávez nos dois primeiros anos do governo Lula, em que ele costumava fazer visitas-surpresa ao presidente brasileiro. Às vezes, não dava nem tempo de organizar o cerimonial para receber o ilustre visitante, que mais parecia um velho amigo de Lula dos tempos de sindicato.
Com histórias de vida bem diferentes, os dois se encontraram num determinado momento da história da América Latina com os mesmos objetivos: dar início a um processo de distribuição de renda e inclusão social que permitisse resgatar da pobreza e da miséria a maior parte das populações de Brasil e Venezuela, e promover a integração da América Latina. E conseguiram.
No caso de Chávez, a principal herança foi praticamente triplicar o PIB per capita (de US$ 3,8 mil para US$ 11,1 mil) e reduzir a um terço a pobreza extrema do país (de 20,3% para 7% da população).
Chamado pelos adversários de autoritário e populista, embora tenha conquistado seus mandatos sempre nas urnas, guardo dele a lembrança de um tipo meio fanfarrão, por vezes engraçado, que não mede muito as consequências do que fala e faz, apaixonado pelo papel, que criou para si próprio, de pai dos pobres e inimigo dos imperialistas.
Para obter mais informações sobre a Venezuela de Chávez, sua história e seu futuro, indico os blogs dos meus colegas Heródoto Barbeiro e Nirlando Beirão, aqui mesmo noR7, e a nossa conversa com o repórter Luiz Carlos Azenha, no Jornal da Record Newsde terça-feira.
Ele diminuiu também o tempo do banho, que deveria ser de 3 minutos (palavras dele).
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