Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiram, com spray de pimenta e gás lacrimogêneo, o prédio do antigo Museu do Índio, ao lado do Estádio do Maracanã (RJ). Tiros de balas de borracha também foram disparados. Manifestantes e jornalistas ficaram feridos. A invasão ocorreu no final da manhã desta sexta-feira (22) por 200 policiais do Bope.
A ação da PM ocorreu após terminar uma negociação, que começou às 3h da madrugada com a chegada do Choque. Pouco antes das 11h, os policiais começaram a desfazer o cerco, dando indício de que havia um acordo. Porém, pouco depois, às 11h30, o clima ficou tenso. Um grupo ateou fogo em uma oca erguida no terreno e, logo em seguida, o Choque invadiu o local.
Segundo o coronel Frederico Caldas, a decisão de entrar no antigo museu ocorreu por causa do incêndio, pois alegou que o fogo estava se alastrando pelas árvores. Todos os índios saíram, deixando o imóvel vazio.
Copa
A polêmica sobre o destino do espaço começou em outubro de 2012, quando o governo do estado anunciou mudanças no entorno do Maracanã, para que o estádio pudesse receber a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Pelo projeto da Casa Civil, o Maracanã seria transferido para a iniciativa privada, que deveria construir um estacionamento, um centro comercial e áreas para saída do público. Para isso, alguns prédios ao redor do estádio deveriam ser demolidos, entre eles o casarão do antigo Museu do Índio, que funcionou no local de 1910 até 1978.
Construído no século 19, o prédio abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo Marechal Candido Rondon. Já como museu, o local teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro. O grupo de indígenas que ocupava o prédio – e deu ao museu o nome de Aldeia Maracanã – estava no local desde 2006.
Minha pergunta é sempre a mesma, quando o assunto é índio. Me respondam por favor. Do que é que índio vive?
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