terça-feira, 26 de março de 2013

PSDB paulista abandona José Serra

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:


Em clima de campanha, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi recebido ontem à noite (25) pelos principais caciques tucanos de São Paulo em ato político realizado pelo diretório estadual do partido. Aécio chegou ao encontro acompanhado do governador paulista, Geraldo Alckmin, poucos minutos depois do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-governador José Serra, que estaria de saída do PSDB devido à perda de espaço para Aécio, não apareceu, sob pretexto de que já havia marcado viagem para os Estados Unidos na mesma data.
Em seu discurso, Alckmin pela primeira vez foi claro sobre seu apoio ao senador mineiro para presidir a legend, a partir da convenção de maio, e ser o candidato tucano na sucessão presidencial de 2014: “Que que você, Aécio, assuma a presidência do PSDB, percorra o Brasil, ouça o povo brasileiro, fale ao povo e una o PSDB”.

À pergunta sobre a cobrança do partido para assumir a pré-candidatura, Aécio foi cauteloso. “Ainda não está na hora. Não é uma questão individual, é uma decisão que o partido vai tomar na hora certa”. Porém, o presidente do partido no estado, deputado Pedro Tobias, discursou: "A militância quer lançar candidato já". O secretário Estadual de Energia do governo Alckmin, José Aníbal, indagado pela RBA se Aécio será o candidato a presidente, também não ficou em cima do muro: “Isso ficou claro hoje”.

Ao chegar ao evento, questionado se o clima era uma indicação de que a candidatura de Aécio, na prática, está sendo lançada em São Paulo, Fernando Henrique desconversou. “Não, não, a campanha é para a presidência do partido”, afirmou. A ele coube também explicar a ausência de José Serra. Segundo o ex-presidente, Serra, a quem chamou de “dileto amigo”, viajou aos Estados Unidos para participar de uma homenagem ao economista Albert Hirschman, morto em dezembro. “Eu me sinto representado por ele lá, e espero que ele se sinta representado por mim aqui.”
FHC e Aníbal negam saída de Serra do PSDB

Segundo algumas especulações, caso não consiga uma posição de destaque (no mínimo, no curto prazo, a presidência do partido), o ex-governador José Serra poderia deixar o PSDB. Seu destino seria outra legenda, que poderia ser o PPS, ou até mesmo um novo partido, pelo qual disputaria a eleição para o governo de São Paulo em 2014.

“É absolutamente delirante essa informação. Essa é a primeira vez que ouço isso, porque realmente seria impensável. Eu acho que não. Como Fernando Henrique disse hoje, ele se sente, aqui, representando o Serra”, disse o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, à RBA.

A reportagem fez a mesma pergunta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Conversa, conversa”, respondeu ele.

O ex-governador de Minas se preocupou em afagar os correligionários paulistas, onde seu nome ainda encontra resistências. “Aqui foi que tudo começou. O PSDB do Brasil inteiro deve muito aos paulistas, às lideranças que aqui estão, a outras lideranças extraordinárias como Mário Covas e Franco Montoro, à liderança de José Serra”, declarou Aécio.

Segundo o senador, o PSDB vai entrar na campanha do ano que vem em busca “do início de um novo ciclo" e voltou a criticar o suposto "aparelhamento" da máquina pública no governo do PT, afirmando que irá substitui-lo pela "meritocracia".

Apesar do discurso recorrente dos tucanos, levantamento publicado há uma semana pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que o PSDB lidera em total de cargos de confiança (onde se daria o "aparelhamento) entre os governos estaduais.

Aécio também voltou a falar em "ética" e "eficiência". “O PSDB não tem sequer o direito de se negar a apresentar ao Brasil uma alternativa a esse modelo de governo que aí está, do ponto de vista ético, da eficiência, de uma visão mais moderna de país e de mundo.”

Também nesse ponto, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que entre os anos 2000 e 2012 o PSDB é o terceiro partido com mais políticos cassados por corrupção (58), ficando atrás apenas do PMDB (66) e do DEM (69). O PT, alvo de Aécio, estava em 9º no ranking, com dez.
Unidade

A palavra de ordem nos discursos e nas entrevistas foi unidade. “O PSDB vai marchar junto para que possa apresentar-se ao país com força e vigor. O sentido dessa festa é de congraçamento e mostrar que estamos todos juntos”, resumiu Fernando Henrique em rápida e tumultuada coletiva ao lado de Alckmin, Aécio, do presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, e do presidente estadual, deputado Pedro Tobias.

“Temos certeza que estamos começando a reorganizar o partido”, avaliou FHC. “À arrogância do governo [federal], vamos responder com nossa unidade”, pregou Aécio.

“Estamos aqui para mostrar que o partido está unido”, pontuou o senador Aloysio Nunes Ferreira. Sérgio Guerra também mencionou a unidade, mas foi mais claro ao rapidamente resumir “as duas coisas importantes” que tinha a dizer: “ao adversário interessa nos dividir e confundir, a nós interessa a unidade; as condições favorecem uma candidatura que, estou convencido, deve ser a de Aécio”.

No discurso à militância, o senador e ex-governador mineiro mencionou sua história pessoal, lembrou o avô Tancredo Neves e voltou a atacar os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, chamando-os de “projeto de poder do vale-tudo” e protagonista do “mais perverso aparelhamento da máquina pública”. Segundo Aécio, “o maior programa de distribuição de renda não é o Bolsa Família, é o Plano Real”.

No final do evento, quando Aécio lutava para ultrapassar uma pequena multidão que se interpunha entre ele e o carro que o aguardava à saída, uma militante se aproximou e entregou-lhe uma réstia com várias cabeças de alho e um crucifixo, dizendo: “Um presente para te proteger do José Serra”. Dando muita risada, Aécio respondeu: “José é aliado. Isso aqui vai proteger contra os adversários”.

3 comentários:

  1. "a militância quer lançar o candidato já" KKKKKKKKKKKKKKKKK
    Que militância? Desde quando o psdb(minúsculo mesmo) tem militância?
    A "militância" do psdb tem nome: fhc (minúsculo também).
    A DILMA tem uma missão ingrata. Dar uma surra em bêbado.

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  2. Lobão não quer que se saiba quem são os donos de emissoras
    publicado em 26 de março de 2013 às 9:09


    Senador dono de TV recusa projeto para divulgar propriedade de emissoras

    Lobão Filho (PMDB-MA), sócio de afiliada do SBT, orienta membros de comissão a não aprovarem lei de transparência do domínio da concessão de rádio e televisão

    Nivaldo Souza e Wilson Lima , iG Brasília | 26/03/2013 07:00:00

    A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado aprecia nesta terça-feira (26) um projeto de lei de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT) que torna obrigatória a divulgação dos nomes dos donos das emissoras de rádio e televisão. O relator da matéria, senador Lobão Filho (PMDB-MA), rejeita o Projeto de Lei do Senado (PLS 275/2012), que será votado pela comissão na manhã de hoje. Lobão é sócio de emissora de televisão afiliada ao SBT no Maranhão.

    Taques argumenta que seu projeto “busca desenvolver mecanismos que possibilitem maior transparência sobre o controle e a propriedade dos veículos de comunicação, facilitando sua fiscalização tanto pelos órgãos públicos quanto pela sociedade em geral”. Para isso, as emissoras deveriam publicar em sites e veicular na sua grade de programação o nome de seus proprietários.

    O contra argumento de Lobão Filho é que a exigência de veiculação da composição acionária no horário comercial das rádios e televisões pode gerar prejuízos às emissoras, uma vez que “a principal fonte de recursos é a comercialização de espaço publicitário”. “Ao se exigir inserções diárias com a divulgação da razão social das entidades titulares das respectivas outorgas retira-se, na prática, tempo que poderia ser convertido em anúncios, diminuindo receitas dessas empresas”, afirma em relatório Lobão Filho.

    No caso dos sites, Lobão Filho afirma que boa parte das emissoras concessionárias são comunitárias e não teriam como arcar com uma despesa extra para divulgar o nome de seus sócios.

    Afiliada SBT

    O senador Lobão Filho, que assumiu o cargo como suplente do pai, o Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão (PMDB-MA), detém 24,6% das ações da Rádio e TV Difusora do Maranhão – conforme informado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A emissora é afiliada do SBT no Estado e a rádio Difusora FM detém os maiores índices de audiência em São Luís, capital do Estado.

    Além de Lobão Filho, aliados políticos como a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), detém cotas de participação em empresas de mídia, segundo a Anatel. Roseana maranhense é proprietária de cerca 33% das cotas da TV Mirante, afiliada da Rede Globo em seu estado.

    Dados referentes a 2011, apontam que pelo menos 56 deputados e senadores são sócios ou mantém vínculo de parentesco com emissoras de rádio ou TV. Embora a Constituição Federal proíba a posse emissora de rádio e televisão, falta regulamentação. O governo já manifestou intenção de regular a norma por meio de um projeto de lei sobre a modernização das comunicações. O anteprojeto de lei foi elaborado pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Franklin Martins, mas por pressão das emissoras ainda não chegou ao Congresso.

    O iG revelou, em janeiro, que o deputado federal Abelardo Camarinha (PSB-SP) repassou R$ 160 mil da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) para sua própria emissora de rádio em Vera Cruz, cidade a 430 quilômetros de São Paulo.

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  3. E alguém acredita? Cerra será o candidato e vai encher o saco tudo outra vez,

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