Por Cadu Amaral, em seu blog:
Foram inaugurados os primeiros 65 km (do total de 250 km) do Canal do Sertão Alagoano na cidade de Água Branca. Uma obra que, quando concluída, deverá levar água a mais de um milhão de pessoas. A presidenta Dilma Rousseff (PT) esteve pessoalmente para solenidade e garantiu mais R$ 1,1 bilhão para a construção da obra até o Km 122. O Canal teve seu início em 1991 e, após garantir vários e vários votos a quem não dá a mínima para o povo mais pobre, teve as águas passando por ele 22 anos depois.
Foi a partir do governo Lula que o Canal do Sertão começou a, de fato, sair do papel. O Canal do Sertão é de uma importância sem igual. Não por que vai se acabar com a seca. Isso não existe. Mas na verdade, ajudar ao povo da região a lidar melhor com ela. Vai ajudar a garantir mais dignidade nas vidas dos sertanejos.
O governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) que semanas antes da inauguração transferiu a sede do governo para Santana do Ipanema, cidade do sertão alagoano, foi uma das pessoas que tiveram muitos votos por conta dessa obra. Ele foi senador durante a maioria do tempo de existência dessa obra e sempre em suas falas afirmava que trouxe “milhões em emendas” para “matar a sede do sertanejo”. Ou com palavras parecidas.
Nos dias antes da solenidade de inauguração, várias e várias reportagens com fotos heroicas de Téo e o Canal foram publicadas em veículo de comunicação.
Diga-se de passagem, Renan Calheiros (PMDB) também logrou votos com a gigantesca obra. Como tantos outros que estavam na solenidade a sorrir desvairadamente. Ironicamente, quem menos se beneficiou dessa obra foi o senador Fernando Collor (PTB). Ele esteve fora da vida política por anos – e nos anos de início da obra – por causa do impeachment. Quando obteve um mandato novamente a obra do Canal já era, de verdade, uma realidade.
Se antes, com a obra tão seca quanto o sertão em tempos de estiagem, muita gente queria sua paternidade, imaginem agora com águas passando por lá. Não tem exame de DNA que resolva, apenas a História. Foi quando a União, a partir do governo lula tomou pra si a execução dessa obra que a coisa andou. Mesmo não tendo sido um “mar de rosas”, mas nada o é.
Problemas a resolver
Foram inaugurados os primeiros 65 km (do total de 250 km) do Canal do Sertão Alagoano na cidade de Água Branca. Uma obra que, quando concluída, deverá levar água a mais de um milhão de pessoas. A presidenta Dilma Rousseff (PT) esteve pessoalmente para solenidade e garantiu mais R$ 1,1 bilhão para a construção da obra até o Km 122. O Canal teve seu início em 1991 e, após garantir vários e vários votos a quem não dá a mínima para o povo mais pobre, teve as águas passando por ele 22 anos depois.
Foi a partir do governo Lula que o Canal do Sertão começou a, de fato, sair do papel. O Canal do Sertão é de uma importância sem igual. Não por que vai se acabar com a seca. Isso não existe. Mas na verdade, ajudar ao povo da região a lidar melhor com ela. Vai ajudar a garantir mais dignidade nas vidas dos sertanejos.
O governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) que semanas antes da inauguração transferiu a sede do governo para Santana do Ipanema, cidade do sertão alagoano, foi uma das pessoas que tiveram muitos votos por conta dessa obra. Ele foi senador durante a maioria do tempo de existência dessa obra e sempre em suas falas afirmava que trouxe “milhões em emendas” para “matar a sede do sertanejo”. Ou com palavras parecidas.
Nos dias antes da solenidade de inauguração, várias e várias reportagens com fotos heroicas de Téo e o Canal foram publicadas em veículo de comunicação.
Diga-se de passagem, Renan Calheiros (PMDB) também logrou votos com a gigantesca obra. Como tantos outros que estavam na solenidade a sorrir desvairadamente. Ironicamente, quem menos se beneficiou dessa obra foi o senador Fernando Collor (PTB). Ele esteve fora da vida política por anos – e nos anos de início da obra – por causa do impeachment. Quando obteve um mandato novamente a obra do Canal já era, de verdade, uma realidade.
Se antes, com a obra tão seca quanto o sertão em tempos de estiagem, muita gente queria sua paternidade, imaginem agora com águas passando por lá. Não tem exame de DNA que resolva, apenas a História. Foi quando a União, a partir do governo lula tomou pra si a execução dessa obra que a coisa andou. Mesmo não tendo sido um “mar de rosas”, mas nada o é.
Problemas a resolver
Eliseu Gomes, importante liderança política da região resumiu bem em seu perfil do Facebook um pouco dos problemas vividos por agricultores do sertão alagoano. “O rebanho bovino do estado foi reduzido drasticamente por sucessivas secas que nos arrastam há mais de 15 anos. Estamos no meado do ciclo dos 30 anos das estiagens, portanto, teremos mais dois anos de seca, essa, que já se pronuncia, como a maior desde 1877.”
Eliseu, o Leleu, como é conhecido prossegue: “A catástrofe climática vivenciada no Nordeste faz com que rebanhos de outros Estados migrem para Alagoas, e aqui, estão produzindo leite. Enquanto isso, uma frota imensa de caminhões transportam palma diariamente para outros Estados. Portanto, a vexatória situação da atividade láctea, paradoxalmente irá piorar quando chover, e, os rebanhos voltarem aos seus estados de origem. Aí, a verdadeira crise irá se revelar em toda sua plenitude: não teremos palma, vacas, nem leite.”
Leleu coloca ainda a necessidade de amortizar a dívida de agricultores da região que, por questões da seca, não conseguiram produzir o suficiente para pagar empréstimos feitos no Banco do Nordeste. Segundo ele há “2.500 execuções somente em Alagoas contra as vitimas da seca de 1997/98”.
O funcionamento do Canal do Sertão cria perspectivas para o futuro, mas elas somente poderão ser palpáveis se problemas passados, como o citado por Eliseu Gomes, forem resolvidos.
Eliseu, o Leleu, como é conhecido prossegue: “A catástrofe climática vivenciada no Nordeste faz com que rebanhos de outros Estados migrem para Alagoas, e aqui, estão produzindo leite. Enquanto isso, uma frota imensa de caminhões transportam palma diariamente para outros Estados. Portanto, a vexatória situação da atividade láctea, paradoxalmente irá piorar quando chover, e, os rebanhos voltarem aos seus estados de origem. Aí, a verdadeira crise irá se revelar em toda sua plenitude: não teremos palma, vacas, nem leite.”
Leleu coloca ainda a necessidade de amortizar a dívida de agricultores da região que, por questões da seca, não conseguiram produzir o suficiente para pagar empréstimos feitos no Banco do Nordeste. Segundo ele há “2.500 execuções somente em Alagoas contra as vitimas da seca de 1997/98”.
O funcionamento do Canal do Sertão cria perspectivas para o futuro, mas elas somente poderão ser palpáveis se problemas passados, como o citado por Eliseu Gomes, forem resolvidos.
É uma obra importante, isso é fato.
ResponderExcluirUma pena que demorou tanto para sair do papel.
Mas agora está aí, e espero que mais dessas obras sejam realizadas por lá, já que o Nordeste e o Norte ainda são esquecidos por todos nós.
Uma boa semana.