domingo, 10 de março de 2013

Telefônica demite; governo é cúmplice!

Por Altamiro Borges

A multinacional espanhola Telefônica anunciou nesta semana a abertura de um novo programa de demissão voluntária (PDV). A meta é cortar 1 mil postos de trabalho, o que representa aproximadamente 5% do total de funcionários da tele no Brasil. Para o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de São Paulo (Sintetel), a iniciativa confirma que a empresa visa apenas o lucro e não tem qualquer compromisso com o desenvolvimento nacional. Para piorar, ela ainda recebe bilionários subsídios do governo Dilma.

Há cerca de um ano, a Telefônica já havia demitido 1,5 mil trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro. Com o processo de fusão com a empresa Vivo, o clima de insegurança cresceu ainda mais. O Sintetel até negociou um pacote de benefícios para os funcionários que aderirem ao novo PDV, que inclui meio salário base por ano trabalhado; indenização de no mínimo um salário base e no máximo dez; manutenção do plano de saúde por seis meses; e serviço de apoio à transição de emprego. O pacote apenas ameniza o problema.

Conforme aponta Valdo Albuquerque, do jornal Hora do Povo, nada justifica as demissões na Telefônica, que mantém operações de telefonia fixa, celular, banda larga e tevê por assinatura no Brasil. “A redução de pessoal ocorre num momento em que a empresa está faturando os tubos. No fim de fevereiro, ela divulgou o balanço de 2012, no qual teve lucro líquido de R$ 1,474 bilhão no quarto trimestre e de R$ 4,452 bilhões no ano. É o quarto maior lucro de empresas não financeiras, atrás apenas da Petrobrás, Vale e Ambev”.

Ainda segundo o jornalista, “a Telefônica/Vivo teve um faturamento de R$ 45,888 bilhões em 2010, de R$ 49,100 bilhões em 2011 e de R$ 50,279 bilhões em 2012, ou seja, um faturamento de R$ 145,267 bilhões em três anos. Estes lucros altos implicam em aumento das remessas de lucros para as matrizes, no caso das filiais de multinacionais: entre 2007 e 2011, as remessas do setor de telecomunicação aumentaram 430,80%”. Mesmo com os lucros elevados e os péssimos serviços prestados, o governo ainda insiste em subsidiar o setor.

Na quarta-feira passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou que o governo prepara um plano de investimento de cerca de R$ 100 bilhões para implantação de rede de fibra óptica nos próximos dez anos. Ele será feito “através de parcerias com o setor privado, incentivos, financiamento do BNDES, Telebrás e orçamento fiscal”, garantiu o ministro. Ou seja: a Telefônica e outras operadoras, mesmo explorando e demitindo os trabalhadores e saqueando o Brasil, ainda serão subsidiadas pelo governo. Um crime!

3 comentários:

  1. Miro, o chefe disse que se não der audiência vou virar vaga. Ajude-nos:
    #perseguidos, no Domingo Espetacular, às 21h

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  2. O que um sindicato esperava dessa empresa?

    Já se foi o tempo em que um sindicato lutou e escreveu sobre a privataria da telefonia e o que iria contecer. E aconteceu. E continua acontecendo.E vai piorar.

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  3. Caros,

    o Sintetel não trabalha o conceito de classe trabalhadora de modo a defendê-la diante dos seus determinantes. Quando vão as portas das empresas de telemarketing e BPO estão interessadas em fazer sua campanha publicitária através de fotos, filmagens etc.. Já vi e ouvi diversas vezes manifestações onde o único interesse era atrapalhar as operações e "fazer uma foto para depois ir embora", fala de articulador do sindicato.
    Temos problemas reais nas empresas que fornecem atendimento para a Vivo, demandas reais não cuidadas da forma correta, o intuito do sindicato é o show, a distrição de brindes no Dia da Mulher, cadê a conscientização efetiva da data 08 de março?
    Embora saibamos disso tudo, e que para mudar essa realidade basta a conscientização, temos uma crescente de comprometimento por parte dos trabalhadores, interessados em afastar-se pelo INSS, em ser desligados e em fazer "acordo" com as empresas para saírem com seus benefícios e ficarem encostados no seguro desemprego, além do enorme volume de fraudes contabilizadas pelos representantes.
    A luta dos trabalhadores é histórica e em face do modo de produção capitalista que nos impõe a barbárie precisamos reavaliar a conjuntura e a forma como a sociedade vê as políticas públicas e a configuração dos sindicatos que hoje nada mais são do que megafones de reclamações abarrotadas de imaturidade profissional.

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