Por Altamiro Borges
Há cerca de um ano, a Telefônica já havia demitido 1,5 mil
trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro. Com o processo de fusão com a empresa
Vivo, o clima de insegurança cresceu ainda mais. O Sintetel até negociou um
pacote de benefícios para os funcionários que aderirem ao novo PDV, que inclui meio
salário base por ano trabalhado; indenização de no mínimo um salário base e no
máximo dez; manutenção do plano de saúde por seis meses; e serviço de apoio à
transição de emprego. O pacote apenas ameniza o problema.
A multinacional espanhola Telefônica anunciou nesta semana a
abertura de um novo programa de demissão voluntária (PDV). A meta é cortar 1 mil postos de trabalho, o que representa aproximadamente 5% do
total de funcionários da tele no Brasil. Para o Sindicato dos Trabalhadores em
Telecomunicações de São Paulo (Sintetel), a iniciativa confirma que a empresa visa
apenas o lucro e não tem qualquer compromisso com o desenvolvimento nacional. Para
piorar, ela ainda recebe bilionários subsídios do governo Dilma.
Conforme aponta Valdo Albuquerque, do jornal Hora do Povo,
nada justifica as demissões na Telefônica, que mantém operações de
telefonia fixa, celular, banda larga e tevê por assinatura no Brasil. “A
redução de pessoal ocorre num momento em que a empresa está faturando os tubos.
No fim de fevereiro, ela divulgou o balanço de 2012, no qual teve lucro líquido
de R$ 1,474 bilhão no quarto trimestre e de R$ 4,452 bilhões no ano. É o quarto
maior lucro de empresas não financeiras, atrás apenas da Petrobrás, Vale e Ambev”.
Ainda segundo o jornalista, “a Telefônica/Vivo teve um faturamento
de R$ 45,888 bilhões em 2010, de R$ 49,100 bilhões em 2011 e de R$ 50,279
bilhões em 2012, ou seja, um faturamento de R$ 145,267 bilhões em três anos.
Estes lucros altos implicam em aumento das remessas de lucros para as matrizes,
no caso das filiais de multinacionais: entre 2007 e 2011, as remessas do setor
de telecomunicação aumentaram 430,80%”. Mesmo com os lucros elevados e os
péssimos serviços prestados, o governo ainda insiste em subsidiar o setor.
Na quarta-feira passada, o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, informou que o governo prepara um plano de investimento de cerca de
R$ 100 bilhões para implantação de rede de fibra óptica nos próximos dez anos.
Ele será feito “através de parcerias com o setor privado, incentivos,
financiamento do BNDES, Telebrás e orçamento fiscal”, garantiu o ministro. Ou
seja: a Telefônica e outras operadoras, mesmo explorando e demitindo os
trabalhadores e saqueando o Brasil, ainda serão subsidiadas pelo governo. Um
crime!
Miro, o chefe disse que se não der audiência vou virar vaga. Ajude-nos:
ResponderExcluir#perseguidos, no Domingo Espetacular, às 21h
ResponderExcluirO que um sindicato esperava dessa empresa?
Já se foi o tempo em que um sindicato lutou e escreveu sobre a privataria da telefonia e o que iria contecer. E aconteceu. E continua acontecendo.E vai piorar.
Caros,
ResponderExcluiro Sintetel não trabalha o conceito de classe trabalhadora de modo a defendê-la diante dos seus determinantes. Quando vão as portas das empresas de telemarketing e BPO estão interessadas em fazer sua campanha publicitária através de fotos, filmagens etc.. Já vi e ouvi diversas vezes manifestações onde o único interesse era atrapalhar as operações e "fazer uma foto para depois ir embora", fala de articulador do sindicato.
Temos problemas reais nas empresas que fornecem atendimento para a Vivo, demandas reais não cuidadas da forma correta, o intuito do sindicato é o show, a distrição de brindes no Dia da Mulher, cadê a conscientização efetiva da data 08 de março?
Embora saibamos disso tudo, e que para mudar essa realidade basta a conscientização, temos uma crescente de comprometimento por parte dos trabalhadores, interessados em afastar-se pelo INSS, em ser desligados e em fazer "acordo" com as empresas para saírem com seus benefícios e ficarem encostados no seguro desemprego, além do enorme volume de fraudes contabilizadas pelos representantes.
A luta dos trabalhadores é histórica e em face do modo de produção capitalista que nos impõe a barbárie precisamos reavaliar a conjuntura e a forma como a sociedade vê as políticas públicas e a configuração dos sindicatos que hoje nada mais são do que megafones de reclamações abarrotadas de imaturidade profissional.