ALEXSANDRO PALOMBO |
Nas últimas semanas, não foram poucas as análises que tentaram explicar os motivos que levaram o Vaticano a escolher um papa latino-americano. Um ponto de vista expressado tanto por autores mais à esquerda quanto à direita viram no gesto uma tentativa de combater dois “males” que afetam a América Latina neste começo de século: o crescimento evangélico e a ascensão de líderes políticos progressistas em diferentes países da região.
De ingênua a Igreja Católica, obviamente, não tem nada. No final dos anos 70, a escolha do papa João Paulo 2º já se dera para fortalecer o combate ao comunismo no leste europeu. Para alguns autores, o papel desempenhado pelo Vaticano, somado à política implementada por Margaret Thatcher e Ronald Reagan durante a década de 80, foi fundamental para a derrocada da União Soviética. O cenário atual, no entanto, é bem diferente.
Em meio à atual crise capitalista em todo o planeta, a América Latina é a única região que tem colocado em prática uma fórmula diferente do que pregava a cartilha neoliberal das últimas décadas, a partir de uma firme aposta na integração regional, no fortalecimento da economia interna de cada nação, na consolidação da democracia e na soberania de seus povos.
O avanço da influência das religiões denominadas evangélicas na América Latina não está ligado às mudanças políticas ocorridas no último período (mais especificamente a partir de 1998, data em que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela), mas é inegável que as mazelas sociais causadas pelo neoliberalismo na região criaram um terreno fértil para o discurso protestante baseado na Teologia da Prosperidade.
Pesquisas no Brasil e em outros países da região apontam que a escolha do papa Francisco foi muito bem recebida pela maioria da população. Partidos de direita e a mídia conservadora não têm escondido sua satisfação nas últimas semanas, esperançosos em retomar o controle da agenda política do continente. Apesar dessa euforia, a América Latina vive novos tempos, nos quais os religiosos de diferentes crenças ainda mantêm certa influência social e política, mas em dimensão bastante reduzida – a eleição de 2010, quando Dilma foi atacada por setores católicos e evangélicos, é um exemplo concreto dessa limitação.
O Vaticano precisará perceber que, na América Latina, sua influência poderá ter algum nível de recuperação se a Igreja souber como se somar às mudanças que vêm sendo colocadas em prática – o papel dos católicos na Nicarágua é emblemático nesse atual cenário político. Se ela se mantiver caminhando ao lado do que há de mais conservador na região, perderá mais uma vez o bonde da história e em nada contribuirá para combater a desigualdade.
De ingênua a Igreja Católica, obviamente, não tem nada. No final dos anos 70, a escolha do papa João Paulo 2º já se dera para fortalecer o combate ao comunismo no leste europeu. Para alguns autores, o papel desempenhado pelo Vaticano, somado à política implementada por Margaret Thatcher e Ronald Reagan durante a década de 80, foi fundamental para a derrocada da União Soviética. O cenário atual, no entanto, é bem diferente.
Em meio à atual crise capitalista em todo o planeta, a América Latina é a única região que tem colocado em prática uma fórmula diferente do que pregava a cartilha neoliberal das últimas décadas, a partir de uma firme aposta na integração regional, no fortalecimento da economia interna de cada nação, na consolidação da democracia e na soberania de seus povos.
O avanço da influência das religiões denominadas evangélicas na América Latina não está ligado às mudanças políticas ocorridas no último período (mais especificamente a partir de 1998, data em que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela), mas é inegável que as mazelas sociais causadas pelo neoliberalismo na região criaram um terreno fértil para o discurso protestante baseado na Teologia da Prosperidade.
Pesquisas no Brasil e em outros países da região apontam que a escolha do papa Francisco foi muito bem recebida pela maioria da população. Partidos de direita e a mídia conservadora não têm escondido sua satisfação nas últimas semanas, esperançosos em retomar o controle da agenda política do continente. Apesar dessa euforia, a América Latina vive novos tempos, nos quais os religiosos de diferentes crenças ainda mantêm certa influência social e política, mas em dimensão bastante reduzida – a eleição de 2010, quando Dilma foi atacada por setores católicos e evangélicos, é um exemplo concreto dessa limitação.
O Vaticano precisará perceber que, na América Latina, sua influência poderá ter algum nível de recuperação se a Igreja souber como se somar às mudanças que vêm sendo colocadas em prática – o papel dos católicos na Nicarágua é emblemático nesse atual cenário político. Se ela se mantiver caminhando ao lado do que há de mais conservador na região, perderá mais uma vez o bonde da história e em nada contribuirá para combater a desigualdade.
Se Am.Latina perder a influencia catolica e evangelica (alem do Pentagono e os satelites deste).... será um bom avanço.
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