Na noite de sexta-feira, a
Polícia Militar executou mais dois jovens numa operação no bairro da Saúde, na
capital paulista. O comando alega que Givanildo Félix, de 20 anos, e Leomarcos
Santos, de 21, eram traficantes e que trocaram tiros com as forças policiais.
Diante das mortes, os moradores do bairro realizaram um protesto e houve
confronto com as tropas da PM. Segundo a Agência Brasil, o Departamento de
Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil decidiu abrir
inquérito para investigar o estranho caso.
No Estado, os dados apontam que
houve aumento no número de homicídios dolosos (13%), saltando de 328 em
fevereiro de 2012 para 371 em igual período deste ano. Também subiram os
latrocínios (17%), de 28 para 33. Houve estabilidade nos demais índices:
estupros (2,5%), que subiram de 1.031 para 1.057; roubos (-0,002%), com pequeno
decréscimo de 18.427 para 18.425; furtos (0,007%), com variação de 42.312 para
42.344; e roubo de veículos (-1,7%), com queda de 7.117 para 6.994.
Como aponta o jurista Luiz Flávio
Gomes, em texto no sítio Carta Maior, “o governo de São Paulo dá mostras de ter
perdido o controle da violência, desde aquele momento em que a Rota foi
escalada para combater as organizações criminosas do Estado. Talvez essa tenha
sido uma das decisões mais prejudiciais para a imagem do governo. Suas nefastas
consequências continuam presentes, apesar dos esforços do governo para reverter
o quadro (a troca do secretário da segurança é um exemplo)”.
Apesar desta perigosa perda de
controle, a mídia tucana segue tentando blindar o PSDB em São Paulo. As
emissoras de tevê, com seus programas sensacionalistas que escorrem sangue,
evitam discutir as causas mais profundas do crescimento da violência. Já os
jornais publicam editoriais e matérias para justificar o injustificável. Mesmo
com o sétimo mês seguido de aumento das taxas de homicídios, a mídia alivia nas
críticas ao governador Geraldo Alckmin. É como se os tucanos não comandassem o
estado há quase duas décadas.
Em editorial publicado no início
de março, por exemplo, o Estadão estampou no título que “A segurança exige
tempo”. Para o diário da famiglia Mesquita, o PSDB tem feito o dever de casa e
ainda merece a confiança dos paulistas. O jornalão afirma que o governo tem
tomado as medidas necessárias e garante que os índices de violência vão
diminuir. “Não se trata de baixar a guarda, sob o risco de pôr tudo a perder, mas
de levar em conta o dado do planejamento da ação policial”. Quanta bondade com
os tucanos!
Diferente da pressa que exige dos
governos “lulopetistas”, o Estadão pede “tempo e paciência” diante de Geraldo
Alckmin. “Embora com a cautela que a prudência recomenda em relação às
tentativas anunciadas periodicamente para mudar a polícia, vários especialistas
em segurança veem com bons olhos a ação do secretário Grella Vieira, e, ao
mesmo tempo, advertem que não se devem esperar resultados rápidos... O trabalho
em curso na Secretaria da Segurança é demorado. Não deve ser julgado
apressadamente”.
O único sinal da presença do Estado na periferia, é a policia. E ela mata mais que o PCC. Mata qualquer um. Sem dó. E ai deles se resolverem que manifestar contra essa situação. É trapa de choque, bomba de gás, bala de borracha e toda a violência de que a policia é capaz. E a mídia..., bom vc sabe de que lado está a mídia.
ResponderExcluirGrande probabilidade de o PSDB ser derrotado no governo de SP em 2014.
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ResponderExcluirLUIZ FLÁVIO GOMES AO 247: 'BARBOSA É POPULISTA PENAL'
31 DE MARÇO DE 2013 ÀS 18:04
Gisele Federicce _247 – A escolha que o Brasil fez para combater a criminalidade é errada. A avaliação, do jurista Luiz Flávio Gomes, motivou a publicação do livro "Populismo penal midiático: caso mensalão, mídia disruptiva e Direito penal crítico" (editora Saraiva), escrito em parceria com a também jurista Débora de Souza de Almeida. Segundo ele, que concedeu entrevista ao 247, a tese de que o endurecimento da lei é a solução para a diminuição de crimes no País "é um engano", uma "ilusão".
Recentemente, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que os juízes no Brasil têm tendência à impunidade. Essa declaração faz dele um populista penal?
Essa declaração é típica do populismo. Ele quer que os juízes sejam mais rigorosos, que apliquem penas mais duras. Ele acredita piamente nisso, que a lei mais dura combate a criminalidade. E mais: ele acreditou nisso durante o processo do mensalão. Ele quis fazer do julgamento um caso exemplar de punição à criminalidade.
Abaixo trechos da conversa:
Na sua avaliação as penas do mensalão foram excessivas?
As penas do mensalão estão fora dos padrões da jurisprudência no Brasil. Por trás de tudo, está a avaliação de que punindo um, os demais não vão cometer crimes. Aí é que está o erro, não é assim que funciona. No Brasil, poucos são condenados.
Então o perfil do ministro Barbosa é de um populista...
Barbosa não é só populista, é reacionário, ele tem uma linha de desrespeito às garantias. Ele quis aplicar, por exemplo, uma pena de multa que não existe num determinado crime. Isso viola a garantia da legalidade, tanto que os outros ministros não concordaram. Em outro caso, para ele, o empate significa a condenação, o que no final se viu que não, que o empate era absolvição. Então foram vários movimentos que indicaram esse perfil populista.
Tanto que as entidades se manifestaram contra as declarações, o acusando também de não consultá-las antes de tomar decisões...
Essa é uma tendência autoritária, não consulta as entidades. Xinga as pessoas, xinga jornalistas, como se fosse o rei. Às vezes se comporta como um rei soberano, que tivesse imunidade. Não é assim. Ele desrespeita as pessoas.
Por que o senhor decidiu escrever o livro, o que mais o incomoda?
O que o Brasil está fazendo para combater o crime está errado e quem combate de maneira errada sofre as consequências. Esse é o problema do populismo: ele é enganoso, as pessoas se iludem e a criminalidade não melhora, está cada dia pior.
em http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/97620/Luiz-Fl%C3%A1vio-Gomes-ao-247-'Barbosa-%C3%A9-populista-penal'.htm
Os jovens serão responsáveis pela riqueza produzida na próxima geração.
ResponderExcluirNenhuma sociedade pode negar o direito a vida os seus cidadãos. Barbárie maior: por ação do estado executar jovens.
Diante destes homicídios não existe argumento lógico para a sociedade justificar sua própria existência.
A pm deve ser extinta.
ResponderExcluirAlgum psiquiatra traçaria o perfil psicológico do governador, por favor?
Sinceramente não posso julgar os rapazes que foram mortos.Agora,me soa muito pesado(não sei se seria essa a palavra),que a PM mata a esmo.Dois policiais numa viatura andando,olham para uma pessoa e falam entre si:-Olha lá,vamos matar aquele ali,pq ele está usando uma blusa roxa horrível!...Tempos estranhos!
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