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A jornalista Mary Zaidan postou neste domingo (21) um duro artigo no blog de Ricardo Noblat, hospedado no sítio do jornal O Globo, que revela a gravidade da crise do PSDB. A colunista é famosa por sua ferrenha oposição aos presidentes Lula e Dilma e nunca escondeu as suas ligações históricas com o tucanato. Na sua biografia, Mary Zaidan explícita que foi assessora de imprensa do governador Mario Covas e que participou de seis campanhas eleitorais majoritárias, "incluindo a do prefeito José Serra, em 2004". Ela também foi repórter de política dos jornais O Globo e Estadão. Vale conferir o seu texto revelador:
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Enviado por Mary Zaidan
21.4.2013 - 13h02m
Briga de bicos, por Mary Zaidan
Quanto mais tenta se desenroscar mais o PSDB tropeça no seu próprio bico. Há mais dissenso do que consenso, o que dificulta o caminho da legenda para se tornar competitiva na disputa pela cadeira da presidente Dilma Rousseff.
O embate não tem fim: é Aécio Neves versus José Serra versus Geraldo Alckmin, nessa ordem e na ordem inversa. Nas hostes tucanas amassa-se fel como se o amargor não tivesse consequência alguma.
A convenção municipal de São Paulo, realizada no último domingo, é exemplo disso. Um acordo costurado entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Alckmin e Serra para levar o ex-ministro, hoje vereador Andrea Matarazzo, à presidência da sigla na capital foi derrubado, em cima da hora e sem aviso prévio, por secretários do governador.
Pior: a convenção se transformou em baixaria, com agressividade jamais vista entre os até então educados tucanos. Alckmin apressou-se a condenar o episódio, mas o estrago já estava feito.
A rixa no ninho paulistano agudizou-se em 2008, na eleição de Gilberto Kassab, hoje cacique maior do PSD. Em 2004, o aliado PFL impôs Kassab como vice de Serra, que, a princípio, detestou a escolha. Pensou até em desistir da candidatura.Dois anos depois, Serra deixou a Prefeitura para concorrer ao Governo do Estado e Kassab, a partir de um acordo que previa o apoio de Serra na eleição seguinte, manteve a administração intacta, com o PSDB ocupando as principais secretarias.
Mas na hora do vamos ver rachou: parte apoiou Kassab, outra acompanhou Alckmin, que acabou derrotado. Daí para frente o tucanato nunca mais foi o mesmo em sua cidade-berço.
Eleito governador, Serra trouxe Alckmin para o seu secretariado. Desfilou com ele na campanha presidencial de 2010 e na de prefeito, em 2012. Tem-se então que a conta estaria acertada. Qual o quê. Cada dia a brigalhada acirra-se mais.
FHC até tenta por panos quentes, mas não há qualquer lamparina no fim do túnel, quanto mais luz.
Nas contas de Aécio, a cizânia paulista não é de todo mal. Desgasta seus concorrentes internos, deixando-o pairar acima disso.
Com o patrocínio de FHC, obteve o apoio explícito de Alckmin para presidir o PSDB nacional e pediu a Andrea Matarazzo para que intercedesse junto a Serra.
Chegou a declarar publicamente sua preferência por Matarazzo para o diretório municipal. Imaginava uma costura firme.
Agora sabe que não era. Alckmin deixa os seus agirem para espantar Serra e sua turma. Fica imaculado e livre para se apresentar como alternativa ao senador mineiro, caso o preferido de FHC não decole.
Os adversários se divertem.
Quanto mais tenta se desenroscar mais o PSDB tropeça no seu próprio bico. Há mais dissenso do que consenso, o que dificulta o caminho da legenda para se tornar competitiva na disputa pela cadeira da presidente Dilma Rousseff.
O embate não tem fim: é Aécio Neves versus José Serra versus Geraldo Alckmin, nessa ordem e na ordem inversa. Nas hostes tucanas amassa-se fel como se o amargor não tivesse consequência alguma.
A convenção municipal de São Paulo, realizada no último domingo, é exemplo disso. Um acordo costurado entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Alckmin e Serra para levar o ex-ministro, hoje vereador Andrea Matarazzo, à presidência da sigla na capital foi derrubado, em cima da hora e sem aviso prévio, por secretários do governador.
Pior: a convenção se transformou em baixaria, com agressividade jamais vista entre os até então educados tucanos. Alckmin apressou-se a condenar o episódio, mas o estrago já estava feito.
A rixa no ninho paulistano agudizou-se em 2008, na eleição de Gilberto Kassab, hoje cacique maior do PSD. Em 2004, o aliado PFL impôs Kassab como vice de Serra, que, a princípio, detestou a escolha. Pensou até em desistir da candidatura.Dois anos depois, Serra deixou a Prefeitura para concorrer ao Governo do Estado e Kassab, a partir de um acordo que previa o apoio de Serra na eleição seguinte, manteve a administração intacta, com o PSDB ocupando as principais secretarias.
Mas na hora do vamos ver rachou: parte apoiou Kassab, outra acompanhou Alckmin, que acabou derrotado. Daí para frente o tucanato nunca mais foi o mesmo em sua cidade-berço.
Eleito governador, Serra trouxe Alckmin para o seu secretariado. Desfilou com ele na campanha presidencial de 2010 e na de prefeito, em 2012. Tem-se então que a conta estaria acertada. Qual o quê. Cada dia a brigalhada acirra-se mais.
FHC até tenta por panos quentes, mas não há qualquer lamparina no fim do túnel, quanto mais luz.
Nas contas de Aécio, a cizânia paulista não é de todo mal. Desgasta seus concorrentes internos, deixando-o pairar acima disso.
Com o patrocínio de FHC, obteve o apoio explícito de Alckmin para presidir o PSDB nacional e pediu a Andrea Matarazzo para que intercedesse junto a Serra.
Chegou a declarar publicamente sua preferência por Matarazzo para o diretório municipal. Imaginava uma costura firme.
Agora sabe que não era. Alckmin deixa os seus agirem para espantar Serra e sua turma. Fica imaculado e livre para se apresentar como alternativa ao senador mineiro, caso o preferido de FHC não decole.
Os adversários se divertem.
Foi de longe a melhor notícia da semana.kkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirNa verdade, o texto não é uma crítica aos tucanos, mas uma mágoa porque eles não se fazem adversários à altura para derrotar Lula e Dilma.
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