A nova direção de jornalismo da TV Globo parece que não gosta muito de investir nas relações humanas. Nem mesmo o departamento de RH, que deveria gerenciar "as emoções", consegue saber com antecedência o que está acontecendo, para tomar medidas paliativas necessárias numa grande corporação.
O choro copioso da querida Carla Vilhena, apresentadora do Bom Dia São Paulo e do bloco local do Bom Dia Brasil, impedida de se despedir de seus telespectadores na última sexta-feira, dá bem a dimensão da falta de tato dos gestores.
Depois de saber pela imprensa que seria substituída na bancada pelo correspondente em Nova Iorque, Rodrigo Bocardi, Carla, com a delicadeza que lhe é peculiar, escreveu uma mensagem de despedida, mas a direção proibiu-a de lê-la.
Abalada, Carla não conseguiu terminar sua participação e foi substituída pela uma moça do tempo. Saiu do ar amparada por funcionários da Globo sem levar nem suas roupas e nem seus pertences.
Trazer Rodrigo de volta para o Brasil com assento em uma bancada é um movimento importante. O repórter, que teve carreira meteórica na emissora durante o mensalão, faz com desenvoltura o jogo da casa. Quem não se lembra da moedinha na pista do aeroporto de Congonhas, para incriminar Lula pelo acidente da TAM, em julho de 2007?
Trazer Rodrigo de volta para o Brasil com assento em uma bancada é um movimento importante. O repórter, que teve carreira meteórica na emissora durante o mensalão, faz com desenvoltura o jogo da casa. Quem não se lembra da moedinha na pista do aeroporto de Congonhas, para incriminar Lula pelo acidente da TAM, em julho de 2007?
Rodrigo é um bom sujeito. Trabalhamos juntos no Jornal da Globo, com Ana Paula Padrão. Ele tinha vindo da Band, onde começou como coordenador de telejornal, uma função burocrática. Teve a felicidade de fazer jornalismo na Faculdade do Morumbi, onde a elite paulistana se encontra. Fez amizade com os Saad, circula em altas rodas e conhece detalhadamente a cartilha neolibelês.
Sonhava em ser editor de economia e pediu para que eu o apadrinhasse nesse sentido. Como acumulava - para que testassem minha capacidade - as funções de editor de política e economia do telejornal, cujo noticiário era majoritariamente composto por esses dois temas, concordei e indiquei seu nome ao então editor-chefe, Luiz Claudio Latgé.
Competente, logo Rodrigo caiu nas graças de toda a equipe, mas alimentava em silêncio o sonho de ser repórter, o que no caso dele não era difícil, porque tem boa estampa, boa voz e é muito bem relacionado. Será muito bem teleguiado na nova função.
Depois de dois anos na bancada, Carla volta à reportagem. Passa a engrossar o coro do Fantástico. Como apresentadora, a bela morena de olhos azuis encantou o país no Jornal da Band, no fim dos anos 90. Beleza, postura e voz eram tão marcantes, que foi convidada pela Globo para ser apresentadora do Novo SPTV, em 1998.
Como na emissora a fila é grande, Carla ficou para lá e para cá, até que conseguisse sua própria bancada num jornal de rede. Apresentou os SPTV, os Bom Dias, o Jornal Hoje, o Fantástico e até o Jornal Nacional, nas folgas dos apresentadores titulares. É o tipo de profissional de quem não se ouve críticas, só elogios.
Torço para que ela supere a dor de ser cortada sumariamente, como já aconteceu com tantos outros. Carla, o mundo não só aí. Um beijo no seu coração.
Belo comentário.... concordo plenamente.
ResponderExcluirEsperamos que a Carla tenha outras opções em emissoras tão competentes e que possuem ao meu ver mais qualidade e profissionalismo que a Globo...
"Hoje em Dia" ela não é tão poderosa assim...
Mário.
Beijo no coração não Miro. Isso é muito brega.
ResponderExcluirMiro,
ResponderExcluirO não investimento no ser humano não é um privilégio da globo. As grandes corporações agem assim no mundo todo. Acho que o grande erro que cometemos e não nos apercebermos que a importância das pessoas é nenhuma nesse processo, que diga-se, acentuou-se com a chegado ao poder do woytila, tatcher e reagan.
Uma empresa que se diz tão preocupada com o social, que vende uma imagem tão solidária em sua programação (Criança Esperança, quadros Lar Doce Lar, Lata Velha, Soletrando etc do Caldeirão do Huck, Transformação do TV Xuxa, e por aí vai...), deveria se preocupar com seus funcionários de forma igual. Mas não é isso o que acontece. Existem muitos funcionários esquecidos, sem qualquer perspectiva dentro da empresa, adoencendo às vistas de gestores e do RH. Não é a toa que internamente chamam o setor de Recursos Desumanos. É triste constatar que o sonho de muitos universitários não passa de sonho mesmo. Ou melhor, pesadelo.
ResponderExcluirEunice Costa
ResponderExcluirE decepcionante quando uma organização manifesta na "telinha" SEU "compromisso COM O SER HUMANO, COM A VERDADE E COM A ÉTICA". mas, jogaram tudo isso no lixo, na hora de "descartar" uma profissional do peso da Carla Vilhena. Ela não merece ir para a rua fazer reportagem. Esse tempo já passou. Ela construiu seu caminho com capacidade, respeito e muita dedicação.
Tomara que outra empresa com ÉTICA DE VERDADE possa olhar para ela ew contratá-la para um padrão do porte dela.
infelizmente as corporações agem com seus colaboradores desta maneira que estamos vendo,isto é ótimo para dismotivar o profissional porque eles não visto como seres humanos e sim como números.
ResponderExcluir"Beijo no coração"... essa doeu.
ResponderExcluirUma jornalista excelente, com opinião que falava muitas vezes sobre a indignação no momento da reportagem. Talvez tenha sido este o motivo. A covardia da Globo é explicita.
ResponderExcluirQueria que a Carla pudesse ler isto:
ResponderExcluirTentei assistir ao Jornal depois que ela saiu...Não consigo, nunca mais verei este programa, pois ela era a alma de tudo. Esse Bocardi conseguiu errar no improviso, sorte dele a repórter que estava ali ao lado dele para tentar salvá-lo. Impossivel Rodrigo,vai ler texto, va apresentar Globo Reporter se conseguir. CARLA, AVISE AONDE FOR..QUEM SABE NA BAND EM> SAUDADES...ROSE.