Por Elaine Tavares, no sítio da Adital:
O Partido Colorado volta ao poder no Paraguai. Esse é um partido de triste memória para a população, uma vez que esteve no comando do país por mais de 60 anos, incluindo aí os 30 anos da ditadura de Alfredo Stroessner. Essa dominação só foi rompida em 2008 quando o Fernando Lugo venceu as eleições com uma proposta mais progressista e mais próxima dos anseios da maioria da população. E justamente por avançar em ações como a reforma agrária, por exemplo, Lugo acabou vítima de um golpe parlamentar, que o destituiu da presidência num processo sumário. O golpe foi repudiado por todos os países da América Latina e inclusive o Paraguai ficou suspenso do Mercosul.
Mas, agora, o Partido Colorado está novamente no comando, e já legitimado por vários chefes de estado, embora as eleições tenham acontecido num franco cenário de compra de votos. Apesar da presença de muitos observadores internacionais, a imprensa estrangeira - bem como a nacional - denunciou uma série de fatos envolvendo esse tipo de irregularidade. Segundo o jornal La Nación, os votos estavam sendo comprados por um preço mínimo de 50 mil guaranis, equivalente a 12 dólares. Também houve denúncia de que as pessoas estavam sendo pagas para não irem votar. A abstenção na eleição ficou um pouco acima dos 30%. O jornal também lembra da ação do senador do Partido Colorado, Silvio Beto Ovelar, que foi flagrado por uma câmera propondo a compra de votos de dirigentes camponeses do Partido Liberal. Tudo indica que isso foi moeda corrente no processo. Sua punição foi ser suspenso do Senado por dois meses.
Horacio Cartes, que venceu as eleições com 45,8% dos votos, é um dos homens mais ricos do Paraguai. Suas empresas abarcam várias fatias do mercado, produzindo bebidas, cigarros, charutos, roupas, carnes e o gerenciamento de vários Centros Médicos privados. Sua formação foi feita nos Estados Unidos de onde retornou para criar seu império empresarial. Cartes também está metido no negócio do futebol, é dono do Club Libertad e dirige a Associação Paraguai de Futebol.
Segundo o sítio da BBC Brasil, Horacio Cartes já foi denunciado por possíveis vínculos com grupos do narcotráfico, uma vez que em 2000, autoridades policiais encontraram um avião de pequeno porte na sua fazenda, carregado de cocaína e maconha. Ele negou qualquer relação com o avião e não foi formalmente acusado. Outra denúncia que está sob sua cabeça é a de lavagem de dinheiro com operações ilegais com o narcotráfico mantidas pelo Banco Amambay, do qual ele é dono.
E essa é a realidade com a qual a população do Paraguai terá de lidar a partir de agora. Os partidos de esquerda, incluindo aí o do ex-presidente Fernando Lugo, só conseguiram arrebanhar pouco mais de 4% dos votos. No legislativo os dois partidos tradicionais do Paraguai, Colorado e Liberal - que em muito pouco se diferem na política - garantiram a maioria absoluta das cadeiras. Ainda assim, Fernando Lugo conseguiu uma vaga como senador, junto com mais um companheiro da Frente Guazu, o que possibilitará, pelo menos que haja alguma voz dissonante no Senado.
De qualquer sorte, a volta legitimada dos conservadores ao poder já deixam antever que o Paraguai passará por uma nova onda de expropriação da maioria da população, como bem analisa o professor Eduardo Guerini.
O Partido Colorado volta ao poder no Paraguai. Esse é um partido de triste memória para a população, uma vez que esteve no comando do país por mais de 60 anos, incluindo aí os 30 anos da ditadura de Alfredo Stroessner. Essa dominação só foi rompida em 2008 quando o Fernando Lugo venceu as eleições com uma proposta mais progressista e mais próxima dos anseios da maioria da população. E justamente por avançar em ações como a reforma agrária, por exemplo, Lugo acabou vítima de um golpe parlamentar, que o destituiu da presidência num processo sumário. O golpe foi repudiado por todos os países da América Latina e inclusive o Paraguai ficou suspenso do Mercosul.
Mas, agora, o Partido Colorado está novamente no comando, e já legitimado por vários chefes de estado, embora as eleições tenham acontecido num franco cenário de compra de votos. Apesar da presença de muitos observadores internacionais, a imprensa estrangeira - bem como a nacional - denunciou uma série de fatos envolvendo esse tipo de irregularidade. Segundo o jornal La Nación, os votos estavam sendo comprados por um preço mínimo de 50 mil guaranis, equivalente a 12 dólares. Também houve denúncia de que as pessoas estavam sendo pagas para não irem votar. A abstenção na eleição ficou um pouco acima dos 30%. O jornal também lembra da ação do senador do Partido Colorado, Silvio Beto Ovelar, que foi flagrado por uma câmera propondo a compra de votos de dirigentes camponeses do Partido Liberal. Tudo indica que isso foi moeda corrente no processo. Sua punição foi ser suspenso do Senado por dois meses.
Horacio Cartes, que venceu as eleições com 45,8% dos votos, é um dos homens mais ricos do Paraguai. Suas empresas abarcam várias fatias do mercado, produzindo bebidas, cigarros, charutos, roupas, carnes e o gerenciamento de vários Centros Médicos privados. Sua formação foi feita nos Estados Unidos de onde retornou para criar seu império empresarial. Cartes também está metido no negócio do futebol, é dono do Club Libertad e dirige a Associação Paraguai de Futebol.
Segundo o sítio da BBC Brasil, Horacio Cartes já foi denunciado por possíveis vínculos com grupos do narcotráfico, uma vez que em 2000, autoridades policiais encontraram um avião de pequeno porte na sua fazenda, carregado de cocaína e maconha. Ele negou qualquer relação com o avião e não foi formalmente acusado. Outra denúncia que está sob sua cabeça é a de lavagem de dinheiro com operações ilegais com o narcotráfico mantidas pelo Banco Amambay, do qual ele é dono.
E essa é a realidade com a qual a população do Paraguai terá de lidar a partir de agora. Os partidos de esquerda, incluindo aí o do ex-presidente Fernando Lugo, só conseguiram arrebanhar pouco mais de 4% dos votos. No legislativo os dois partidos tradicionais do Paraguai, Colorado e Liberal - que em muito pouco se diferem na política - garantiram a maioria absoluta das cadeiras. Ainda assim, Fernando Lugo conseguiu uma vaga como senador, junto com mais um companheiro da Frente Guazu, o que possibilitará, pelo menos que haja alguma voz dissonante no Senado.
De qualquer sorte, a volta legitimada dos conservadores ao poder já deixam antever que o Paraguai passará por uma nova onda de expropriação da maioria da população, como bem analisa o professor Eduardo Guerini.
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