Por Altamiro Borges
O jornal Folha de S.Paulo, que apoiou entusiasticamente o golpe de 1964 e o setor mais linha dura do regime militar, vive se traindo. Num editorial que ficou famoso, o diário da famiglia Frias inventou o neologismo "ditabranda" para limpar a imagem dos torturadores e assassinos da ditadura. Na semana passada, ao noticiar o falecimento do sindicalista José Ibrahim, o jornal cometeu novo deslize grave. A notinha afirma que o líder operário, que dirigiu a heroica greve da Cobrasma em Osasco (SP) em 1968, no período mais sombrio da repressão, "chegou a ficar preso no Departamento de Ordem e Política Social (DOPS), onde afirmava ter sido torturado por vários dias".
A matéria também omite que José Ibrahim foi cassado pelo ditadura quando presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. Afirma, no maior cinismo, que "ele foi tirado da presidência da entidade" - sem contextualizar o período de forte repressão ao movimento operário. Diante de mais esta cena explícita de apoio aos métodos truculentos da "ditabranda", o Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e as centrais sindicais divulgaram ontem (7) uma nota de repúdio ao jornal. Reproduzo a nota na íntegra:
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O Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, integrado por representantes das Centrais Sindicais CGTB, Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT, vem repudiar notícia publicada pela Folha de São Paulo, no dia 02 de maio de 2013, onde referindo-se à biografia do líder sindical morto José Ibrahim, dizia que o mesmo afirmava ter sido torturado, colocando em dúvida a ocorrência de tortura.
Além de sabermos que a tortura era prática corrente na época, particularmente no DOPS/SP, há muitos testemunhos sobre a violência imposta a José Ibrahim. O mais recente depoimento foi feito pelo Deputado Estadual do Rio de Janeiro Eduardo Chuahy, no dia 04 de maio de 2013, em audiência pública na ABI no Rio de Janeiro. Ali, o Deputado Chuahy afirmou que esteve preso com José Ibrahim e o viu ensanguentado em sua cela, todas as noites durante um mês.
Rosa Cardoso – Coordenadora do Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical
Comissão Rubens Paiva
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSP - Conlutas
Central Única dos Trabalhadores
Intersindical
Força Sindical
Nova Central Sindical de Trabalhadores
União Geral dos Trabalhadores
O jornal Folha de S.Paulo, que apoiou entusiasticamente o golpe de 1964 e o setor mais linha dura do regime militar, vive se traindo. Num editorial que ficou famoso, o diário da famiglia Frias inventou o neologismo "ditabranda" para limpar a imagem dos torturadores e assassinos da ditadura. Na semana passada, ao noticiar o falecimento do sindicalista José Ibrahim, o jornal cometeu novo deslize grave. A notinha afirma que o líder operário, que dirigiu a heroica greve da Cobrasma em Osasco (SP) em 1968, no período mais sombrio da repressão, "chegou a ficar preso no Departamento de Ordem e Política Social (DOPS), onde afirmava ter sido torturado por vários dias".
A matéria também omite que José Ibrahim foi cassado pelo ditadura quando presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. Afirma, no maior cinismo, que "ele foi tirado da presidência da entidade" - sem contextualizar o período de forte repressão ao movimento operário. Diante de mais esta cena explícita de apoio aos métodos truculentos da "ditabranda", o Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e as centrais sindicais divulgaram ontem (7) uma nota de repúdio ao jornal. Reproduzo a nota na íntegra:
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O Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, integrado por representantes das Centrais Sindicais CGTB, Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT, vem repudiar notícia publicada pela Folha de São Paulo, no dia 02 de maio de 2013, onde referindo-se à biografia do líder sindical morto José Ibrahim, dizia que o mesmo afirmava ter sido torturado, colocando em dúvida a ocorrência de tortura.
Além de sabermos que a tortura era prática corrente na época, particularmente no DOPS/SP, há muitos testemunhos sobre a violência imposta a José Ibrahim. O mais recente depoimento foi feito pelo Deputado Estadual do Rio de Janeiro Eduardo Chuahy, no dia 04 de maio de 2013, em audiência pública na ABI no Rio de Janeiro. Ali, o Deputado Chuahy afirmou que esteve preso com José Ibrahim e o viu ensanguentado em sua cela, todas as noites durante um mês.
Rosa Cardoso – Coordenadora do Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical
Comissão Rubens Paiva
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSP - Conlutas
Central Única dos Trabalhadores
Intersindical
Força Sindical
Nova Central Sindical de Trabalhadores
União Geral dos Trabalhadores
Ainda bem que há quem desmascare esses impostores da grande mídia.
ResponderExcluirAo mesmo tempo,é uma pena que isso só alcance um pequeno grupo da sociedade.
Elisa
infelizmente com a adesão da nova direita (PSD,PSB,PR,PL,Eike,Katia abreu,etc,etc)ao governo Dilma, vamos assistir, cada vez mais, a esse tipo de embuste ser desmascarado pelos autenticos cidadãos.
ResponderExcluirSe dependesse do PIG e da direitona, o período 64-85 teria sido apagado da História do Brasil. A Folha, cujo dono enriqueceu enquanto assistia a torturas no DOPS por lazer, aposta em que os brasileiros esquecerão aquela fase tenebrosa. Um dia ainda teremos uma Comissão da Verdade sobre os barões da mídia, e muito sangue vai aparecer no lugar de tinta de imprensa...
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