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Tucanos e aliados sobem o tom das críticas à gestão da presidenta Dilma e atacam Lula e o PT de forma cada vez mais raivosa. Os papéis parecem definidos entre eles nesta fase de pré-campanha eleitoral. Enquanto políticos de estatura pessoal nanica como Serra e Roberto Freire vivem a apelar para o "perigo à democracia" que representa o PT no poder, sócios de criminosos, como o governador de Goiás, Marconi Perillo, chama de canalha um presidente que deixou o governo com mais de 80% de aprovação do povo brasileiro.
FHC, por sua vez, segue na sua alienação octagenária, como se não tivesse nenhuma responsabilidade pelos resultados do seu governo. Já o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, embora endosse a retórica hidrófoba de alguns dos seus parceiros, prefere posar como crítico contundente da gestora Dilma. Só que o conteúdo dessas críticas não resiste à confrontação com a vida, com o mundo real, com o que são, com o que fazem, com o que fizeram e com o que pensam os tucanos.
Nascidos de um costela do PMDB, há muito os tucanos aposentaram a ideia inicial de representar um pensamento social-democracia grã-fino, que circunscreve a vida política aos limites estritos da institucionalidade, desprezando as lutas sociais e a organização popular. Embora o partido ainda seja o preferido dos moradores de Higienópolis, em São Paulo, e do Leblon, no Rio de Janeiro (a tal da "massa cheirosa"), o PSDB - primeiro no governo de FHC e depois na oposição ao PT - se consolidou como a alternativa política da direita brasileira. Da mais moderada, que aceita o embate parlamentar e a soberania popular, à mais retrógada, que sonha em ver a ordem democrática pelas costas.
Essa inflexão à direita do partido ganhou contornou obscurantistas com a candidatura de Serra à presidência em 2010, quando ele fez de tudo para seduzir o eleitorado mais retrógado e inimigo das liberdades civis tão arduamente conquistadas. Hoje, não tenho dúvida de que as lideranças tucanas em sua maioria absorveram e incorporaram ao ideário do partido várias demandas das trevas da sociedade brasileira. Ou alguém acha que Aécio não vai explorar o aborto nas eleições do ano que vem ? Ou que não vai investir na paranóia diante do "kit gay" nas escolas ? Quem acredita que ele não vai flertar com a homofobia em busca do voto fundamentalista de evangélicos e católicos ?
Isso posto, vale uma reflexão sobre as críticas, cada vez mais duras, disparadas pelo cambaleante candidato tucano (como gosta de se referir a ele o bravo jornalista Miro Borges). Também é interessante observar a relação direta entre o avanço cada vez maior de Dilma nas pesquisas para as eleições presidenciais do ano que vem e a virulência dos ataques. Destaco apenas três pontos da ladainha aecista :
Inflação - Dentro do sistema de metas, a inflação está sob controle, embora preocupem alguns surtos de aumento do preços, como o dos alimentos ocorrido recentemente. A presidenta Dilma vem reafirmando que em hipótese alguma seu governo vai contribuir para desaquecer o mercado e gerar desemprego para derrubar a inflação, como pregam os tucanos e a grande mídia de direita. No fundo, até os economistas do PSDB sabem, assim como todo o mercado, que a trajetória dos índices de inflação será declinante nos próximos meses. Mas Aécio, por puro eleitoralismo, não se cansa de falar de uma tragédia inflacionária que o cidadão comum está longe de ver. Ele também é daqueles que pregam a alta dos juros para conter a inflação.
PIB - Os governos do PT não têm poupado esforços para manter o mercado interno aquecido e a consequente situação privilegiada de pleno emprego que o país vive hoje (no momento em que escrevo este post, são divulgados os números do IBGE registrando o índice de desemprego mais baixo em 13 anos). Mas Aécio dispara petardos contra a política de desonerações em vários setores da economia, lançando mão do óbvio argumento de que o problema não se resolve no varejo, e sim no atacado, com uma reforma tributária. O candidato tucano, seu partido e o monopólio da mídia estão carecas de saber das gigantescas dificuldades de se fazer uma reforma tributária no Brasil. Não por acaso falharam várias tentativas de governos diferentes de realizá-la. É quase uma missão impossível conciliar a teia de interesses fiscais e tributários dos 27 ente federados e a União. Contudo, a economia brasileira vai crescer em torno de 3% este ano e vem mantendo um trajetória de crescimento muito superior aos modelos de gestão da economia preconizados pela oposição midiática e partidária, que são EUA e União Europeia.
Gargalos na infraestrutura - Embora a oposição não pare de atirar pedras no governo nesse campo, é notável o esforço da presidenta Dilma para superar os entraves atuais. Além do PAC 2, da criação da Empresa Brasileira de Logística, das parcerias público privadas e das concessões para estradas, rodovias e aeroportos, a aprovação do novo marco regulatório dos portos é um importante passo no sentido de alavancar um setor essencial para desenvolvimento do país. Contudo, Aécio e mídia insistem na tática oportunista de pinçar uma obra com problema de licenciamento ambiental, ou com querelas judiciais entre empresas que participam da licitação, ou com paralisação imposta pelo TCU, etc. Descontextualizando e tomando o particular pelo todo, a oposição tenta passar a impressão de uma letargia total do governo. Não tem vingado, como mostra a parte qualitativa das pesquisas sobre a popularidade da presidenta, segundo a qual suas iniciativas para modernizar o país são reconhecidas por um grande número de brasileiros.
O problema do governo PT é que virou um governo de direita. No mais, Cerra será o candidato do psdb em 2014 e parem de me enrolar.
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