Por Mário Augusto Jakobskind, no sítio Direto da Redação:
Muito importante o Brasil ter uma presidenta atenta à voz rouca das ruas e dialogar com representantes dos movimentos sociais. Faz parte do jogo democrático, mas só que Dilma Rousseff já poderia ter feito isso desde o início do governo. Não foi o que aconteceu, segundo admitem as lideranças.
Mas tudo bem, antes tarde do que nunca. Para começar a decodificar a voz das ruas urge que o governo federal se empenhe no sentido de pressionar os executivos estaduais e municipais a abrirem as contas das empresas que exploram os serviços de transporte coletivo.
Essas mesmas empresas tinham recebido isenção fiscal por parte do governo Dilma Rousseff e ainda por cima os prefeitos e governadores aumentaram o preço das passagens, que acabaram reduzindo, mas sem informar por quanto tempo e se as empresas serão subvencionadas pelo Estado para cobrir a redução.
No Rio de Janeiro, empresários do setor de transportes coletivos financiam campanhas de candidatos, que ao serem eleitos retribuem os favores concedidos. Conhecedores do setor acusam prefeitos e governadores, não só os atuais, como anteriores, de nomearem secretários de transportes indicados pelos empresários dos transportes. Promiscuidade total.
A voz rouca das ruas está dando outros recados. Da indecorosa privatização do Maracanã ao sucateamento dos hospitais, isso em todo o país, passando pela repressão indiscriminada em determinadas áreas.
Violência rotineira
Muito importante o Brasil ter uma presidenta atenta à voz rouca das ruas e dialogar com representantes dos movimentos sociais. Faz parte do jogo democrático, mas só que Dilma Rousseff já poderia ter feito isso desde o início do governo. Não foi o que aconteceu, segundo admitem as lideranças.
Mas tudo bem, antes tarde do que nunca. Para começar a decodificar a voz das ruas urge que o governo federal se empenhe no sentido de pressionar os executivos estaduais e municipais a abrirem as contas das empresas que exploram os serviços de transporte coletivo.
Essas mesmas empresas tinham recebido isenção fiscal por parte do governo Dilma Rousseff e ainda por cima os prefeitos e governadores aumentaram o preço das passagens, que acabaram reduzindo, mas sem informar por quanto tempo e se as empresas serão subvencionadas pelo Estado para cobrir a redução.
No Rio de Janeiro, empresários do setor de transportes coletivos financiam campanhas de candidatos, que ao serem eleitos retribuem os favores concedidos. Conhecedores do setor acusam prefeitos e governadores, não só os atuais, como anteriores, de nomearem secretários de transportes indicados pelos empresários dos transportes. Promiscuidade total.
A voz rouca das ruas está dando outros recados. Da indecorosa privatização do Maracanã ao sucateamento dos hospitais, isso em todo o país, passando pela repressão indiscriminada em determinadas áreas.
Violência rotineira
Sobre este último item, o povo das áreas carentes do Rio há tempos conhece a truculência da PM, sob total silêncio da mídia de mercado. Agora, ao reprimir as legítimas e pacíficas manifestações dos jovens, os batalhões de choque cumprem a voz de comando, leia-se Sergio Cabral. A classe média sentiu de perto a truculência rotineira nas áreas carentes, prática habitual do tempo da ditadura.
Marginais e agentes provocadores do gênero pitbul não fizeram parte das manifestações. Pegaram carona, no caso dos agentes provocadores, para disseminar o pânico e mesmo agredir militantes de partidos. Há denúncias até de que além de estimulados, alguns receberam ajuda de custo para fazer o que fizeram.
Em Brasília foi claríssima a ação de agentes provocadores no prédio do Itamaraty e na Catedral. Manifestante na acepção da palavra não faz isso. Há indícios de incitamento por parte de grupos extremistas descontentes com as denúncias que a Comissão da Verdade vem divulgando e a discussão sobre a revisão da lei da anistia. É gente que tem culpa no cartório e teme a verdade.
Quanto à marginalidade no Rio, a Polícia Militar não estava presente durante a ação do setor, tanto que as depredações ocorreram sem obstáculos sob o olhar, muitas vezes exclusivo, das câmeras da Globo.
A Rede Globo, por sinal, entrou de sola nas manifestações. Com a soberbia de sempre, tentou pautar os acontecimentos. Aproveitou ao máximo as imagens dos quebra-quebras para disseminar o temor e mesmo o pânico a quem não esteve nas manifestações dos jovens, na prática tentando convencer a opinião pública que o melhor para o país deve ser o que a mídia de mercado sempre defendeu, ou seja, a paz dos cemitérios.
Depois de criminalizar o movimento dos jovens, prática rotineira contra os movimentos sociais, a mídia de mercado teve de mudar de enfoque na cobertura diante do crescimento dos protestos e da ação truculenta da PM contra jornalistas. Mesmo assim, os meios de comunicação de mercado priorizaram os quebra-quebras relegando as manifestações propriamente ditas a segundo plano. Ou seja, na batalha da opinião pública o papel da mídia de mercado foi o de sempre.
Voz de comando
Marginais e agentes provocadores do gênero pitbul não fizeram parte das manifestações. Pegaram carona, no caso dos agentes provocadores, para disseminar o pânico e mesmo agredir militantes de partidos. Há denúncias até de que além de estimulados, alguns receberam ajuda de custo para fazer o que fizeram.
Em Brasília foi claríssima a ação de agentes provocadores no prédio do Itamaraty e na Catedral. Manifestante na acepção da palavra não faz isso. Há indícios de incitamento por parte de grupos extremistas descontentes com as denúncias que a Comissão da Verdade vem divulgando e a discussão sobre a revisão da lei da anistia. É gente que tem culpa no cartório e teme a verdade.
Quanto à marginalidade no Rio, a Polícia Militar não estava presente durante a ação do setor, tanto que as depredações ocorreram sem obstáculos sob o olhar, muitas vezes exclusivo, das câmeras da Globo.
A Rede Globo, por sinal, entrou de sola nas manifestações. Com a soberbia de sempre, tentou pautar os acontecimentos. Aproveitou ao máximo as imagens dos quebra-quebras para disseminar o temor e mesmo o pânico a quem não esteve nas manifestações dos jovens, na prática tentando convencer a opinião pública que o melhor para o país deve ser o que a mídia de mercado sempre defendeu, ou seja, a paz dos cemitérios.
Depois de criminalizar o movimento dos jovens, prática rotineira contra os movimentos sociais, a mídia de mercado teve de mudar de enfoque na cobertura diante do crescimento dos protestos e da ação truculenta da PM contra jornalistas. Mesmo assim, os meios de comunicação de mercado priorizaram os quebra-quebras relegando as manifestações propriamente ditas a segundo plano. Ou seja, na batalha da opinião pública o papel da mídia de mercado foi o de sempre.
Voz de comando
Não adianta apenas falar sobre o despreparo policial, pois os soldados e oficiais obedecem a voz do comando de Sergio Cabral, um governador que não está a altura da importância do mandato, como comprova até a afirmação do mentiroso Secretário de Segurança, Mariano Beltrame, ao admitir que a PM perdeu o controle da situação, não descartando inclusive a possiblidade de convocação do Exército em próximas manifestações. A PM não perdeu o controle, ela simplesmente deixou correr em certos momentos. Só reprimiu indiscriminadamente e covardemente os verdadeiros manifestantes. Beltrame estava numa sala informatizada da Secretaria de Segurança acompanhando a movimentação na cidade. Dava ordens para reprimir e agora posa de bonzinho. Os covardes não assumem o que fazem em matéria de truculência.
Outro recado que a Presidenta deve considerar: a representação popular não pode estar sujeita aos lobies empresariais, muito menos a campanhas milionárias financiadas por grupos econômicos que vão cobrar a fatura depois das eleições.
Reforma política para valer
Outro recado que a Presidenta deve considerar: a representação popular não pode estar sujeita aos lobies empresariais, muito menos a campanhas milionárias financiadas por grupos econômicos que vão cobrar a fatura depois das eleições.
Reforma política para valer
A reforma política que se faz necessária para aprimorar a democracia precisa levar isso em conta. Presidenta, por que não baixar um decreto, ou encaminhar ao Congresso, projeto impedindo que empresas financiadoras de campanhas eleitorais sejam impedidas de realizar obras públicas?
Para tudo isso acontecer é necessário que o povo seja informado de forma plural e não ficar sujeito ao esquema do pensamento único a serviço de interesses econômicos dos mais variados matizes. Dilma Rousseff, ouça a voz dos que pedem a democratização dos meios de comunicação e não ceda às pressões da mídia de mercado.
Para tudo isso acontecer é necessário que o povo seja informado de forma plural e não ficar sujeito ao esquema do pensamento único a serviço de interesses econômicos dos mais variados matizes. Dilma Rousseff, ouça a voz dos que pedem a democratização dos meios de comunicação e não ceda às pressões da mídia de mercado.
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