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O ato contra o aumento da passagem reuniu em torno de 10 mil jovens na terça-feira (11/6), sob uma chuva forte na marcha que partiu do ponto de encontro na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista (próximo à esquina com a Consolação), para terminar no Parque Dom Pedro, na entrada da Zona Leste da cidade.
Havia jovens desorganizados e organizados em agremiações políticas. O clima era tenso na concentração. Os pingos fortes davam ensaios de que viria um temporal. A Polícia Militar acompanhava de forma truculenta e parte dos manifestantes estava arredia.
Depois que a marcha começou, o clima melhorou. E a chuva caiu com força. Os jovens caminhavam rápido, praticamente corriam, com a chuva forte. Não houve atos de violência na maior parte do protesto. Apenas palavras de ordem contra o aumento, críticas ao prefeito e ao governador e algumas pichações.
Pichar é um ato tradicional de protesto em todo o mundo. Em um país em que aqueles que se manifestam não têm direito de se expressar nos meios de comunicação de massa, essa forma de enviar mensagens à sociedade é ainda mais valorizada como ação política.
Ninguém esquece, por exemplo, da pichação “Abaixo a Ditadura” em manifestação contra o regime fundado no golpe de 1964.
Os jovens cantavam, dançavam, pulavam e sorriam em uma manifestação com a cara e jeito da juventude. Na Consolação, as faixas para o fluxo de carros foram ocupadas pelo protesto, mas a via de ônibus ficou liberada durante a maior parte da caminhada, permitindo a passagem do transporte coletivo.
Uma minoria tentou impedir a passagem dos ônibus, ocupando a faixa exclusiva. Uma minoria interessada em causar confusão. Era claramente uma minoria em um ato de 10 mil pessoas.
O que não aparece na cobertura dos atos é que a maior parte dos manifestantes quer exclusivamente protestar contra o aumento da passagem.
Assim, apenas uma minoria faz ações que são usadas para justificar uma reação violenta da polícia.
Uma ação violenta e generalizada da polícia leva à desorganização do ato e a correria para todos os lados, que abrem margem para a radicalização da violência da PM e de uma minoria que quer causar confusão.
A partir daí, o caos se estabelece. Os meios de comunicação da burguesia noticiam o caos. O protesto é retratado como momentos especificamente de conflito entre manifestantes e policiais.
Os momentos antes dos conflitos - a marcha, as danças, os pulos e os sorrisos – desaparecem. A parte política do ato não aparece nas imagens, reportagens e fotos.
Assim, uma manifestação com uma pauta concreta e um sujeito político se transforma em caos, retratado como atos isolados de uma minoria e a reação violenta da polícia contra o conjunto. Uma parte do fato se transforma no todo.
A sociedade, que considera justa a luta contra o aumento da passagem, diante da quebradeira realizada por uma minoria, passa a condenar os protestos - que são justamente a força social para pressionar pela medida de redução da tarifa.
O protestos dos jovens não se resumem aos atos isolados de vandalismo. E essas ações equivocadas não justificam, em um regime democrático, a repressão a manifestações populares e a generalização da violência pela PM.
A violência institucionalizada da polícia, enquanto braço do Estado, é muito mais grave — ao ameaçar as liberdades democráticas e o direito de manifestação - do que ações equivocadas de uma minoria mal intencionada.
A miopia de uma minoria, a truculência da PM e as manipulações dos meios de comunicação não podem tirar a legitimidade da juventude que, com seus protestos, toca em questões centrais da cidade de São Paulo
Esses atos carregam, por trás da questão do preço das passagens, o questionamento do crescimento urbano desordenado, do trânsito congestionado pelo número de carros, do déficit de linhas de metrô/trem, da péssima qualidade do sistema de ônibus e do poder das empresas concessionárias.
Essas são as questões centrais para a discussão, que infelizmente estão interditadas porque viraram pano de fundo, pela intervenção daqueles que não querem resolver os problemas, que não admitem a participação popular na política e que têm vínculos com setores econômicos que não querem mudanças.
A ditadura acabou A PM também deveria ser abolida. vivemos o Estado de Direito, temos uma Constituição cidadã. é nossa obrigação exigir mudanças; devemos estabelecer uma nova força que tenha mais comprometimento com a cidadania, com uma liderança eleita pela população pra substituir a PM fascista.
ResponderExcluiro Judiciário deve se submeter ao poder do povo, o STF deve ser abolido e os cargos vitalícios autoritários extintos; e um novo conselho judicial deve ser eleito por voto popular.
devemos exigir uma ampla reforma pela democratização das comunicações neste país, devemos desmontar as oligarquias midiáticas conservadoras golpistas que monopolizam e manipulam a informação em nosso país