Por Maria Inês Nassif, no Jornal GGN:
A contraofensiva da presidente Dilma Rousseff às manifestações de rua, traduzida em propostas, algumas delas já referendadas por votações ocorridas no Congresso desde ontem (25), e em uma maratona de reuniões com movimentos sociais, tem um potencial bastante limitado de quebrar o isolamento político do governo.
Antes das manifestações, o governo Dilma não tinha relação com os movimentos sociais, aprofundou compromissos com inimigos figadais dessas organizações – como as bancadas ruralista e evangélica – e manteve o Congresso distante das decisões de governo. A bancada aliada, liderada pelo PT, embora insatisfeita, mantinha-se leal porque a reeleição da presidente era considerada como uma fatalidade. Após as manifestações, Dilma imprimiu uma velocidade de maratona às consultas a movimentos sociais, mas pode ter aprofundado ainda mais a distância que sempre manteve com o PT e com a base aliada. E não tem mais como elemento neutralizador das insatisfações dos partidos aliados uma vitória inexorável na disputa pela reeleição, no ano que vem.
Ontem (25), em reunião da bancada do PT com o presidente do partido, Rui Falcão, parlamentares desfilaram uma lista interminável de rancores com o governo – a mais recente, pelo fato de a presidente ter assumido uma posição quase definitiva em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma política sem ter segurança jurídica ou política de que a alternativa era viável, recuar e obrigar a bancada, que não foi consultada em nenhum momento, a um silêncio obsequioso. Os parlamentares identificam também no perfil do atual governo a origem de insatisfações.
Segundo avaliações ouvidas pelo Jornal GGN de parlamentares petistas, existe um entendimento de que a pouca disposição de Dilma para a disputa política manteve um clima de passividade facilmente manipulável pela grande mídia, que encontrou terreno para desconstruir feitos do governo e uma popularidade da presidente que era considerada imbatível.
A primeira guerra que Dilma perdeu foi a comunicação, na opinião de petistas, não apenas pela omissão, mas pela ação de governo, que privilegiou a mídia tradicional e evitou o debate sobre a regulamentação dos meios de comunicação. O governo acabou consolidando uma situação de poder monopolista da mídia tradicional e fortaleceu o setor que exerceu a influência definitiva na cabeça dos jovens mais despolitizados que foram às ruas. O terreno fértil para uma agenda política mais conservadora – como as bandeiras contra as políticas sociais ou mesmo o apelo da luta contra a aprovação da PEC 37 – foi adubado pela velha mídia que não deu tréguas ao governo e não encontrou nenhum tipo de resistência por parte dos ministérios responsáveis pela publicidade do governo e pela proposta de regulamentação dos meios de comunicação.
O outro erro apontado foi a adoção de um “pragmatismo” que acabou fortalecendo setores mais conservadores aliados ao governo, como a bancada ruralista e a evangélica. Parlamentares do PT ouvidos entendem que Dilma enfraqueceu Gilberto Carvalho – o ministro, embora tenha acesso aos movimentos sociais, não conseguiu dar protagonismo a eles, que se consideram prejudicados pelas concessões feitas aos ruralistas (que mudaram as políticas de reforma agrária e indigenista) e aos evangélicos (que impuseram, durante todo o governo e sem resistências, uma pauta conservadora de direitos sociais).
Na avaliação dos dois anos e meio de governo Dilma, petistas avaliam que ela perdeu sistematicamente apoio de aliados históricos do PT, não conseguiu enquadrar aliados conservadores e não conseguiu seduzir a mídia tradicional. Perdeu de um lado e não ganhou de outro.
A contraofensiva da presidente Dilma Rousseff às manifestações de rua, traduzida em propostas, algumas delas já referendadas por votações ocorridas no Congresso desde ontem (25), e em uma maratona de reuniões com movimentos sociais, tem um potencial bastante limitado de quebrar o isolamento político do governo.
Antes das manifestações, o governo Dilma não tinha relação com os movimentos sociais, aprofundou compromissos com inimigos figadais dessas organizações – como as bancadas ruralista e evangélica – e manteve o Congresso distante das decisões de governo. A bancada aliada, liderada pelo PT, embora insatisfeita, mantinha-se leal porque a reeleição da presidente era considerada como uma fatalidade. Após as manifestações, Dilma imprimiu uma velocidade de maratona às consultas a movimentos sociais, mas pode ter aprofundado ainda mais a distância que sempre manteve com o PT e com a base aliada. E não tem mais como elemento neutralizador das insatisfações dos partidos aliados uma vitória inexorável na disputa pela reeleição, no ano que vem.
Ontem (25), em reunião da bancada do PT com o presidente do partido, Rui Falcão, parlamentares desfilaram uma lista interminável de rancores com o governo – a mais recente, pelo fato de a presidente ter assumido uma posição quase definitiva em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma política sem ter segurança jurídica ou política de que a alternativa era viável, recuar e obrigar a bancada, que não foi consultada em nenhum momento, a um silêncio obsequioso. Os parlamentares identificam também no perfil do atual governo a origem de insatisfações.
Segundo avaliações ouvidas pelo Jornal GGN de parlamentares petistas, existe um entendimento de que a pouca disposição de Dilma para a disputa política manteve um clima de passividade facilmente manipulável pela grande mídia, que encontrou terreno para desconstruir feitos do governo e uma popularidade da presidente que era considerada imbatível.
A primeira guerra que Dilma perdeu foi a comunicação, na opinião de petistas, não apenas pela omissão, mas pela ação de governo, que privilegiou a mídia tradicional e evitou o debate sobre a regulamentação dos meios de comunicação. O governo acabou consolidando uma situação de poder monopolista da mídia tradicional e fortaleceu o setor que exerceu a influência definitiva na cabeça dos jovens mais despolitizados que foram às ruas. O terreno fértil para uma agenda política mais conservadora – como as bandeiras contra as políticas sociais ou mesmo o apelo da luta contra a aprovação da PEC 37 – foi adubado pela velha mídia que não deu tréguas ao governo e não encontrou nenhum tipo de resistência por parte dos ministérios responsáveis pela publicidade do governo e pela proposta de regulamentação dos meios de comunicação.
O outro erro apontado foi a adoção de um “pragmatismo” que acabou fortalecendo setores mais conservadores aliados ao governo, como a bancada ruralista e a evangélica. Parlamentares do PT ouvidos entendem que Dilma enfraqueceu Gilberto Carvalho – o ministro, embora tenha acesso aos movimentos sociais, não conseguiu dar protagonismo a eles, que se consideram prejudicados pelas concessões feitas aos ruralistas (que mudaram as políticas de reforma agrária e indigenista) e aos evangélicos (que impuseram, durante todo o governo e sem resistências, uma pauta conservadora de direitos sociais).
Na avaliação dos dois anos e meio de governo Dilma, petistas avaliam que ela perdeu sistematicamente apoio de aliados históricos do PT, não conseguiu enquadrar aliados conservadores e não conseguiu seduzir a mídia tradicional. Perdeu de um lado e não ganhou de outro.
Creio que está sendo colocado para a Presidenta um fardo muito maior que o real. O Lula, com o PT autêntico, governou por 8 anos e não mecheu em nada nas comunicações. Foi chamado "as falas" pelo ministro Gilmar sem ação destitui o Dr. Paulo Lacerda e ignorou o Protogenes (até hoje não houve explicação razoavel para o fato). Indicou a maioria dos ministros do STF que arrazaram com o PT. Quem tem uma "base aliada dessas não precisa de inimigos". O PT tem Mercadantes, Cardosos, etc. Acho que se a Presidenta já teria caido se fosse como é! Quem errou feio,até agora,não foi a Dilma.
ResponderExcluirAgora procura-se um bode expiatório- Dilma! Mas quem a escolheu? Na composição de seu desastroso ministério não vimos quaisquer parlamentares do partido a repreenderem. Cabe responsabilidade aos bloqueiros pelegos, exceção ao Rodrigo Viana e Azenha, há tempos captando o sentimento de desaprovação com os inumeros desacertos do governo. Agora, bem agora, chamem Kátia Abreu, ela saberá encaminhara reeleição de Dilma!
ResponderExcluirO tratamento que Dilma deu às greves dos servidores tb n foi correto. Chegou à chantagem de opor reajustes ao combate à miséria. Concedeu aos do judiciário abaixo da inflação.A reforma agrária, vamos lá, Lula já havia paralisado. PT, com tudo isso, usou um messianismo tipo "eu sou o povo e os trabalhadores". Agora, prejuízo grande pra correr atrás.
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ResponderExcluirAcho que a presidente Dilma tem se portado de maneira digna e correta quanto aos projetos sociais do PT e buscado o diálogo com todos os segmentos da sociedade e não só dos que a elegeram e apoiaram. Agora, o setor de comunicação do governo é uma piada. Não comunica os feitos de forma clara e entusiasmada e não rebate de maneira vigorosa os ataques da oposição oportunista.