As manifestações que surgiram no país em torno do aumento da passagem e que ganharam ao longo do mês de junho proporções gigantescas apresentaram a mídia como um ator importante nesse cenário. A cobertura feita dos atos públicos e a participação de jornalistas nesses lugares virou tema de debate dentro e fora das grandes aglomerações. Destaca-se o tom de crítica.
Entre os cartazes, era possível encontrar pedidos de mais democracia na mídia ou afirmações de que a Globo não faria o povo de bobo. Em meio às manifestações, pranchetas circulavam, coletando assinaturas de apoio a uma nova lei que garantisse mais diversidade e menos concentração da propriedade. Palavras de ordem xingavam veículos de comunicação, carros de equipes de reportagem foram depredados e queimados, repórteres foram expulsos do meio da multidão (como foi o caso de Caco Barcelos, da TV Globo).
É possível também encontrar diversos eventos anunciados em redes sociais que convidam para boicotes às emissoras ou para discutir o tema da comunicação. Tudo articulado ou impulsionado pelas mobilizações que levam aos grandes atos públicos. São alguns deles a “Assembleia Popular Temática – Democracia na Mídia”, o “Primeiro Boicote Nacional à TV Globo” ou o “Um dia sem Rede Globo”.
Se comparando a cobertura da TV e dos “jornalões” com o que se vê nas redes sociais, já é possível perceber uma boa diferença. Algumas iniciativas de coletivos independentes, inclusive, buscam ocupar lacunas ou mesmo se contrapor ao que foi feito pela mídia (Coletivos independentes vão às ruas cobrir atos ) e, assim, alimentam a internet com informações que não provêm das fontes tradicionais. Diferente da divisão de trabalho típica do padrão jornalístico em que somente o jornalista vai para a rua (quando vai), no caso dos pequenos grupos os próprios editores, que também são repórteres, vão para o “front” e têm um outro olhar sobre os acontecimentos. Quem decide a linha editorial, nesse caso, vai pro campo de batalha de corpo aberto e torna evidente as limitações da edição feita de dentro das redações.
Além disso, editoriais da mídia impressa pediram ordem no primeiro momento das mobiliações, mas, conforme os atos públicos passaram a tomar grandes proporções e a atrair a simpatia da sociedade (inclusive deixando desconcertados ao vivo alguns ícones do “chamado à ordem” na televisão, resolveu-se mudar a estratégia do discurso, comprometendo a credibilidade dos veículos e evidenciando o conservadorismo político e o interesse econômico de adular o leitor.
A mudança no tratamento da cobertura suscitou desconfianças naqueles que acompanham os acontecimentos. Entre os que apontam a mídia brasileira como um dos atores que entraram no processo para tentar manipulá-lo encontra-se o professor de Jornalismo da USP Laurindo Leal, que em artigo publicado na “Revista do Brasil”, afirma que “ao perceber que o movimento não tinha direção e poderia assumir bandeiras progressistas, as emissoras de TV, com a Globo à frente, passaram a conduzi-lo”.
A proposta de uma Lei para uma Mídia Democrática tem entre os objetivos abrir espaço para que diversos setores da sociedade possam participar da produção de informações e evitar a sensação (ou o fato) de tentativas de manipular a opinião pública por meio do discurso único, característico da mídia que tem alto nível de concentração de propriedade e que praticamente só se desenvolveu voltada para o mercado. Para que esse projeto de iniciativa popular possa tornar a crítica em prática, o descontentamento com a cobertura dos atos pode catalisar a coleta de assinaturas de apoio. A população apenas precisa saber que esse instrumento permite esse avanço.
Entre os cartazes, era possível encontrar pedidos de mais democracia na mídia ou afirmações de que a Globo não faria o povo de bobo. Em meio às manifestações, pranchetas circulavam, coletando assinaturas de apoio a uma nova lei que garantisse mais diversidade e menos concentração da propriedade. Palavras de ordem xingavam veículos de comunicação, carros de equipes de reportagem foram depredados e queimados, repórteres foram expulsos do meio da multidão (como foi o caso de Caco Barcelos, da TV Globo).
É possível também encontrar diversos eventos anunciados em redes sociais que convidam para boicotes às emissoras ou para discutir o tema da comunicação. Tudo articulado ou impulsionado pelas mobilizações que levam aos grandes atos públicos. São alguns deles a “Assembleia Popular Temática – Democracia na Mídia”, o “Primeiro Boicote Nacional à TV Globo” ou o “Um dia sem Rede Globo”.
Se comparando a cobertura da TV e dos “jornalões” com o que se vê nas redes sociais, já é possível perceber uma boa diferença. Algumas iniciativas de coletivos independentes, inclusive, buscam ocupar lacunas ou mesmo se contrapor ao que foi feito pela mídia (Coletivos independentes vão às ruas cobrir atos ) e, assim, alimentam a internet com informações que não provêm das fontes tradicionais. Diferente da divisão de trabalho típica do padrão jornalístico em que somente o jornalista vai para a rua (quando vai), no caso dos pequenos grupos os próprios editores, que também são repórteres, vão para o “front” e têm um outro olhar sobre os acontecimentos. Quem decide a linha editorial, nesse caso, vai pro campo de batalha de corpo aberto e torna evidente as limitações da edição feita de dentro das redações.
Além disso, editoriais da mídia impressa pediram ordem no primeiro momento das mobiliações, mas, conforme os atos públicos passaram a tomar grandes proporções e a atrair a simpatia da sociedade (inclusive deixando desconcertados ao vivo alguns ícones do “chamado à ordem” na televisão, resolveu-se mudar a estratégia do discurso, comprometendo a credibilidade dos veículos e evidenciando o conservadorismo político e o interesse econômico de adular o leitor.
A mudança no tratamento da cobertura suscitou desconfianças naqueles que acompanham os acontecimentos. Entre os que apontam a mídia brasileira como um dos atores que entraram no processo para tentar manipulá-lo encontra-se o professor de Jornalismo da USP Laurindo Leal, que em artigo publicado na “Revista do Brasil”, afirma que “ao perceber que o movimento não tinha direção e poderia assumir bandeiras progressistas, as emissoras de TV, com a Globo à frente, passaram a conduzi-lo”.
A proposta de uma Lei para uma Mídia Democrática tem entre os objetivos abrir espaço para que diversos setores da sociedade possam participar da produção de informações e evitar a sensação (ou o fato) de tentativas de manipular a opinião pública por meio do discurso único, característico da mídia que tem alto nível de concentração de propriedade e que praticamente só se desenvolveu voltada para o mercado. Para que esse projeto de iniciativa popular possa tornar a crítica em prática, o descontentamento com a cobertura dos atos pode catalisar a coleta de assinaturas de apoio. A população apenas precisa saber que esse instrumento permite esse avanço.
Na reforma politica vamos ter a questao sobre politico ter concessao publica de radio e tv?
ResponderExcluirOu vamos entender que este tema seria, em tese, da questao da comunicacao?