Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
A presidente Dilma Rousseff e o governador paulista Geraldo Alckmin, candidatos à reeleição; o governador Cabral, no Rio, e os prefeitos Fernando Haddad, em São Paulo, e o carioca Eduardo Paes, todos despencaram nas pesquisas de avaliação dos governos e/ou intenções de voto do Datafolha para as próximas eleições. Governantes de diferentes níveis ficaram na poeira depois do tsunami das manifestações de protesto em junho contra tudo e contra todos. Todos perderam pontos.
O curioso é que quem mais ganhou foi o candidato "nenhum deles", o mais votado pelos eleitores do Rio. Nos dois cenários apresentados, o índice de branco, nulo, nenhum e não sabe oscilou na faixa entre 30% e 39%, bem acima daquele dos principais pré-candidatos apresentados pelos partidos, que variaram entre 17% (Lindbergh Farias) e 20% (Cesar Maia, empatado com Garotinho, quando o candidato do PT não está na lista). A aprovação do governador Sergio Cabral caiu 30 pontos e bateu nos 25%, e seu candidato, o vice Pezão, patina entre 8% e 12% na pesquisa. O prefeito carioca Eduardo Paes, que chegou a 50% de aprovação no ano passado, caiu para 30%.
Em São Paulo, a intenção de votos no governador Geraldo Alckmin caiu de 52% para 40%, e o candidato Paulo Skaf, do PMDB, subiu apenas de 16 para 19 pontos. Mas quem mais cresceu também aqui foi o índice de eleitores que declararam votar em branco, nulo, nenhum ou não souberam indicar um nome na lista apresentada pela pesquisa estimulada. Nos quatro cenários apresentados, os votos em "nenhum deles" ficaram entre 31% e 23%, enquanto os que escolheriam um candidato do PT ficaram entre 4% (Alexandre Padilha) e 10%(Aloizio Mercadante). O prefeito Fernando Haddad tem a rejeição de 40% dos eleitores apenas seis meses após a posse.
O mesmo se observa na pesquisa de intenções de votos para as eleições presidenciais de 2014. Dilma Rousseff despencou de 51% para 30% (índice igual ao da avaliação do seu governo), mas nenhum candidato da oposição subiu a ponto de ameaçar a ainda liderança da presidente.
Marina foi a que mais ganhou, passando de 16 para 23 pontos; Aécio subiu de 14 para 17, Joaquim Barbosa apareceu com 15 e Eduardo Campos cresceu apenas um ponto, de 6 para 7%. O maior crescimento porém, mais uma vez, foi dos que declararam não votar em "nenhum deles": passou 12 para 24%, ou seja, dobrou em apenas três semanas, entre uma pesquisa e outra, mostrando a crescente descrença generalizada nos partidos e nos políticos.
O que isso quer dizer? A meu ver, as últimas pesquisas zeraram o jogo, não há mais favoritos absolutos e as eleições do ano que vem estão absolutamente em aberto.
Claro que os atuais governantes candidatos à reeleição têm ainda 15 meses pela frente para recuperar seus índices anteriores, o que não vai ser fácil, mas não acredito no surgimento de alguma "zebra" capaz de alterar a atual lista de postulantes com chances de vitória, como aconteceu com o outsider Fernando Collor, em 1989, e deu no que deu.
Para aumentar as incertezas do cenário de 2014, há que se acrescentar que o ministro Joaquim Barbosa, do STF, que não tem partido, já garantiu várias vezes que não quer ser candidato, uma posição que, evidentemente, pode mudar, a depender dos apoios que receberá, especialmente na grande mídia. De outro lado, Marina Silva, que já está em campanha, ainda não conseguiu criar o seu próprio partido.
Pelo que vi no noticiário desta segunda-feira chuvosa em São Paulo, não há grandes manifestações previstas para os próximos dias, enquanto se multiplicam os pequenos atos por toda parte, com meia dúzia de protestantes fechando ruas e rodovias, o que só torna mais infernal a chamada mobilidade urbana nas grandes cidades.
Promete ser longo e difícil este inverno de 2013.
O curioso é que quem mais ganhou foi o candidato "nenhum deles", o mais votado pelos eleitores do Rio. Nos dois cenários apresentados, o índice de branco, nulo, nenhum e não sabe oscilou na faixa entre 30% e 39%, bem acima daquele dos principais pré-candidatos apresentados pelos partidos, que variaram entre 17% (Lindbergh Farias) e 20% (Cesar Maia, empatado com Garotinho, quando o candidato do PT não está na lista). A aprovação do governador Sergio Cabral caiu 30 pontos e bateu nos 25%, e seu candidato, o vice Pezão, patina entre 8% e 12% na pesquisa. O prefeito carioca Eduardo Paes, que chegou a 50% de aprovação no ano passado, caiu para 30%.
Em São Paulo, a intenção de votos no governador Geraldo Alckmin caiu de 52% para 40%, e o candidato Paulo Skaf, do PMDB, subiu apenas de 16 para 19 pontos. Mas quem mais cresceu também aqui foi o índice de eleitores que declararam votar em branco, nulo, nenhum ou não souberam indicar um nome na lista apresentada pela pesquisa estimulada. Nos quatro cenários apresentados, os votos em "nenhum deles" ficaram entre 31% e 23%, enquanto os que escolheriam um candidato do PT ficaram entre 4% (Alexandre Padilha) e 10%(Aloizio Mercadante). O prefeito Fernando Haddad tem a rejeição de 40% dos eleitores apenas seis meses após a posse.
O mesmo se observa na pesquisa de intenções de votos para as eleições presidenciais de 2014. Dilma Rousseff despencou de 51% para 30% (índice igual ao da avaliação do seu governo), mas nenhum candidato da oposição subiu a ponto de ameaçar a ainda liderança da presidente.
Marina foi a que mais ganhou, passando de 16 para 23 pontos; Aécio subiu de 14 para 17, Joaquim Barbosa apareceu com 15 e Eduardo Campos cresceu apenas um ponto, de 6 para 7%. O maior crescimento porém, mais uma vez, foi dos que declararam não votar em "nenhum deles": passou 12 para 24%, ou seja, dobrou em apenas três semanas, entre uma pesquisa e outra, mostrando a crescente descrença generalizada nos partidos e nos políticos.
O que isso quer dizer? A meu ver, as últimas pesquisas zeraram o jogo, não há mais favoritos absolutos e as eleições do ano que vem estão absolutamente em aberto.
Claro que os atuais governantes candidatos à reeleição têm ainda 15 meses pela frente para recuperar seus índices anteriores, o que não vai ser fácil, mas não acredito no surgimento de alguma "zebra" capaz de alterar a atual lista de postulantes com chances de vitória, como aconteceu com o outsider Fernando Collor, em 1989, e deu no que deu.
Para aumentar as incertezas do cenário de 2014, há que se acrescentar que o ministro Joaquim Barbosa, do STF, que não tem partido, já garantiu várias vezes que não quer ser candidato, uma posição que, evidentemente, pode mudar, a depender dos apoios que receberá, especialmente na grande mídia. De outro lado, Marina Silva, que já está em campanha, ainda não conseguiu criar o seu próprio partido.
Pelo que vi no noticiário desta segunda-feira chuvosa em São Paulo, não há grandes manifestações previstas para os próximos dias, enquanto se multiplicam os pequenos atos por toda parte, com meia dúzia de protestantes fechando ruas e rodovias, o que só torna mais infernal a chamada mobilidade urbana nas grandes cidades.
Promete ser longo e difícil este inverno de 2013.
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