Termina nesta quinta-feira (15) a conturbada e sinistra gestão de Roberto Gurgel à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Bajulado pela mídia, ele usou o longo mandato para alvejar seus inimigos políticos e proteger seus asseclas. Tornou-se o principal algoz de José Dirceu e de outros petistas acusados no processo do “mensalão”. Ao mesmo tempo, Gurgel engavetou as investigações contra o ex-senador Demóstenes Torres, o demo que prestava serviços ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. Agora, fora do PGR, ele passará da posição de estilingue para vidraça.
No Congresso Nacional, vários parlamentares já solicitaram a abertura de investigações contra Roberto Gurgel. O senador Fernando Collor, por exemplo, exige explicações sobre a compra de material de informática sem licitações. Já o deputado Anthony Garotinho o acusa de prevaricador. A suspeita maior que pesa contra ele se encontra na Operação Monte Carlo, que desmascarou as ligações do também procurador Demóstenes Torres com o crime organizado. Gurgel retardou ao máximo as investigações contra o amigo e “mosqueteiro da ética”, segundo a revista Veja.
Como já apontou o blogueiro Luis Nassif, a herança deste senhor no PGR é pesada. “Gurgel politizou, partidarizou o MPF, passou a atuar politicamente ao lado de outros militantes, como Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, tendo como única fonte de legitimação, o mandato que recebeu dos poderes Executivo e Legislativo. Ele é uma típica piada brasileira... Embora todo seu poder derive do Executivo, Gurgel passou a se comportar como o imperador absoluto".
Agora, porém, chegou a hora do acerto de contas. De imediato, será necessário repensar a atuação do Ministério Público, tão desmoralizada pela ação de Roberto Gurgel. Criado pela Constituição de 1988, o MP deveria cumprir a missão de “defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (artigo 127, CF/88). Desde a sua criação, o cargo de Procurador Geral da República foi ocupado por Geraldo Brindeiro (1995-2003), nomeado por FHC, e por Cláudio Fonteles (2003-2005), Antonio Fernando (2005-2009) e Roberto Gurgel, todos nomeados por Lula.
Brindeiro já foi desmascarado como “engavetador-geral”, arquivando todas as investigações contra FHC e outros grão-tucanos. Os outros dois cumpriram a sua missão constitucional com acertos e erros. Já Gurgel utilizou o seu poderoso cargo como biombo da oposição contra o governo Lula – que péssima escolha do ex-presidente! Ele transformou o PGR numa instância partidarizada e autoritária, servindo aos interesses dos ricaços e das forças conservadoras. Além de repensar o papel do Ministério Público, urge investigar os estragos causados por Roberto Gurgel ao órgão. Ele já vai tarde!
Sim, já vai tarde. Pena que não seja com um chute no traseiro!
ResponderExcluirSe Lula se arrepende de algo, é ter nomeado o Roberto Gurgel para a PGR e o Joaquim Barbosa para o Supremo.
ResponderExcluirPéssimas escolhas de Lula:Gurgel e Joaquim Barbosa!
ResponderExcluirEspero que agora desarquivem a denúncia de fraude contra o FGTS e desmascarem a quadrilha tucana. Os detalhes desta denúncia que apresentamos ao MP, CGU, TCU e Banco Central estão no fraudefgts.blogspot.com.
ResponderExcluirJá vai tarde... Que nunca mais outro Gurgel ocupe o cargo...
ResponderExcluirEsperamos agora uma atitude honesta e justa, não de apaziguar os ânimos sentando nas pilhas dos processos fazendo-os de moedas de troca oque é de praxe nesse país que é a cara do Gurgel.
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