Foto: Danilo Ramos/RBA |
O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) - o "picolé de chuchu", segundo o irônico José Simão - é o novo alvo das ruas. Nesta quarta-feira, dois protestos simultâneos tomaram o centro da capital para denunciar os desvios de recursos públicos nas obras do Metrô e exigir a imediata instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do "propinoduto tucano". Houve choques com a policia e várias pessoas foram feridas. Cerca de 300 manifestantes conseguiram ingressar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e ocuparam as galerias para pressionar os deputados.
Segundo relato de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, "desde as 16 horas de hoje (14), o acesso à Assembleia Legislativa está bloqueado pela Tropa de Choque da Polícia Militar. No entanto, mais cedo, cerca de 300 manifestantes conseguiram entrar na assembleia, com a ajuda de parlamentares favoráveis à criação da CPI. Houve conflito entre deputados e policiais. Dentro da assembleia, os manifestantes pressionaram os deputados para assinar requerimento para abertura da comissão... O requerimento já tem 28 das 32 assinaturas necessárias para a criação da CPI. Dois deputados da base governista assinaram o pedido de abertura, informou a bancada petista".
Hugo Fanton, ativista do Levante Popular da Juventude, explicou o motivo do protesto. "Estamos aqui para mostrar a nossa insatisfação e pedir CPI já. A denúncia de desvio de recursos do setor deve ser apurada e o dinheiro devolvido aos cofres públicos para ser usado em transporte público”. No início da noite, outros ativistas tentaram ingressar na Alesp, mas foram barrados por soldados da PM, que lançaram bombas de gás e deram tiros de borracha. "Ao menos uma manifestante foi ferida no rosto. O nome dela é Severina Ramos do Amaral, da Central dos Movimentos Populares" - descreve a revista Fórum, que fez a cobertura online do protesto.
A pressão popular pela imediata criação da CPI foi saudada por vários parlamentares da oposição. Numa assembleia hegemonizada pelos tucanos, ela é vista como única forma de garantir a apuração das denúncias. O deputado Adriano Diogo (PT) criticou a postura de Geraldo Alckmin, que se diz "vítima" do cartel das multinacionais. "O governador tem que explicar por que o estado é vítima e por que o cartel está há tantos anos no governo do PSDB. Eles não estão respondendo nada, só estão respondendo com ataques”. Já o deputado Carlos Giannazi (PSOL) destacou que "com essa manifestação vamos conseguir emplacar a CPI para investigar as falcatruas do PSDB".
Além da ocupação da Alesp, também houve protestos na Câmara Municipal de São Paulo, exigindo que as planilhas dos transportes sejam abertas. José Américo, presidente do legislativo municipal, recebeu uma comissão de manifestantes. Já na Praça da Sé, a equipe do programa Pânico na TV foi expulsa da manifestação. "Chega de alegria, a PM mata pobre todo dia", gritaram os ativistas. As palavras de ordem foram bem variadas nos protestos. "Estudo, trabalho, dou duro o dia inteiro, o Geraldo anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro”; "O povo não quer mais roubo no metrô. PSDB, sua hora já chegou". Um boneco do governador tucano foi queimado durante o ato.
PT CONSEGUE UNIDADE PARA CRIAR CPI DO CASO SIEMENS
ResponderExcluirBancada no Senado, que resistia por temer que a proposta desse caráter de revanche se partisse de petistas, mudou de posição quando surgiram fatos novos, como revelações de que o esquema em licitações ocorreu em outros estados além de São Paulo; "Dentro do PT, já há maioria convencida de que um caso dessa envergadura merece uma investigação maior", afirma o líder Wellington Dias; na Câmara, deputado Paulo Teixeira já coleta assinaturas, mas como a fila de CPIs é grande, caminho para a instalação é que ela seja mista
14 DE AGOSTO DE 2013