terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sheik e o selinho contra a homofobia

Por Renato Rovai, em seu blog:

Caspta, logo ele, o Émerson Sheik. Logo um jogador do Corinthians. Não poderia ser o Rai, por exemplo. O cara já é ex-jogador, vive fazendo propaganda e não sai da Vila Madalena, que é um bairro mais descoladinho. Poxa, o Rai seria mais adequado.

Ou de repente o Valdívia, do Palmeira. O sujeito é chileno, tem cabelo comprido e parece não estar nem aí pra o que vão pensar dele. Ou por que não o Neymar, que é do Santos? Você vai dizer, mas ele está no Barcelona. E eu diria, mas ele vai ser sempre do Santos. O Neymar pinta e borda com o cabelo, qual o problema de ele liberar um selinho prum amigo?

Os times gaúchos teriam muitos candidatos a beijoqueiros. O Elano já namorou moça global e pra ser par de artista não dá pra ser tão canhestro, convenhamos. Uma bicoquinha não seria problema algum. No Inter, o uruguaio Forlan podia aproveitar pra dar uma lição nos brasileiros. Imagino ele dizendo, no meu país já liberaram a maconha e o aborto e aqui vocês ainda estão discutindo selinhos…

O Ronaldinho Gaúcho também poderia ter feito esse favor pra gente, né? Ou quem sabe algum jogador do Bahia. Por que não foi um jogador do Bahia? Seria ótimo. Meus amigos gays ou bi dizem que a Bahia é sensacional. Que não rola tanto preconceito quanto em São Paulo.

Mas que nada, tinha de ser o Émerson Sheik, um jogador do Corinthians. E eu vou ter de engolir isso pelo resto dos meus dias.

Sheik, meu caro, você me representa. E de alguma forma eu te odeio por isso. Porque vou ter sempre que lembrar que foi um jogador do Corinthians e que sempre faz gols decisivos no Santos que teve a coragem de mandar às favas esse machismo tosco do futebol brasileiro.

Parabéns, Sheik.

Um comentário:

  1. Caro sr.,
    não se esqueça que no início dos anos 80, em plena Ditadura, houve a revolucionária Democracia Corinthiana.

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