segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A propina de R$ 52 milhões em SP

Por José Dirceu, em seu blog:

Vendo a manchete de hoje da Folha de S.Paulo, cabe perguntar a Aécio Neves se é essa a meritocracia tucana a que costuma se referir. “PF investiga propina de R$ 52 mi em trens de SP” é o enunciado do jornal.

Claro que, se a Folha fizesse jornalismo segundo o seu Manual, a manchete falaria explicitamente em “no governo do PSDB em SP” ou “governo tucano de SP”. Mas prefere omitir o partido, em sua tradicional generosidade com os tucanos.

Vejam que em todo o texto da primeira página, o jornal diz que há suposta intermediação de propina a políticos e funcionários públicos, sem dizer uma palavra de novo sobre o governo tucano. Que coisa feia, hein, ombudsman?

É só dentro da reportagem, de forma tímida, bem escondida, lá no meio do texto, que aparece o nome do PSDB. Mas nada do nome do governador ou de seus antecessores, todos tucanos.

Propina e contratos

E a denúncia tem a ver diretamente com o governo. Afinal, é investigado o pagamento de propinas para ganhar favorecimento em contratos públicos.

A Polícia Federal investiga se o pagamento de R$ 52 milhões a consultorias foi usado para abastecer propinas desde o fim da década de 1990. Os pagamentos foram feitos pelas multinacionais Alstom e Bombardier e a brasileira Tejofran.

A hipótese é de que as consultorias eram só de fachada e serviam para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB.

Uma dessas consultorias é ligada a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e que foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997. Ele já é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado.

As empresas negam qualquer irregularidade.

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