Por Luis Nassif, em seu blog:
Desde junho um pessimismo agudo dominou o noticiário econômico. Em parte, pelo desencanto com o governo Dilma Rousseff. Somado a isso, pelo jogo político que há anos comanda todas as ações da velha mídia, uma aposta temerária de que, com a economia afundando, Dilma pudesse ser derrotada nas próximas eleições.
Nos últimos dias, as pesquisas de opinião indicaram recuperação de parte da popularidade perdida. E na sexta, o IBGE divulgou um PIB surpreendente - de crescimento de 1,5% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
*****
Foi um tiro no pé. O pessimismo exacerbado afetou o mercado publicitário, induzindo os anunciantes a pisar no freio. E Dilma recuperou o favoritismo para 2014.
*****
Agentes involuntários desse jogo, os economistas que apostavam no caos foram apanhados de calças curtas.
A economia não está o mar de rosas como pretende o Ministro da Fazenda Guido Mantega; mas não está a caminho do caos, como sugeria o noticiário geral da mídia Rio-São Paulo.
*****
A primeira reação dos economistas foi considerar que em junho houve uma ruptura geral na economia. Portanto os índices divulgados representariam apenas o passado, não permitindo ser otimista em relação ao futuro.
Foi a explicação da economista Monica de Bolle, da consultoria Galanto, em evento do mercado de capitais em Campos do Jordão: "Em alguns casos, o passado traz informações importantes sobre o que vem pela frente. Esse não é o caso do Brasil. A gente teve no início do segundo semestre foi uma descontinuidade não só na economia brasileira como no quadro político e social do país", disse.
*****
Ora, há uma confusão monumental com o conceito de "ruptura".
Mas as rupturas ocorrem de tempos em tempos e são generalizadas, alterando os fundamentos da economia. Foi assim na crise de 2008; e mesmo na economia brasileira, com as políticas sociais mudando a escala do mercado interno.
Os movimentos de junho passado, apesar de relevantes, influíram especificamente nas expectativas internas.
*****
Em um primeiro momento, as expectativas despencaram, mas o pessimismo não está se sustentando. No campo específico das expectativas, em agosto houve alta no Índice de Confiança do Comércio e também do Consumidor, principalmente devido à melhoria de percepção sobre o momento atual. Adicione-se a recuperação parcial da aprovação do governo Dilma Rousseff.
*****
E aí se entra na questão complexa da politização desenfreada do noticiário.
Frustrada a tentativa de utilizar a crise para as eleições de 2014, com as verbas publicitárias minguando e sendo abocanhadas, cada vez mais, pelos grandes grupos de Internet (Google e Facebook), a velha mídia deu o toque de debandar.
Na sexta, todos os noticiosos do Sistema Globo - do noticiário da CBN ao Jornal Nacional - pareciam tomados de uma euforia infinita em relação ao PIB, anunciando o fim da crise e o início do espetáculo do crescimento.
A partir de agora, todos os analistas do sistema seguirão o script otimista. E haverá a mesma manipulação em sentido oposto: nem se estava em um caos antes; nem se está em um céu de brigadeiro agora.
Mas, a exemplo do samba antigo, o tal do mundo não se acabou.
Desde junho um pessimismo agudo dominou o noticiário econômico. Em parte, pelo desencanto com o governo Dilma Rousseff. Somado a isso, pelo jogo político que há anos comanda todas as ações da velha mídia, uma aposta temerária de que, com a economia afundando, Dilma pudesse ser derrotada nas próximas eleições.
Nos últimos dias, as pesquisas de opinião indicaram recuperação de parte da popularidade perdida. E na sexta, o IBGE divulgou um PIB surpreendente - de crescimento de 1,5% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
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Foi um tiro no pé. O pessimismo exacerbado afetou o mercado publicitário, induzindo os anunciantes a pisar no freio. E Dilma recuperou o favoritismo para 2014.
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Agentes involuntários desse jogo, os economistas que apostavam no caos foram apanhados de calças curtas.
A economia não está o mar de rosas como pretende o Ministro da Fazenda Guido Mantega; mas não está a caminho do caos, como sugeria o noticiário geral da mídia Rio-São Paulo.
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A primeira reação dos economistas foi considerar que em junho houve uma ruptura geral na economia. Portanto os índices divulgados representariam apenas o passado, não permitindo ser otimista em relação ao futuro.
Foi a explicação da economista Monica de Bolle, da consultoria Galanto, em evento do mercado de capitais em Campos do Jordão: "Em alguns casos, o passado traz informações importantes sobre o que vem pela frente. Esse não é o caso do Brasil. A gente teve no início do segundo semestre foi uma descontinuidade não só na economia brasileira como no quadro político e social do país", disse.
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Ora, há uma confusão monumental com o conceito de "ruptura".
Mas as rupturas ocorrem de tempos em tempos e são generalizadas, alterando os fundamentos da economia. Foi assim na crise de 2008; e mesmo na economia brasileira, com as políticas sociais mudando a escala do mercado interno.
Os movimentos de junho passado, apesar de relevantes, influíram especificamente nas expectativas internas.
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Em um primeiro momento, as expectativas despencaram, mas o pessimismo não está se sustentando. No campo específico das expectativas, em agosto houve alta no Índice de Confiança do Comércio e também do Consumidor, principalmente devido à melhoria de percepção sobre o momento atual. Adicione-se a recuperação parcial da aprovação do governo Dilma Rousseff.
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E aí se entra na questão complexa da politização desenfreada do noticiário.
Frustrada a tentativa de utilizar a crise para as eleições de 2014, com as verbas publicitárias minguando e sendo abocanhadas, cada vez mais, pelos grandes grupos de Internet (Google e Facebook), a velha mídia deu o toque de debandar.
Na sexta, todos os noticiosos do Sistema Globo - do noticiário da CBN ao Jornal Nacional - pareciam tomados de uma euforia infinita em relação ao PIB, anunciando o fim da crise e o início do espetáculo do crescimento.
A partir de agora, todos os analistas do sistema seguirão o script otimista. E haverá a mesma manipulação em sentido oposto: nem se estava em um caos antes; nem se está em um céu de brigadeiro agora.
Mas, a exemplo do samba antigo, o tal do mundo não se acabou.
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