sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A CIA e a guerra contra a Venezuela

Robert Garcia/Rebelión
Por Ángel Guerra Cabrera, no sítio da Adital:

A expulsão da chefa da missão diplomática dos Estados Unidos na Venezuela, Kelly Keiderling Franz e de seus dois colaboradores, evidencia o recrudescimento do plano para derrocar à Revolução Bolivariana. Maduro garantiu que possui provas do envolvimento dos estadunidenses na sabotagem contra a economia nacional e o setor elétrico.

Keiderling não é a mansa pomba que as telas da máfia midiática estão mostrando. É uma oficial experiente da CIA, cujas pouco diplomáticas atividades durante sua passagem pela Secção de Interesses dos Estados Unidos (SINA), em Havana ficaram evidentes com o testemunho de Raúl Capote, o agente David, da segurança do Estados cubano, supostamente recrutado pela funcionária, com quem chegou a estabelecer uma estreita amizade.

Em entrevista ao jornalista espanhol Pascual Serrano, uma vez desvendada sua verdadeira identidade, David explicou algumas missões que, através de Keiderling, recebeu da Sina: "Davam três, quatro ou cinco mil dólares e nem sequer verificavam se havíamos organizado a atividade para a qual solicitávamos o dinheiro. Os temas que lhe interessavam: microempreendedores, como organizar a sociedade civil, cursos de ‘liderança’; proporcionavam manuais e outras coisas”. Imagine o leitor se os Estados Unidos permitiriam que um diplomata estrangeiro se dedicasse a essas atividades em seu território.

Um cabo confidencial ao Departamento de Estado, assinado por Keiderling, em Caracas, em setembro de 2011, posteriormente filtrado por WikiLeaks, remete a uma entrevista com o então candidato à presidência, Henrique Capriles, da qual reproduzo alguns fragmentos: "Capriles disse que apreciava a ajuda que lhe havia sido entregue e recebeu com beneplácito a informação de que, em fevereiro de 2012, o apoio de todos os candidatos com os quais a Usaid havia trabalhado estava mais do que garantido... Capriles lamentou a saída de John Caufield; porém, está de acordo que isso, de nenhuma forma, colocará em perigo nossos objetivos... Capriles reiterou que caso obtenha a vitória nas próximas eleições, a política exterior da Venezuela será profundamente revista, e Caracas se converterá em um confiável aliado dos EUA”.

Mais adiante, a senhora sugere a Capriles que, para minimizar as acusações do governo de Chávez sobre a ingerência de Washington na campanha eleitoral venezuelana, os próximos encontros podem ser na Colômbia ou nos Estados Unidos, no início de 2012, "para trabalhar sobre a estratégia posterior”. Por último, Keiderling lhe informa que os fundos do ano em curso serão colocados segundo o conveniado e que pagamentos adicionais virão através de ONGs no Chile, no Panamá, na Colômbia e na União Europeia.

Mais claro que água! O agente da CIA e cabeça contrarrevolucionário Capriles recebeu instruções de seu oficial de caso CIA Kelly Keiderling Franz, destinada à Embaixada dos Estados Unidos, sob o manto de encarregada de negócios, chefe de missão, pois por similares atividades, o governo venezuelano já expulsou dois embaixadores.

Como era de se esperar, Washington respondeu de imediato, expulsando a Calixto Ortega, encarregado de negócios da Venezuela e mais dois membros da missão venezuelana. Porém, o que mais chama atenção é o total não cumprimento por parte de Obama de sua solene promessa na chamada Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, recém iniciado seu mandato, de um "novo começo” nas relações com a América Latina. Deixemos por um momento a escandalosa espionagem eletrônica contra os governos do Brasil e do México.

Essa promessa de Obama derivou na entrega da política para a América Latina –em particular para a Venezuela e para os países da Alba- à escória da ultradireita estadunidense e da contrarrevolução cubana nos EUA, veteranos do golpe contra Chávez, em 2002, como Otto Reich e Roger Noriega, em cumplicidade com o fascista Álvaro Uribe e terroristas, como Luis Posada Carriles e sua banda.O presidente Maduro deixou muito claro que não permitirá a criação de um cenário como o da Síria em seu país mediante os ataques especulativos, o monopólio e os negócios com dólares do Estado. A paciência do povo de Chávez tem limite.

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