Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O repúdio é ainda maior entre os internautas, o que aumenta o drama da Veja, dado o ritmo com que aumenta o número de pessoas que consomem notícias pela internet. O universo de rejeição à Veja tenderá a ser, portanto, amplo, total e irrestrito.
Outro dia a revista sofreu um esculacho exemplar na frente da sede da Abril, mas parece não ter aprendido nada com isso. A Veja caminha rapidamente para disputar com a Globo o título de mídia mais detestada dos brasileiros.
Jornalistas da Globo não podem se identificar em protestos, ou estão arriscados a levar uns cascudos, como aconteceu com Caco Barcellos. Suspeito que repórteres que se identifiquem como da Veja passarão pela mesma situação. A única diferença é que, como não têm que segurar um microfone com o logotipo da empresa, e nem são conhecidos fisicamente como se dá com a turma da Globo, é mais fácil passarem incógnitos.
O que o Huffington Post pode fazer em relação a tudo isso? Zero. Suponhamos que a Veja passe a publicar em seu site matérias – internacionais — do HP. Qual o poder delas diante daquilo que a revista vem dando cotidianamente em seu cobertura absurdamente enviesada do Brasil?
Significativamente, o anúncio da parceria coincidiu com a aquisição de Lobão como colunista do site da Veja. Pouco antes, fora contratado Rodrigo Constantino. Os dois reforçam tudo de ruim que a Veja tem em sua imagem.
É como se Serra tentasse renovar sua imagem se unindo a Sérgio Cabral e Silas Malafaia.
Constantino, um destes dias, conseguiu louvar um estudante que se recusou a fazer um trabalho sobre Marx. Publicou a carta que o aluno enviou ao professor com as razões para um gesto de obtusidade inigualável. “Acho que agora posso dizer que a Veja morreu”, escreveu alguém no Twitter ao comentar o fato.
Keynes era um erudito em Marx. Milton Friedman teve que percorrer todo Marx respeitosamente para produzir seu pensamento antimarxista. Mas o estudante aplaudido por Constantino acha que não deve se instruir sobre Marx. Provavelmente esteja encharcado das besteiras de pseudofilósofos como Olavo de Carvalho e Pondé.
Em sua carta, o estudante ainda juntou um decálogo anticapitalista atribuído falsamente a Lênin que é motivo de chacota para quem conhece o mínimo de Lênin. Graças a Rodrigo Constantino, o papel ridículo do aluno ignaro ganhou dimensão nacional.
Conteúdo, conteúdo e conteúdo: este é o real drama da Veja e, por extensão, da Abril, dada a importância da revista no grupo.
Não há nada, aí, que o Huffington Post possa fazer.
Há um certo alarido, no mundo da mídia, em torno da associação entre a Abril e o
Huffington Post no Brasil.
Duas sílabas resumem o que essa parceria quer dizer: uma é ‘na’ e a outra é ‘da’. Nada.
Huffington Post no Brasil.
Duas sílabas resumem o que essa parceria quer dizer: uma é ‘na’ e a outra é ‘da’. Nada.
Rigorosamente nada, ao menos para a Abril. O problema dramático da Abril, no mundo digital, é a rejeição que a Veja provoca por causa de seu conteúdo extraordinariamente reacionário. A Veja é o Serra da mídia. Cada vez menos gente gosta e cada vez mais gente detesta.
O repúdio é ainda maior entre os internautas, o que aumenta o drama da Veja, dado o ritmo com que aumenta o número de pessoas que consomem notícias pela internet. O universo de rejeição à Veja tenderá a ser, portanto, amplo, total e irrestrito.
Outro dia a revista sofreu um esculacho exemplar na frente da sede da Abril, mas parece não ter aprendido nada com isso. A Veja caminha rapidamente para disputar com a Globo o título de mídia mais detestada dos brasileiros.
Jornalistas da Globo não podem se identificar em protestos, ou estão arriscados a levar uns cascudos, como aconteceu com Caco Barcellos. Suspeito que repórteres que se identifiquem como da Veja passarão pela mesma situação. A única diferença é que, como não têm que segurar um microfone com o logotipo da empresa, e nem são conhecidos fisicamente como se dá com a turma da Globo, é mais fácil passarem incógnitos.
O que o Huffington Post pode fazer em relação a tudo isso? Zero. Suponhamos que a Veja passe a publicar em seu site matérias – internacionais — do HP. Qual o poder delas diante daquilo que a revista vem dando cotidianamente em seu cobertura absurdamente enviesada do Brasil?
Significativamente, o anúncio da parceria coincidiu com a aquisição de Lobão como colunista do site da Veja. Pouco antes, fora contratado Rodrigo Constantino. Os dois reforçam tudo de ruim que a Veja tem em sua imagem.
É como se Serra tentasse renovar sua imagem se unindo a Sérgio Cabral e Silas Malafaia.
Constantino, um destes dias, conseguiu louvar um estudante que se recusou a fazer um trabalho sobre Marx. Publicou a carta que o aluno enviou ao professor com as razões para um gesto de obtusidade inigualável. “Acho que agora posso dizer que a Veja morreu”, escreveu alguém no Twitter ao comentar o fato.
Keynes era um erudito em Marx. Milton Friedman teve que percorrer todo Marx respeitosamente para produzir seu pensamento antimarxista. Mas o estudante aplaudido por Constantino acha que não deve se instruir sobre Marx. Provavelmente esteja encharcado das besteiras de pseudofilósofos como Olavo de Carvalho e Pondé.
Em sua carta, o estudante ainda juntou um decálogo anticapitalista atribuído falsamente a Lênin que é motivo de chacota para quem conhece o mínimo de Lênin. Graças a Rodrigo Constantino, o papel ridículo do aluno ignaro ganhou dimensão nacional.
Conteúdo, conteúdo e conteúdo: este é o real drama da Veja e, por extensão, da Abril, dada a importância da revista no grupo.
Não há nada, aí, que o Huffington Post possa fazer.
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